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Edifício Metrópolis e a Gran Via vistos do Terraço do
Círculo de Belas Artes |
Atrações de primeiríssima linha — basta lembrar o Museu do
Prado e o Museu Reina Sofia —, uma história riquíssima, imortalizada em um
patrimônio lindo, um verdadeiro mosaico arquitetônico de diversas épocas e,
claro, um astral apaixonante.
Neste post, listei muitas dessas atrações, várias delas gratuitas. Tem roteiros pra fazer a pé pela Madri dos Áustrias e por outras belezas da cidade, como a bela arquitetura da Gran Vía, tem mirantes pra admirar a capital espanhola (linda!), tem a Feira do Rastro, o Parque do Retiro...
Veja todas essas sugestões de passeios e você vai concordar
comigo: tem muito o que fazer em Madri — e só coisa muito boa.
O que fazer em Madri
Madri grátis e ao ar livre
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Uma famosa quadriga de bronze enfeita o topo do edifício do Banco de Bilbao (à esquerda), no nº 16 da Calle de Alcalá. À direita, o edifício do Hotel Four Seasons |
Um passeio que eu adoro fazer em Madri é esquadrinhar a belíssima arquitetura da Gran Vía e do trecho da Calle de Alcalá vizinho a ela.
A Gran Vía é o grande bulevar madrilenho, um símbolo do alvorecer
do Século 20 que se mantém como uma das principais avenidas de Madri.
Da Calle de Alcalá até a Plaza de España, o 1,3 km da Gran
Vía é um tremendo desfile arquitetônico, com exemplares art nouveau, art déco,
ecléticos e beaux arts de cair o queixo.
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Esta maquete da Gran Vía está em exposição bem no comecinho da rua, na confluência com a Calle e Alcalá. Em destaque, o Edifício Metrópolis, com o Edifício Grassy ao fundo |
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Edifício de la Adriática, no nº 39 da Gran Vía |
Entre os famosíssimos (e muito fotogênicos) edifícios da Gran Vía, estão o famoso Edifício Metrópolis, de 1911, que marca exatamente o início da avenida, no encontro com a Calle de Alcalá.
Também vale a pena prestar atenção ao Edifício da
Telefónica (1929), ao Edificio Grassy (1917), em estilo eclético e decoração
modernista, ao Edificio de La Gran Peña (1917), ao Edifício de La Adriática
(1928), ao antigo Cine Avenida (1928), hoje sede da loja Uniqlo, e ao Hotel Hyatt
Centric Gran Via Madrid, entre um monte de outros belos exemplares.
O meu edifício favorito na Gran Vía, sem dúvida é o
escândalo de lindo Cine Callao (1926), na Plaza de Callao, em estilo art déco.
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A Igreja dos Calatravas, do Século 17, na Calle de Alcalá |
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Hotel Besaya, na Esquina da Gran Vía com Calle San Bernardo |
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Hotel Senator, no nº 70 da Gran Vía |
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O antigo Cine Avenida agora abriga a loja da cadeia japonesa
Uniqlo |
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Hotel Hyatt Centric Gran Via Madrid |
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Inaugurado em 1921 como edifício residencial, este prédio agora é o um hotel da rede NH Collection |
Na Calle de Alcalá, os grandes destaques são o Círculo de Belas Artes e o Edifício do Banco Bilbao Vizcaya.
Além de um show de Arquitetura, Gran Vía também é uma rua de
comércio bem reputado, com uma grande concentração de cinemas, teatros, cafés, restaurantes
e outros espaços de lazer.
Projetada no final do Século 19 para desafogar a circulação
no Centro de Madri, a Gran Vía é considerada a grande intervenção urbanística na
capital espanhola no início do Século 20, com toda uma simbologia modernizante,
como haviam sido os grandes bulevares de Paris e Viena cerca de 50 anos antes.
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O Edifício Grassy agora abriga um museu de relógios antigos |
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Preste atenção aos detalhes dos edifícios da Gran Vía |
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Adoro o Cine Callao |
Para a implantação da Gran Vía, foram demolidas ruas inteiras e residências antigas, igrejas e outras construções históricas. Como a aconteceu na construção da Avenida de Mayo em Buenos Aires, essas demolições geraram muitos protestos e atrasaram o andamento das obras.
Já a Calle de Alcalá, apesar das feições Belle Époque que
assume na vizinhança da Gran Vía, é uma das ruas mais antigas de Madri. E uma
das mais extensas, com 11 km.
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A Gran Vía (marcada em cor de vinho no mapa) e o trecho da Calle de Alcalá desde a esquina da Gran Vía até a Porta do Sol contam com muitas estações de metrô |
⇨ Como chegar à Gran Via ou à Calle de Alcalá
Várias estações de metrô levam à Gran Vía e ao trecho da Calle de Alcalá que eu recomendo neste passeio. Banco de España, Sevilha (ambas na Linha 2) e Sol (linhas 1, 2 e 3) deixam você na Calle de Alcalá. Gran Vía (linhas 1 e 5), Callao (linhas 3 e 5), Santo Domingo (Linha 2) e Plaza de España (linhas 3 e 10) são estações com saídas para a Gran Vía.
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O Palácio de Cristal, de 1887, é uma das imagens mais famosas do
Parque do Retiro |
Aos 400 aninhos de idade, o Parque do Retiro é um caso de
monumento histórico onde a gente pode deitar e rolar. Literalmente, porque
aquela graminha (nada menos do que 118 hectares dela), bem no Cento de Madri, realmente
convida à preguiça.
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Faça como os madrilenhos e aproveite o Parque do Retiro. É lindo, seguro e grátis |
Bonito e cheio de atrações, o Parque do Retiro é perfeito para uma pausa depois de um passeio pelo Centro Histórico de Madri — ou uma visita ao Museu do Prado, ou antes da farra no Bairro de las Letras, ou para emendar o safari arquitetônico na Gran Vía... — ou para um programa mais longo. Que tal um piquenique? Ou uma corrida para exorcizar as calorias da comilança madrilenha?
Preste atenção à programação de exposições do Pavilhão
Velázquez e do Palácio de Cristal, que são administrados pelo vizinho Museu
Reina Sofia e costumam ter mostras temporárias interessantes e sempre
gratuitas.
Saiba mais:
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Dá até pra comprar um bocado de coisas, mas o barato da Feira do Rastro é ver Madri |
Eu até já comprei coisas na Feira do Rastro, mas nem é por
isso que eu gosto de ir lá, se calhar de estar em Madri em um domingo. Ainda
que tremendamente atraente para os turistas, El Rastro me mostra uma Madri
quase baiana — irreverente, diversa, criativa e sem maquiagem.
A Feira do Rastro é um imenso mercado onde você vai
encontrar de tudo — antiguidades, velharias, artesanato, roupas, livros, artigos
de couro marroquinos, lanternas turcas, bandeirolas tibetanas e o que mais você
imaginar.
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O ponto de referência para achar a Feira do Rastro é a Plaza del Cascorro — mas não se preocupe, pois muito antes de você chegar lá o Rastro já terá lhe encontrado |
A muvuca (e bote muvuca nisso) se esparrama entre os bairros de La Latina, Lavapiés e Embajadores, subindo e descendo ladeiras, sempre cercada de botecos abarrotados, restaurantes demencialmente lotados, barraquinhas de sanduíche...
Eu adoro a Feira do Rastro e acho que ir até lá ao menos uma vez na vida faz parte da experiência de descobrir Madri.
Horário: domingos, das 9h às 15 horas.
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O Edifício España marca o final da Gran Vía em grande estilo |
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Cervantes em seu merecido pedestal, na adorável companhia de D. Quixote e Sancho Pança |
Experimente começar na Plaza de España, onde acaba a Gran
Vía e onde o Edifício España marca o fim do bulevar em grande estilo. Lá também
está o monumento a Miguel de Cervantes, com o escritor— a quem sempre presto
meus respeitos — acompanhado dos mais imortais dos seus personagens, D. Quixote e
Sancho Pança.
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O Templo de Debod foi um presente do Egito à Espanha |
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A vista do Parque de la Montaña é sensacional. Na imagem, o Palácio Real (à esquerda), a Catedral de La Almudena (centro) e a Real Basílica de San Francisco el Grande |
Feitas as devidas fotos, é hora de tocar para o agradável Parque de la Montaña, que além de tudo é um belo mirante. A grande atração, além da vista, é o Templo de Debod, um templo egípcio autêntico, construído em honra do deus Amon no Século 4º a.C (e que pode ser visitado gratuitamente).
A próxima parada são os Jardins de Sabatini, um oásis de
sossego à sombra do Palácio Real de Madri. Aproveite para descansar da
caminhada e se refrescar.
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Eu adoro os Jardins de Sabatini |
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A estátua equestre do Rei Felipe IV de Habsburgo se destaca entre tantas esculturas de monarcas que adornam a Plaza de Oriente |
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Antes ou depois de visitar o Palácio Real (ao fundo), vale a parada na Plaza de Oriente |
Antes ou depois do Palácio, dê uma volta pela Plaza de
Oriente, outra área muito agradável, onde as estátuas de reis mais antigos que
a Espanha vão acompanhar você na caminhada pelas alamedas bem sombreadas por árvores
generosas.
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O Palácio Real de Madri visto do Campo del Moro. O jardim é lindo e muito sossegado, mas a caminhada até lá desde a Muralha é compridinha (+ de 1 km) |
Seguindo pela Calle de Bailén, dobre à esquerda na Calle Mayor para ver os restos da Muralha Árabe de Madri.
Se estiver animada, desça a Calle de Segóvia para esticar o passeio até o Campo del Moro, outro belo jardim real. Caso contrário, retorne à Calle Mayor e suba até o Mercado de San Miguel (que está a 600 metros daí), para uma merecida caña (bebida) e tapas.
O Barrio de las Letras é meu favorito em Madri. A origem do
título de “Bairro das Letras” vem de longe, do Século 17, quando a área foi
morada de escritores do porte de Cervantes, Lope de Vega e Francisco de Quevedo.
Gosto de pensar que esses gênios literários ainda passeiam
pelas ruas pacatas do bairro, ruas margeadas por tabernas simpaticíssimas — frequentadas
por madrilenhos da gema — e casarões bem preservados.
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Homenagem a Rosalía de Castro (1937-1885), considerada a fundadora
da literatura galega moderna, no Barrio de las Letras |
No meio do caminho entre a Madri dos Áustrias e o Paseo del Prado (a passarela que nos guia aos museus do Prado, Reina Sofia e Thyssen) e a um pulo da Gran Vía, o Barrio de las Letras é ótimo para encerrar o dia em vibe boêmia, mas também merece que você explore com calma os encantos locais.
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Monumento ao dramaturgo Calderón de la Barca (1600 – 1681) na
Plaza de Santa Ana. Ao lado de Lope, Calderón foi um gênio do teatro no Século
de Ouro das letras espanholas |
As casas onde viveram Cervantes e Quevedo estão assinaladas por placas. A Casa de Lope de Vega virou um museu adorável. O Convento das Trinitárias Descalças tem uma forte relação com a história desses escritores. As praças de Santa Ana e del Angel são ótimas para bebericar ao ar livre.
E, para estar à altura do nome, o Barrio de las Letras tem belíssimas livrarias.
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O Barrio de las letras fica no meio do caminho entre a Madri dos Áustrias e o Paseo del Prado |
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O roteiro pela Madri dos Áustrias leva você ao chamado "Século de Ouro" |
O Centro Histórico de Madri é conhecido como “Madri dos Áustrias”, uma referência à dinastia Habsburgo, de origem austríaca, que reinou na Espanha entre 1516 e 1700, quando a cidade era a capital do “império onde o sol nunca se punha”.
Tanto poder — e tanto dinheiro espoliado das colônias — desse
chamado “Século de Ouro” legou a Madri belíssimos palácios, praças, igrejas e
mosteiros que ainda hoje enchem os olhos dos visitantes. Caminhar por essa
Madri é um programaço, cheio de atrações gratuitas.
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Este passeio passa pela Porta do Sol (no alto), pela Igreja de San Ginés (centro) e pela Plaza Mayor (acima) |
Já publiquei aqui na Fragata um post detalhadíssimo sobre esse roteiro. Nesta visita de 2024, repeti o passeio em versão resumida e voltei a me divertir muito.
Meu ponto de partida foi a Porta do Sol, que hoje lembra
pouco o Século de Ouro, mas era um fervidíssimo ponto de encontro no tempo dos
Áustrias. Daí, seguindo pela Calle del Arenal, a próxima parada é a Igreja de
San Ginés, onde tem uma tela de El Greco que vai deixar você apaixonada.
As próximas paradas são a Plaza Mayor, símbolo máximo do
poder da realeza espanhola no Século 17 e a Colegiata de San Isidro, igreja dos
Jesuítas que serviu como catedral de Madri naquele período. Por fim, uma parada
na bela Plaza de La Villa, cercada por belos palácios e onde estão a Casa e a
Torre de los Lujanes, apontadas como as construções mais antigas de Madri ainda
de pé.
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Comece o passeio na Porta do Sol, mas não tenha pressa de ir de um ponto a outro. Você vai descobrir muitas belezas pelo caminho |
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A Porta do Sol clicada do Bar Puertasol, no terraço de El Corte Inglés |
Traduzindo: quando for a um mirante em Madri, escolha um com
comes e bebes. Eu recomendo três: o Mercado Gourmet Experience, no Terraço de
El Corte Inglés da Plaza de Callao, o Bar Puertasol, no terraço de El Corte
Inglés na Porta do Sol, e o Terraço do Círculo de Bellas Artes, na Calle de
Alcalá.
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No alto, Madri vista do Goumet Experience, na Plaza de Callao. Acima, o terraço do Círculo de Bellas Artes |
Nos dois primeiros, você só paga o que consumir. O Goumet Experience tem vários boxes de comidinhas e bebidinhas, bem de acordo com os mercados da moda, a preços bem pagáveis. O Bar Puertasol é ótimo para fazer a happy hour de cara para o maior cartão postal de Madri.
O bar do terraço do Círculo de Bellas Artes, na Calle de Alcalá, cobra ingresso (€
5,50) e é mais metido a chique. Mas o edifício é lindo, o serviço é bom e a
vista para a Gran Vía e a área da Castellana é um escândalo.
Sobre o Bar Puertasol > Onde comer e beber em Madri
Incluí os museus de Madri neste post porque é preciso
recomendar e repetir sempre e muito: eles são espetaculares e merecem estar no
topo de sua lista de atividades na cidade.
Mas tem dois post atualizadíssimos e bem detalhados sobre
eles, então, não vou me alongar aqui.
Os três mais famosos — o Museu do Prado, o Museu Reina Sofia
e o Museu Thyssen-Bornemisza estão aqui neste post > Os três grandes Museusde Madri - uma trinca que vale a viagem.
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A Maja Desnuda, de Goya, no Museu do Prado |
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