10 dezembro 2025

Museu da Misericórdia de Salvador — uma janela para o Século 17

Loggia do Museu da Misericórdia de Salvador
Museu da Misericórdia: beleza, arquitetura colonial e uma vista arrepiante para a Baía de Todos os Santos

Quer dar um mergulho na história colonial de Salvador? Pois então você precisa visitar o Museu da Misericórdia, ali do ladinho do Elevador Lacerda — coisa de dois passos mesmo (150 metros, para ser jornalisticamente precisa) — e a pouco mais de 300 metros da famosa “Ladeira do Pelô”.

O Museu da Misericórdia funciona no palacete do Século 17 que abrigou a Santa Casa de Misericórdia da Bahia, a instituição de caridade mais antiga do Brasil, contemporânea da fundação de Salvador, em 1549.

Igreja da Misericórdia em Salvador
A Igreja da Misericórdia, incorporada ao museu, é um primor barroco

O conjunto de salões, pátios, cisterna, ossuário e capela (a belíssima Igreja da Misericórdia) reúne um acervo muito bacana de obras de arte, objetos litúrgicos, mobiliário, documentos (a maior coleção fora dos arquivos públicos da Bahia) e memórias do primeiro hospital a funcionar na cidade.

Bora passear no Museu da Misericórdia?

07 dezembro 2025

Visita à Catedral Basílica de Salvador — história e arte de um tesouro do Século 17

Altar-mor da Catedral Basílica de Salvador
A Catedral Basílica de Salvador é apenas deslumbrante

Tem uma personagem importantíssima em Salvador que há muito tempo merecia um post só pra ela aqui na Fragata. A Catedral Basílica de Salvador é um tremendo tesouro do Século 17 que acaba recebendo muito menos atenção do que merece.

A antiga Igreja dos Jesuítas, inaugurada em 1672 (a quarta edificação no mesmo local) é uma joia barroca pra deixar qualquer um de queixo caído e merece estar no topo da lista de atrações de qualquer roteiro no Centro Histórico de Salvador.

Veja as dicas e não perca essa beleza na sua próxima visita à minha cidade:

Catedral Basílica de Salvador


27 novembro 2025

Minha Odisseia nos passos de Ulisses

Roteiros de viagem inspirados na Ilíada e na Odisseia

Ulisses — sim, o cara da Odisseia — tem sido um guia de turismo bem presente na minha vida.

Minhas grandes inspirações pra viajar sempre vieram das músicas, do cinema e dos livros. Beatles, Jane Austen, Ricardo Coração de Leão, García Lorca são alguns queridos que já me levaram pela mão, mais de uma vez, em jornadas deliciosas. Mas ninguém me acompanhou tanto por aí quanto Ulisses.

Outro dia, relendo trechos que sempre me encantaram, me peguei contabilizando minhas viagens inspiradas na Odisseia (e Ilíada, também) e percebi que pelo menos seis dos meus roteiros foram desenhados com a colaboração dos relatos de Homero.

Das ruínas de Troia à ilha de Ítaca — passando por Malta, Lisboa e Nápoles — eu também tenho uma pequena odisseia pra contar. Uma jornada que ainda não terminou e que veio sendo construída aos poucos, como me ensinaram os versos de Konstantínos Kaváfis:

Faz votos de que o caminho seja longo,
que numerosas sejam as manhãs de verão
em que, com prazer, com júbilo,
entres em portos nunca dantes vistos.

Seguindo os passos de Ulisses — que passou dez anos tentando voltar pra casa — eu venho completando minha própria odisseia devagarzinho, totalmente encantada com as belezas que compõem o mapa dessa aventura.

Veja minha jornada real pelos lugares da Odisseia:

20 novembro 2025

Museus da resistência negra

Estátua de Zumbi dos Palmares na Praça da Sé em Salvador
Zumbi dos Palmares na Praça da Sé, em Salvador

Foi só colocar o ponto final no post sobre o Muncab, em Salvador, para lembrar de outros museus que me tocaram profundamente ao revelar a beleza da arte dos povos da África e a força de sua resistência durante a escravidão e além (porque essa luta ainda não acabou).

São espaços que celebram a memória — a dor, a injustiça, mas também a potência criadora capaz de produzir verdadeiros milagres de beleza no chão do Ocidente.

Alguns desses museus nos colocam diante do gênio de Maria Auxiliadora (1935–1974), Rubem Valentim (1922–1991), Mestre Didi (1917–2013) e Heitor dos Prazeres (1898–1966), ou da vibração que nasce dos 12 compassos do Blues e do metrônomo do meu coração: o Rock’n’Roll. 

Não vou repetir aqui os museus com temática musical, que já foram bastante falados aqui na Fragata (veja o post: 10 museus imperdíveis para quem ama música) ou mesmo sobre espaços dedicados às artes visuais de modo geral (tem um índice de museus e sítios arqueológicos completíssimo aqui no blog). 

O assunto de hoje são museus militantes, que falam de luta, que contam histórias de resistência — ainda que estejam, também, repletos de belezas. Eles nos relatam fatos e processos como a revolta de escravizados na pequena ilha de Curaçao, no século 18, e a longa, árdua e corajosa conquista dos Direitos Civis pelos afro-americanos.

São janelas para histórias muitas vezes invisibilizadas, mas indispensáveis para compreender a humanidade e celebrar suas conquistas. No Dia da Consciência Negra, a Fragata lembra Zumbi dos Palmares e destaca alguns museus que merecem entrar no roteiro de viagem de quem se encanta com a ideia de um mundo mais justo.

16 novembro 2025

Restaurante da Preta em Salvador no Palacete Tira Chapéu

Palacete Tira Chapéu em Salvador
O Restaurante da Preta é uma das atrações gastronômicas do Palacete Tira Chapéu

Na Bahia, se Maomé não vai à montanha, a montanha vem ligeirinha pra perto da gente — mágicas que só acontecem com esse povo da praia.

Faz alguns verões que ando planejando um almoço no Restaurante da Preta, na Ilha dos Frades — a produção exigida pra chegar até lá sempre me fez adiar o programa. Aí a montanha se mexeu e Preta abriu um restaurante no Centro Histórico de Salvador.

Restaurante da Preta em Salvador
Restaurante da Preta, versão Salvador: elegante e aconchegante

 Agora sem desculpas, lá fui eu almoçar em Preta, como falam os habitués. Não teve a paisagem linda da Ilha dos Frades, na Baía de Todos os Santos, mas teve comida muito gostosa em um ambiente muitíssimo agradável.

Veja como foi minha experiência:

15 novembro 2025

Visita ao MUNCAB: o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira em Salvador

Fachada do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) no Centro Histórico de Salvador
Fachada do MUNCAB vista através do gradil Histórias de Ogum, obra de J. Cunha

Neste mês de novembro — Mês da Consciência Negra — finalmente fiz uma visita que estava me devendo há muito tempo: fui conhecer o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB), no Centro Histórico de Salvador.
 
Exposição Memória: relatos de uma outra história no Muncab em Salvador
Exposição Memória: relatos de uma outra história no Muncab em Salvador
A Exposição Memória: relatos de uma outra história, dedicada a mulheres artistas negras  

O museu está com duas exposições imperdíveis. 

A mostra Memória: relatos de uma outra história, é dedicada à produção de mulheres artistas negras da África e da diáspora. Reúne obras de 20 artistas contemporâneas, entre elas as brasileiras Amélia Sampaio, Fabiana Ex-Souza, Luana Vitra, Madalena dos Santos Reinbolt e Maria Lídia dos Santos Magliani, a ítalo-camaronesa Barbara Asei Dantoni, a camaronesa Beya Gille Gacha, a ganesa Enam Gbewonyo, a senegalesa  Selly Raby Kane e a namibiana Tuli Mekondjo.

Eu, que vivo dizendo que arte contemporânea não é minha praia, me fartei no banquete visual.

Ensaio, obra de Bennie Andrews no Muncab em Salvador
Ensaio (1997), do norte-americano Bennie Andrews
Retrato Maria I de Dalton Paula no MUNCAB em Salvador
Retrato Maria I de Dalton Paula no MUNCAB em Salvador
Me apaixonei por Retrato Maria I (no alto e no detalhe acima), do goiano Dalton Paula. A técnica usada na obra é óleo sobre livro 
Jayme Figura no Muncab em Salvador
Escultura do baiano Jayme Figura

Já Ancestral: Afro-Américas reúne obras de artistas negros consagrados do Brasil e dos Estados Unidos, com obras de Yêdamaria, Rosana Paulino, Abdias do Nascimento, Mestre Didi, Rubem Valentim e Bispo do Rosário, do cubano Carlos Martiel e dos norte-americanos Simone Leigh, Benny Andrews e Leonard Drew.

Yemanjá de Yêdamaria no MUNCAB Salvador
Yemanjá, de Yêdamaria, na mostra Ancestral: Afro-Américas
Fotografia de Gosette Lubondo no Muncab em Salvador
As fotografias da congolesa Gosette Lubondo são um grande motivo pra ir ao Muncab ver a mostra Memória. Absolutamente sensacionais

As duas mostras reforçam a vocação do MUNCAB de apresentar o que há de mais potente na arte afro-brasileira e da diáspora africana. Entre pintura, escultura, têxteis, fotografia e vídeo, encontrei uma beleza que faz bem aos olhos e à alma. Amei, recomendo e pretendo voltar.

Exposição Ancestral: Afro-Américas no Muncab em Salvador
A exposição Ancestral: Afro-Américas está deslumbrante

02 novembro 2025

10 museus imperdíveis para quem ama música

Museus para quem gosta de Música
Que me desculpe o Instagram, mas minhas melhores viagens cabem mais no Spotify

Sei que as viagens estão cada vez mais formatadas para o Instagram, mas insisto: também leve seus ouvidos pra passear. E não só para escutar o mundo — sotaques, burburinhos urbanos e murmúrios da natureza. Minhas melhores viagens foram roteiros musicais.

Se você é daquelas que viajam com trilha sonora, aqui vão 10 museus imperdíveis para quem ama música.

Museus para quem gosta de música
O Cais do Sertão (à esquerda) é um dos museus mais instigantes que já visitei. À direita, o Museu do Jazz de Nova Orleans, um banquete musical

São 10 lugares pra começar a explorar o ritmo de cidades profundamente marcadas pela história de artistas e gêneros musicais e as transformações culturais que eles expressam.

Junte o Google Maps com as cinco linhas da pauta musical, marque o ritmo do roteiro nos 12 compassos do Blues, no balanço do Rock’n’Roll e no pulsar do Baião e vamos passear por esses 10 museus imperdíveis para quem ama música.

Se der vontade de dançar, se jogue.

Museus para quem gosta de música
Eu adoro casas-museus e curti muito visitar uma das residências de Mozart, em Salzburgo, e a casa onde Carlos Gardel morou, no Bairro de Abasto, em Buenos Aires

Veja as dicas:

01 novembro 2025

Todas as dicas de viagem à Itália - post índice

Florença na Itália
Florença recebe 5,3 milhões de turistas, anualmente — e todos eles estão cobertos de razão

A Itália é inesgotável — um país que combina história, beleza e um irresistível jeito de viver. Este post-índice reúne todas as dicas de viagem à Itália publicadas aqui na Fragata, para ajudar você a se organizar, escolher sua rota italiana e montar uma jornada verdadeiramente inesquecível.

São informações sobre 22 destinos, da magnífica Roma à pequenina Castelmola, pendurada nas alturas da Sicília. Muitos tempos históricos, traços culturais diversos e paisagens que vão do barroco ao vulcânico, do alpino ao mediterrâneo — há opções para todos os gostos.

Você encontrará orientações sobre como chegar a cada localidade, como circular, hospedagem, museus, atrações e — claro! — o que comer e onde comer em cada cantinho. Afinal, a Itália é, fundamentalmente, uma pátria da boa mesa.