13 julho 2025

Museu da República no Rio de Janeiro

Escadaria do Museu da República no Rio de Janeiro
A escadaria do Museu da República é simplesmente um espetáculo

Se você se interessa por política ou história, terá um caminhão de motivos pra visitar o Museu da República, no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro. Mas, ainda que não ligue pra essas coisas, vai gostar muito de colocar o museu no seu roteiro de passeios na cidade.

Entre 1897 e 1960, o Palácio do Catete foi a sede da Presidência da República, reunindo ambientes de trabalho (como hoje o Palácio do Planalto) e de residência (como o Palácio da Alvorada) dos chefes de Estado do Brasil.

Jardins do Museu da República no Rio de Janeiro
Os jardins do museu, com acesso livre, são um pequeno oásis no Bairro do Catete
Museu da República no Rio de Janeiro
O Museu da República tem entrada gratuita

Mas se a ideia de visitar o palco de inúmeros momentos decisivos da história do País não parece sedutora, deixa eu contar como o Museu da República é bonito, uma pequena antologia da arte decorativa que andou em voga na virada do Século 19 para o Século 20.

E, ainda por cima, tem um dos jardins públicos mais gostosos do Rio de Janeiro.

Museu da República no Rio de Janeiro
O museu continua a documentar a história contemporânea do Brasil

Convencidos/as? Então bora numa visita ao Museu da República:

Museu da República no Rio de Janeiro


O Palácio do Catete foi convertido em Museu da República após a transferência da capital federal do Rio para Brasília, em 1960.

Hoje, o Museu da República mostra um pouco da história política do País em seu acervo permanente e em exposições temporárias.

Museu da República no Rio de Janeiro
Museu da República no Rio de Janeiro
Dos pisos ao tetos, a decoração do Museu da República enche os olhos

Episódios marcantes

É meio redundância dizer que as paredes que abrigaram a sede da Presidência da República durante 63 anos viram muitos momentos decisivos da nossa história.

Elevador presidencial no Museu da República no Rio de Janeiro
O elevador destinado aos presidentes até podia ser mais cômodo, mas não é páreo para a beleza da escadaria

O episódio mais impactante, sem dúvida, foi o suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954 — o pijama marcado pela bala que ele disparou contra o coração fica exposto em seu antigo dormitório.

Quarto de Getúlio Vargas no Palácio do Catete
Quarto de Getúlio Vargas no Palácio do Catete
O quarto de Getúlio, cenário de um dos episódios mais marcantes da história política brasileira

Quatro décadas antes dessa tragédia — Getúlio sucumbiu a uma perseguição voraz motivada não por seus muitos defeitos, mas por suas qualidades de nacionalista imbuído em um projeto de desenvolvimento que não deixasse de fora o povo — a trepidação foi outra.

Em 1913, foi no mesmo Palácio do Catete que a então primeira dama Nair de Teffé resolveu entreter os convidados toando violão. O instrumento era muito mal visto na época como coisa de malando.

Salão Veneziano no Museu da República
Usado como sala de música, foi no Salão Veneziano que Nair de Teffé mandou ver no violão 

Mas Nair, que não era bolinho, deu o golpe de misericórdia na escolha do repertório: ela tocou o maxixe Corta-jaca, composição de outra mulher da pá virada, Chiquinha Gonzaga. 

Uma espécie de precursor do samba e herdeiro do jongo e do lundu, o maxixe era tratado pelas elites como música da ralé  — e bora combinar que a letra, cantada pela primeira dama, também não era santa: Não há ricas baronesas, nem marquesas/ Que não queiram requebrar.

Agora, imagine o efeito disso naquelas senhoras emplumadas e senhores de casaca que eram os únicos frequentadores de eventos da presidência da República naquela época.

Capela do Palácio do Catete
A capela foi convertida numa sala de visitas quando o palácio virou sede da Presidência

É por memórias como essa que eu curto visitar o Museu da República.

Quando morava no Rio, aproveitei muito seus jardins e vaguei por seus salões em muitos horários de almoço, privilégio de quem trabalhava a apenas duas estações de metrô de distância (aliás, este é um post que eu estava devendo há um bom tempo).

Museu da República no Rio de Janeiro
Museu da República no Rio de Janeiro
Museu da República no Rio de Janeiro
Museu da República no Rio de Janeiro
O Salão Nobre é um escândalo. Aqui eram realizados os bailes
Museu da República no Rio de Janeiro
O palácio tem uma pequena coleção de pinturas

Do barão aos presidentes

O Palácio do Catete foi inaugurado ainda no Império, em 1866, como era residência do Barão de Nova Friburgo.

O barão acabaria despossuído de sua mansão em 30 anos depois, quando o imóvel foi requisitado pela presidência do novo regime, a jovem República.

Escadaria do Museu da República no Rio de Janeiro

Escadaria do Museu da República no Rio de Janeiro
Escadaria do Museu da República no Rio de Janeiro
Escadaria do Museu da República no Rio de Janeiro
Escadaria do Museu da República no Rio de Janeiro
Escadaria do Museu da República no Rio de Janeiro
Escadaria do Museu da República no Rio de Janeiro
Gente, o que é essa escadaria?!

Apesar das necessárias reformas para a mudança de finalidade, muito da riquíssima decoração que a gente vê hoje no Museu da República é herança do barão.

Eu sou fã descabelada da escadaria do palácio, que foi trazida da Alemanha, e de toda a decoração em torno dela, com afrescos, estátuas, volteios e rodopios visuais que, se não fossem pura Belle Époque, poderiam pecar pelo excesso.

Museu da República (Palácio do Catete)
Rua do Catete nº 153, Catete. A Estação Catete do Metrô bem em frente ao museu

Museu da República no Rio de Janeiro
O museu é lindo, tem entrada grátis e metrô na porta. Tá bom ou quer mais?

Horários: o jardim está aberto diariamente, das 8h às 18h. O museu pode ser visitado de terça a sexta, das 10h às 17h, e aos sábados, domingos e feriados, das 11h às 17h.

Entrada gratuita

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