02 novembro 2025

10 museus imperdíveis para quem ama música

Museus para quem gosta de Música
Que me desculpe o Instagram, mas minhas melhores viagens cabem mais no Spotify

Sei que as viagens estão cada vez mais formatadas para o Instagram, mas insisto: também leve seus ouvidos pra passear. E não só para escutar o mundo — sotaques, burburinhos urbanos e murmúrios da natureza. Minhas melhores viagens foram roteiros musicais.

Se você é daquelas que viajam com trilha sonora, aqui vão 10 museus imperdíveis para quem ama música.

Museus para quem gosta de música
O Cais do Sertão (à esquerda) é um dos museus mais instigantes que já visitei. À direita, o Museu do Jazz de Nova Orleans, um banquete musical

São 10 lugares pra começar a explorar o ritmo de cidades profundamente marcadas pela história de artistas e gêneros musicais e as transformações culturais que eles expressam.

Junte o Google Maps com as cinco linhas da pauta musical, marque o ritmo do roteiro nos 12 compassos do Blues, no balanço do Rock’n’Roll e no pulsar do Baião e vamos passear por esses 10 museus imperdíveis para quem ama música.

Se der vontade de dançar, se jogue.

Museus para quem gosta de música
Eu adoro casas-museus e curti muito visitar uma das residências de Mozart, em Salzburgo, e a casa onde Carlos Gardel morou, no Bairro de Abasto, em Buenos Aires

Veja as dicas:

10 museus imperdíveis para quem ama música


Museu The Beatles Story em Liverpool
🎵We all live in a Yellow Submarine🎵. Passear pela história dos Beatles é uma grandíssima viagem

1. The Beatles Story — Liverpool, Inglaterra

Endereço: Royal Albert Dock, Liverpool
Horário: aberto todos os dias do ano, exceto 25 e 26 de dezembro. Diariamente, das 9h às 18:30h (atenção: às sextas, fecha às 17:30h)
Ingresso: £ 20
Faça reserva online com antecedência.

Recriação do Casbah Club no Museu The Beatles Story em Liverpool
Recriação do Casbah Club, bar da família de Pete Best, primeiro baterista dos Beatles, onde a banda se apresentava entre 1959 e 1962

Dizer que Liverpool é o paraíso para beatlemaníacos seria o óbvio mais ululante do planeta. A cidade preserva o Cavern Club, a catedral dos Beatles e muitos outros cenários ligados à história dos Fab4 —como as casas onde John Lennon e Paul McCartney passaram a infância e parte da juventide, abertas a visitação.

Mas nenhum fã de música pode deixar de visitar o The Beatles Story, em Liverpool, cidade natal do quarteto mais famoso do planeta. 

Recriação do Star Club de Hamburgo no Museu The Beatles Story em Liverpool

Os Beatles fizeram quatro temporadas em Hamburgo, na Alemanha, tocando em clubes da área portuária. Entre abril e maio de 1962, o endereço da banda era o Star Club, sempre com lotação esgotada (Ausverkauft)

O museu recria os ambientes que moldaram a trajetória de John, Paul, George e Ringo: o Cavern Club, os estúdios de Abbey Road e até o submarino amarelo. A visita é uma viagem sensorial pela década de 1960, com trilha sonora impecável e objetos originais, como instrumentos, figurinos e manuscritos.


Saiba mais: Liverpool para beatlemaniacos - 3 programas obrigatórios

2. Johnny Cash Museum — Nashville, EUA

Museu Johnny Cash em Nashville
O Museu Johnny Cash é considerado um dos melhores museus musicais do mundo. Eu amei!

Endereço: 119 3rd Avenue S, Nashville
Horário: Diariamente, das 9h às 19h
Ingresso: US$ 27.95 + taxa. Jovens (6 a 15 anos) pagam US$ 23.95. Crianças até 5 anos têm acesso gratuito, acompanhadas por um adulto.

No coração de Nashville, o Johnny Cash Museum presta tributo ao “Homem de Preto”. Considerado um dos melhores museus musicais do mundo, o espaço reúne letras escritas à mão, figurinos de palco e gravações raras do artista que levou a música country a um novo patamar. 

É impossível sair de lá sem se emocionar com a autenticidade de Cash — e sem cantarolar “Ring of Fire”.

Saiba mais: O que fazer em Nashville

3. Blues Hall of Fame — Memphis, EUA

Museu do Hall da Fama do Blues em Memphis
O Museu do Hall da Fama do Blues é pra ouvir e sentir música

Endereço: 421 S Main Street, Memphis
Horário: de terça a sábado das 10h às 17h. Domingos das 13h às 17h.
Ingresso: adultos pagam US$ 10; estudantes pagam US$ 8; crianças até 12 anos entram de graça, acompanhadas por um adulto.

Este é um dos museus mais empolgantes que já visitei na vida. Se Memphis é o lar do Blues, o Blues Hall of Fame é o templo máximo dessa herança. 

O museu celebra os artistas que transformaram dor e esperança em canção: B.B. King, Muddy Waters, Etta James, Robert Johnson. Painéis interativos e gravações originais (uma coleção vastíssima, que a gente explora meio dançando) ajudam o visitante a mergulhar nas raízes do gênero que deu origem ao rock, ao soul e a muito do que ainda escutamos hoje.

Saiba mais: O que fazer em Memphis, a cidade do Blues


 4. Cais do Sertão — Recife, Brasil

Museu Cais do Sertão em Recife
Um Rio São Francisco, símbolo da alma nordestina,  representado na belíssima cenografia do Museu Cais do Sertão

Endereço: Avenida Alfredo Lisboa, S/N, Recife Antigo
Horários: de terça a sexta das 10h às 16h. Sábados e domingos das 13h às 18h. Na última quinta-feira do mês, tem horário estendido das 10h às 20h. Fechado às segundas.
Ingresso: R$ 10,00 (meia-entrada R$ 5,00). Gratuito toda terça-feira.

Taí um dos melhores museus que já visitei no Brasil. No coração do Recife Antigo, o Cais do Sertão mostra que o Nordeste brasileiro também tem um museu musical à altura dos grandes do mundo. Um dos museus mais premiados e inovadores do Brasil, o lugar merece cada reconhecimento e elogio.

Museu Cais do Sertão no Recife
A identidade nordestina é representada de forma comovente e instigante no Cias do Sertão

O Cais do Sertão combina uma belíssima cenografia, arquitetura contemporânea, tecnologia e cultura popular nordestina — especialmente em torno da figura de Luiz Gonzaga — pra falar de uma cultura riquíssima, de ritmos magnéticos e de um povo afetuoso, criativo e lutador.

Como diz o site do próprio museu, lá o sertão é visto não apenas como um território geográfico, mas como uma condição existencial — um símbolo de resistência, sabedoria, seca e esperança.

Interativo e poético, o espaço celebra o legado de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, e apresenta a cultura sertaneja como fonte inesgotável de invenção e resistência. O visitante pode ouvir sanfonas, remixar ritmos e sentir como o som do sertão moldou o Brasil.

Saiba mais: 4 passeios em Recife pra seu roteiro ficar massa


5. Memphis Rock’n’Soul Museum — Memphis, EUA

Rock’n’Soul Museum em Memphis nos EUA


Endereço: 191 Beale Street, Memphis
Horário: diariamente das 10h às 17h.
Ingresso: US$ 14

Como já falei antes aqui na Fragata, contexto é bom e eu gosto (faço questão). E quem gosta de de Blues, Rock'n'Roll, Soul e outras maravilhas que a África engendrou na terra de Tio Sam tem obrigação — moral, ética e politica — de conhecer a história e a luta do povo construtor da música que faz nossa alma dançar.

Por isso, o excelente Rock’n’Soul Museum éum endereço imperdível em Memphis, um museu musical que não se limita aos 12 compassos do Blues, mas percorre a história e a luta política de quem dedilhava as cordas de aço dos violões, fazia gemer as gaitas e marcava o ritmo em instrumentos rudimentares, como o contrabalde (contrabaixo feito com um balde, uma corda e um cabo de vassoura). 

Contrabalde no Rock’n’Soul Museum em Memphis nos EUA
O contrabalde taí pra provar o engenho e arte dos avós do Rock'n'Roll

Criado em parceria com o Smithsonian — o maior complexo de museus e centros de pesquisa do mundo —, Rock’n’Soul Museum narra o encontro entre os sons das igrejas negras e o ritmo das plantações do Mississippi, mistura que acabaria gerando o rock’n’roll. O acervo inclui guitarras lendárias, jukeboxes e fones para ouvir as faixas que revolucionaram o século 20.

Uma sessão especialmente interessante conta sobre a poderosa relação entre a música o o movimento pelos Direitos Civis dos afro-americanos, na segunda metade do século passado.

Saiba mais: O que fazer em Memphis


 6. Graceland — Memphis, EUA

Graceland, casa de Elvis Presley em Memphis
A visita a Graceland é um mergulho no universo doméstico, na carreira e no legado de Elvis Presley

Endereço: 3717 Elvis Presley Boulevard, Memphis
Horário: 9h às 17h (último tour na mansão começa às 16h)
Ingresso: há várias modalidades de passes, a partir de US$ 50. Saiba mais no post sobre Graceland lincado abaixo.

Ainda em Memphis, o endereço mais visitado do Tennessee é Graceland, a casa de Elvis Presley. Transformada em museu, a mansão mantém o charme kitsch do Rei do Rock — o espaço doméstico que conta muito sobre os gostos e manias de Elvis. O tour é acompanhado por um audioguia,

O complexo de Graceland ainda abriga um enorme pavilhão/museu dedicado à história de Elvis: sua trajetória musical, a carreira cinematográfica, seus carros, os anos servindo ao exército e muito mais.

Saiba mais: Graceland - a casa de Elvis Presley em Memphis


 7. Country Music Hall of Fame — Nashville, EUA

Hall da Fama da Country Music em Nashville nos EUA
No Hall da Fama estão imortalizadas grandes estrelas da Country Music

Endereço: 222 Rep. John Lewis Way S, Nashville
Horário: diariamente das 9h às 17h.
Ingresso: a partir de US$ 31 

OK, você pode não gostar de Música Country (eu mesma não curto). Mas é preciso reconhecer que o planeta é muito melhor com a arte de Carl Perkins, Johnny Cash, Patsy Cline e Willie Nelson, né?

Mas nem é a homenagem a esses e outros gênios que faz do Museu do Hall da Fama da Country Music uma pedida imperdível pra quem ama música. A instituição é simplesmente o que toda grande expressão artística merece ter.

Um dos museus mais modernos dos Estados Unidos, o Country Music Hall of Fame and Museum é um baita centro de pesquisa e documentação sobre um gênero musical que meio define a identidade estadunidense (queria ver algo semelhante feito para o nosso samba).

São mais de 2,5 milhões de itens — discos, instrumentos, trajes e vídeos — e uma coleção infinita de fonogramas que contam a história da Música Country e suas maiores expressões (eu até comecei a ouvir Hank Williams depois da visita) e de seus tributários, como as estrelas do Southern Rock (Creedence, Lynyrd Skynyrd e Allman Brothers) e do Country Rock (Eagles 💓)que eu tanto amo.

E por falar em não gostar de Country, experimente essa playlist redentora:
Trilha sonora para Nashville

Saiba mais sobre a vista ao Country Music Hall of Fame and Museum

8. Casas de Mozart — Salzburgo, Áustria

Estátua de Mozart em Salzburgo
Mozart é tão importante para Salzburgo que tem dois museus na cidade

Casa Natal de Mozart
Endereço: Getreidegasse 9, Salzburgo
Horário: diariamente, das 9h às17:30h. Em, novembro, deembro e janeiro, das 10h às 14h.
Ingresso: € 15 

Residência de Mozart
Endereço: Makartplatz 8
Horário: diariamente, das 9h às 17:30h.
Ingresso: € 15

O tíquete combinado para os dois museus custa € 23

Com toda licença da Noviça Rebelde, Mozart é tão importante para a deslumbrante Salzburgo que ganhou dois museus na cidade.

Uma delas é a Mozart Geburtshaus (Casa Natal de Mozart), no casarão onde a família morava quando o compositor nasceu, em 1776. É uma casa-museu comovente — e visitadíssima.

Como uma boa casa-museu, a Mozart Geburtzhaus fala do cotidiano doméstico — a vida comum de um cara absolutamente extraordinário

O segundo é a Mozart Residenz, um palacete conhecido como Tanzmeisterhaus, onde a família viveu entre 1773 e 1780, quando o compositor deixou Salzburgo por Viena e a glória musical. Esta casa hoje é administrada pela Fundação Internacional Mozarteum e oferece exposições temáticas de longa duração sobre a obra de Mozart.

Nos dois museus, Instrumentos originais, partituras e objetos pessoais ajudam a compreender o gênio por trás de sinfonias imortais. 

Saiba mais: Casas-museus, a vida cotidiana de gente muito especial

 9. Museu Carlos Gardel — Buenos Aires, Argentina

Museu Casa de Carlos Gardel em Buenos Aires
Um lugar pra ouvir Gardel e compreender um pouquinho mais sobre a alma portenha

Endereço: Jean Jaurès 735, Bairro Abasto (Metrô Carlos Gardel, Linha B, a 500 metros)
Horário: segundas, quartas, quintas e sextas das 11h às 19h. Sábados, domingos e feriados das 11h às 20h. Fechado às terças.
Ingresso: ARS 10.000. Gratuito às quartas-feiras.

No bairro de Abasto, em Buenos Aires, está o Museu Carlos Gardel, instalado na casa onde viveu o maior ídolo do tango. Fotografias, roupas e gravações compõem um retrato afetuoso do cantor que deu alma e voz à Argentina. O espaço também sedia pequenas apresentações de tango e projeções de filmes estrelados por Gardel.

Já visitei duas vezes e sou capaz de voltar. Além de adorar Gardel, acho o museu uma super janela para a alma argentina. Imperdível.

Saiba mais: 5 museus bacanas de Buenos Aires - e os passeios que combinam com eles

 10. New Orleans Jazz Museum — Nova Orleans, EUA

Museu do Jazz de Nova Orleans
Desafio você a visitar o Museu do Jazz de Nova Orleans sem dar uma dançadinha

Endereço: 400 Esplanade Avenue, New Orleans
Horário: De terça a domingo: das 9h às 16h. Fechado às segundas-feiras.  
Ingresso: US$ 11. 

Nova Orleans é o berço do jazz, e o New Orleans Jazz Museum, instalado no antigo U.S. Mint (antigo edifício da Casa da Moeda dos Estados Unidos), é uma homenagem vibrante ao gênero. 

Feito mais de sons do que objetos, é um lugar que convida a ouvir e descobrir jazzistas sensacionais e a história de um gênero musical que ganhou o mundo. É um museu dançante, por excelência.

O museu celebra músicos lendários como Louis Armstrong (filho dileto de Nova Orleans que dá nome ao aeroporto da cidade) e tem uma ala dedicada às mulheres no jazz. Também dá espaço aos artistas contemporâneos. Além das exposições permanentes, o local abriga shows, festivais e workshops. 

Quando visitei o Museu do Jazz, delirei com a exposição temporária sobre Professor Longhair (1918–1980), pianista e cantor de Nova Orleans, misturou rumba, blues e boogie-woogie, criando o som único da cidade. Tietado por gente como Robert Plant, Longhair é um dos pais do Rhythm'n'Blues.

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