Também, quem manda ser tão agradável? E tão fotogênico? O Central Park concentra tantos recantos bacanas e oferece tantas atividades divertidas que ele chega a ser praticamente inesgotável.
Não importa se é a sua primeira ou milésima visita a Nova York: tenho certeza que você vai dar um passeio por lá. Como fazem os nova-iorquinos, aliás, que dão uma boa contribuição para que o Central Park atinja a impressionante marca anual de quase 40 milhões de visitas.
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Academia pra quê? Quem mora em Manhattan pode se exercitar no Central Park |
Seja qual for a estação do ano, sempre se encontra um bom motivo para passear no Central Parque e ver como Nova York é gostosa ao ar livre.
Neste post, listei alguns dos meus recantos favoritos no Central Park e as dicas práticas pra você aproveitar esse jardim/quintal dos nova-iorquinos. Bora?
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A moldura do Central Park é a arquitetura de Nova York |
Central Park, Nova York
Como chegar ao Central Park
O Central Park fica bem no coração da Ilha de Manhattan. Seu imenso retângulo com (repito) 3,4 km² está delimitado, a Leste, pela 5ª Avenida, e a Oeste, pela 8ª Avenida (que nas margens do parque se chama Central Park West).
O limite Sul do Central Park é a Rua 59 (que nesse trecho se chama Central Park South), e o extremo Norte do parque alcança a Rua 110 (aí chamda de Central Park North).
Eu adoro caminhar em Nova York e geralmente é desse jeito que eu chego ao Central Park. Mas ele também é muito bem servido pelo transporte público, com várias linhas de ônibus margeando seus limites.
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Estátua de Simon Bolívar em Central Park South |
Metrô para o Central Park
O Metrô de Nova York também tem várias estações no entorno do Central Park. Veja quais são elas:
➡️ Central Park South, lado Oeste: Estação 59th St - Columbus Circle (linhas 1, 2, A, B, C e D)
➡️ Central Park South, Lado Leste: 5th Avenue Station (Linhas N, R e W)
➡️ Central Park North, Lado Oeste: 110 St-Cathedral Pkwy Station (linhas A, B e C)
➡️ Central Park North, Lado Leste: 110 Street Station - Central Park North (linhas 2 e 3)
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A estação de metrô da Rua 72, no Lado Oeste do Central Park,
é a mais cômoda para quem vai a Strawberry Fields, o memorial de John Lennon |
➡️ Central Park West:
96th St (Linhas A, B e C)
103 St Station (linhas A, B e C)
81 Street-Museum of Natural History Station (linhas A, B e C)
72 Street Station (A, B e C)
➡️Do lado da 5ª Avenida não há estações coladinhas no parque. As linhas mais próximas são as que correm sob a Avenida Lexington (linhas 4, 5, 6, F, Q, R).
Clique no mapa acima para localizar as atrações do Central Park citadas aqui:
🌳 The Pond (“A Lagoa”)
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The Pond e a Gapstow Bridge ficam num cantinho sossegado do
parque |
O Central Park tem nada menos do que sete espaços aquáticos. The Pond é o mais fácil de chegar, porque fica na pontinha Sudoeste do parque.
Apesar de ficar quase encostado na 5ª Avenida, é surpreendente como essa lagoinha consegue ser sossegada.
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Patos e tartarugas fazem a festa na lagoa do Central Park |
Eu gosto muito de parar às margens de The Pond pra ver as tartarugas, patinhos e outras aves aquáticas que brincam em suas águas.
A Gapstow Bridge, em uma das pontas da lagoa, dá um toque bem romântico a esse pedacinho do Central Park. Ela foi construída em 1896.
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Acesso ao Wollman Rink |
🌳 Wollman Rink
Graças ao cinema, essa pista de patinação no gelo do Central Park é uma das imagens mais conhecidas de Nova York.
O Wollman Rink funciona de meados de outubro a março (nesta visita eu cheguei logo depois dele entrar em recesso) e faz muito sucesso como atração de inverno na cidade.
Veja mais cenários de filmes na cidade: Nova York no cinema - e o cinema em Nova York
O rinque de patinação foi inaugurado em 1950, construído sobre um trecho aterrado de The Pond.
De lá para cá, já serviu de cenário para filmes como Love Story, Sem Limites (Limitless, de 2011, com Bradley Cooper), Esqueceram de mim 2 e A Outra (de Woody Allen).
Atualmente, o Wollman Rink é administrado pelo conglomerado de empresas de Donald Trump (toc, toc, toc).
🌳 Umpire Rock
Essa afloração de rocha nua no canto Sudoeste do Central Park também é um cenário bem conhecido do parque.
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Escalar a Umpire Rock é uma atividade muito popular no Central Park |
Tem sempre movimento de escaladores na Umpire Rock, geralmente crianças e adolescentes testando suas habilidades rumo ao topo da pedra que está a modestos 5 metros de altura.
Como desafio atlético, Umpire Rock não chega a impressionar, mas sempre rende uma fotinhas interessantes, no contraste entre sua superfície selvagem e a arquitetura requintada da 5ª Avenida, que lhe serve de moldura.
Tão pertinho da Bethesda Fountain, esse pedacinho super romântico do parque acaba ofuscado pela vizinha mais famosa. Mas a elevação suave de Cherry Hill e sua fonte de inspiração vitoriana é um dos conjuntos mais bonitos do Central Park.
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Cherry Hill e sua fonte são muito instagramáveis |
O nome do lugar vem das cerejeiras que embelezam a área na primavera, com sua florada.
Inaugurada na segunda metade do Século 19, a fonte de Cherry Hill originalmente era um bebedouro para os cavalos que puxavam as carruagens da época. A estrutura da fonte é de uma rara delicadeza, com seus lampiões e bicas d'água em desenho floral.
Ela foi projetada pelo mesmo arquiteto responsável pelo projeto do Bethesda Terrace, Jacob Wrey Mould.
🌳 Bow Bridge
Por falar em cenário romântico no Central Park, a Bow Bridge ganha qualquer campeonato desta categoria.
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A Bow Bridge é a campeã em romantismo no Central Park |
A ponte de ferro sobre o Lago do Central Park é responsável pelos 26 metros mais suspirantes que você vai atravessar por lá — e quando o dia está bonito, vai ser difícil driblar os casais fazendo fotos para a eternidade debruçados em sua balaustrada.
Esse romantismo não é acidental: a Bow Bridge foi construída no século 19, quando o estilo estava na crista da onda.
O resultado é que é quase impossível a ponte deixar de ser escalada no elenco de qualquer filme romântico rodado em Nova York, embora minha cena favorita com ela seja a de Highlander (1986, direção de Russell Mulcahy), quando os dois imortais que correm o risco de daí a pouco ter que tentar decapitar um ao outro conversam fraternalmente, tendo a Bow Bridge como palco.
🌳 The Lake ("O Lago")
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O Lago do Central Park lembra um dos meus livros favoritos |
Para onde vão os patos do lago do Central Park no inverno? Se você leu
O Apanhador no Campo de Centeio (
The Catcher in the Rye, de J.D.Sallinger, 1951), dificilmente deixará de repetir esta pergunta, cada vez que se encontrar diante de The Lake.
O lago, invariavelmente, congela no brabíssimo inverno nova-iorquino, desalojando os patos. Meu amor pelo livro de Sallinger, porém, não esfria nunca.
A cada década, mais ou menos, eu releio O Apanhador e ainda me encanto com as aventuras e, principalmente, as reflexões juvenis de Holden Caulfield. Expulso de um colégio interno chique da Pensilvânia, o adolescente foge pra Nova York e perambula pela cidade, bêbado e à toa.
O livro fez um imenso sucesso e virou meio ícone de uma rebeldia juvenil ainda sem causa — aquele estranhamento com o mundo adulto que todo mundo já sentiu um dia, mas infelizmente muita gente deixa passar.
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Tentei entrevistar os patinhos pra descobrir onde eles
passaram o inverno, mas eles são tímidos com a imprensa 😊 |
Um dado muito triste sobre O Apanhador é a conexão entre a obra e o demente que matou John Lennon: o cara (eu nunca escrevo o nome dele, porque isso era o que ele queria) tinha um exemplar consigo quando foi preso, associando pra sempre a obra à sua imbecilidade.
Mas nem J.D. Sallinger, que escrevia divinamente, nem seu adorável Holden têm nada com isso.
Nem o Lago do Central Park, onde já passei muitos momentos agradabilíssimos remando nos
barquinhos alugados ali na margem, na Boathouse.
Esse, por sinal, é o grande programa no Lago do Central Park — além
de lembrar do prazer que foi ler um dos meus livros favoritos, ainda hoje.
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A placa no acesso a Strawberry Fields avisa que esta é
uma quiet zone (área de silêncio), mas a moçada nem sempre respeita |
🌳 Strawberry Fields
Se você é leitora assídua da Fragata, aposto que já começou a ler este post esperando eu falar de Strawberry Fields — afinal, espelho, espelho meu, haverá
blog de viagens mais beatlemaníaco do que o meu? 😊
Strawberry Fields, recanto do Central Parque dedicado à memória de John Lennon, foi uma doação de Yoko Ono à Cidade de Nova York, inaugurada em 1981, um ano após a morte de John.
A ideia era oferecer um local de silêncio e meditação, adornado por um singelo mosaico em pedrinhas pretas e brancas formando a palavra Imagine — título da canção mais famosa de Lennon.
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É preciso alguma paciência com a “fila tácita” para as fotos
em Strawberry Fields. Em alguma momento, chega a sua vez. Já encontrar um
banquinho para a reflexão proposta por Yoko é bem mais fácil |
O frenesi dos tiradores de selfies está tornando o sossego e a meditação em Strawberry Fields cada vez mais utópicos — talvez para combinar com o fato de que o mundo sem fronteiras e com todas as pessoas vivendo em paz, utopias que Lennon pedia que a gente imaginasse, parecerem cada vez mais distantes.
Mas eu não abro mão de dar ao menos uma passada por lá, cada vez que vou a Nova York.
Strawberry Fields Forever é o título da uma canção onírica-autobiográfica de Lennon, que os Beatles gravaram em fevereiro de 1967. Foi batizada com o nome do
orfanato que ficava atrás da casa de John Lennon, em Liverpool, e cujas festas ele costumava frequentar, na infância.
O Strawberry Fields de Nova York fica em frente ao Edifício Dakota, na esquina de Central Park West com a Rua 72, residência de John e Yoko e onde ele foi assassinado, no fatídico 8 de dezembro de 1980.
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Acho o Bethesda Terrace escandalosamente fotogênico |
🌳 Terraço e Fonte Bethesda
Acho que se fizerem uma eleição para apontar a imagem mais reconhecível do Central Park — será que não já fizeram? — o imponente Bethesda Terrace e sua linda Bethesda Fountain ganham de lavada.
O Terraço e a Fonte Bethesda já constavam dos projetos originais do Central Park, foram construídos durante a Guerra de Secessão Americana e concluídos em 1867.
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As carruagens são parte da paisagem do Central Park e adoram
circular pelo entorno do Bethesda Terrace |
O conjunto é uma espécie de ponto culminante de The Mall, uma alameda que se estende por quase 500 metros, idealizada para que os nova-iorquinos do Século 19 pudessem desfilar e trocar cumprimentos, a pé ou de carruagem, prática social elegante e muito exercitada na Europa.
O conjunto Bethesda é escandalosamente fotogênico — e o cinema usa e abusa dele como locação.
O Bethesda Terrace tem dois níveis ligados por escadarias, decoração requintadíssima e um clima definitivamente marcado pelo romantismo do Século 19.
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A Fonte Bethesda e o Anjo das Águas. Ao fundo, a Loeb
Boathouse e o Lago do Central Park |
A Bethesda Fountain, com sua estátua “Anjo das Águas”, é um cartão postal que todo mundo quer trazer pra casa, na câmera e na memória, depois de uma temporada em Nova York.
Uma curiosidade: Bethesda se refere ao Tanque de Betzada, próximo a Jerusalém. Citado no Antigo Testamento e em franco funcionamento na Antiguidade, esse tanque era famoso por suas águas às quais se atribuía poderes de cura.
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Clássica cena de verão no Sheep Meadow |
🌳 Sheep Meadow (“Prado dos Carneiros”)
Morri de pena de encontrar o Sheep Meadow fechado ao público, na minha visita mais recente a Nova York — também, quem manda ir visitar a cidade na friaca do final de março/começo de abril, quando calha de ser o meu aniversário?
Morri de pena porque o Sheep Meadow é o cenário de uma das minhas saudades mais incuráveis: a sensação de absoluta felicidade e despreocupação que era desabar naquele gramado, depois de pedalar para cima e para baixo pelo Central Parque, nas minhas temporadas juvenis em Nova York.
O gramadão do Sheep Meadow é o maior espaço aberto do Central Park e também foi concebido já no projeto original do parque. Ele já não tem os carneirinhos sugeridos em seu nome — até 1934, cerca de 200 deles pastavam por ali —, mas tem um aconchego bucólico especial.
É o point favorito para os piqueniques no Central Park e o lugar preferido por nove entre dez mocinhas de comédias românticas para esticar a canga com um livrinho.
Além de ser recorrente em cenas de cinema, nos meses mais quentes do ano o Sheep Meadow costumava ser anfitrião de exibições de filmes ao ar livre e de grandes eventos culturais.
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Na Kerbs Memorial Boathouse (ao fundo) você pode alugar
um barquinho-modelo para brincar de navegar no lago artificial Conservatory
Water |
🌳 Conservatory Water
Aluguel de barcos (na Kerbs Memorial Boathouse): de abril a outubro. De segunda a quinta, das11h às 17h. Sextas, das 11h às 19h. Sábados, das 13h às 19h. Domingos, das 10h às 18h. Preço: US$ 11 por 30 minutos
O Conservatory Water um lago artificial calcado na
Grand Bassin dos Jardins de Luxemburgo. Como em sua inspiradora parisiense, o grande barato aqui é alugar um barquinho-modelo e “navegar” remotamente.
As crianças amam — e os não tão crianças também. Além de “navegar” as plácidas águas do Conservatory Water, também é possível participar de “regatas” bem concorridas, aos sábados.
Se bater uma fominha, a
Kerbs Memorial Boathouse tem um café (que agora é explorado pela rede Le Pain Quotidien).
Do Conservatory Water, vale esticar a caminhada até as famosas estátuas de
Alice no País das Maravilhas (um point concorridíssimo para fotos) e do escritor
Hans Christian Andersen, que ficam bem perto (veja no mapa).
Milha dos Museus de Nova York
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A apaixonante arquitetura do Museu Guggenheim fica de cara
para o Central Park, na Milha dos Museus |
Entre as ruas 82 e 110, a fronteira Leste do Central Park é uma fantástica passarela pra quem gosta de conhecimento e memória, a Museum Mile.
Os 2,23 km km da 5ª Avenida, entre essas duas ruas, são a chamada Milha dos Museus (que agora tem 1,4 milha, pra respeitar a precisão jornalística), um corredor que passa por nove museus bacanérrimos de Nova York, começando pelo Metropolitan Museum (na Rua 82) e terminando no Museu de Arte Africana (na Rua 110, limite Norte do Central Park).
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O Central Park visto de uma janela do Museu Guggenheim |
No caminho, você vai encontrar Neue Galerie (na altura da Rua 86), o Guggenheim (Rua 88), o Museu da Academia Nacional de Belas Artes (Rua 89), o Museu Nacional do Design Cooper-Hewitt (Rua 91), o Museu Judaico (Rua 92), o Museu da Cidade de Nova York (Rua 103) e El Museo del Barrio (dedicado à comunidade latino-americana, na Rua 105).
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No Metropolitan Museum, a parede envidraçada traz o Central
Park para compor o ambiente em torno do Templo de Dendur |
Embora apenas o Metropolitan Museum fique dentro do Central Park (e este post seja sobre Nova York ao ar livre), vale muito a pena combinar os passeios no parque com uma visita a esses museus.
Saiba mais sobre a Milha dos Museus e alguns museus bárbaros de Nova York seguindo o link.
Todas as dicas de Nova York
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