12 janeiro 2013

Os viajantes, as crises e a vida real

Grafite de protesto em Coimbra
No grafite próximo à Universidade de Coimbra, em 2012, uma paródia amarga da canção símbolo da democracia portuguesa. Na época, o país atravessava uma grave crise econômica decorrente das políticas de arrocho impostas aos portugueses

Atualizado em fevereiro de 2020

Nas minhas últimas férias na Europa — um roteiro por Barcelona, Valência e Malta —, encontrei a capital catalã em plena ebulição.

Barcelona aguardava com ansiedade a divulgação a sentença da Suprema Corte espanhola para o nove líderes independentistas catalães. Por toda parte havia cartazes, pichações, bandeiras da Catalunha e fitas amarelas, símbolo do movimento pela libertação dos presos.

Protesto contra prisão de ativistas em Barcelona
Protesto contra prisão de ativistas em Barcelona

"Liberdade para os presos políticos", cobravam as faixas e cartazes espalhados por Barcelona, em setembro de 2019


Dois dias após eu embarcar para o Brasil saiu o veredito — condenações a penas que iam dos nove aos 13 anos de prisão — e a Catalunha explodiu em protestos que reuniam centenas de milhares de pessoas, paralisavam os transportes públicos e fechavam aeroportos.

Algumas pessoas comentaram sobre a minha sorte por eu ter viajado antes desses eventos. Eu, como jornalista e como cidadã, teria feito questão de assistir de perto esse fragmento da História.

Convocação antifascista em Roma
Convocações antifascistas em Roma (no alto), em 2015, e em Paris (acima), em 2014

Crises políticas e manifestações de protesto fazem parte da vida real. Em geral, atestam muito mais a saúde política de uma sociedade do que sua degeneração. Eu cresci em um Brasil onde a mera reunião de algumas pessoas podia resultar em prisões — às vezes, em tortura e morte. Não quero voltar a esse país.

Passeata da Greve Geral pelo Clima em Barcelona
Passeata da Greve Geral pelo Clima em Barcelona
Passeata da Greve Geral pelo Clima em Barcelona

Passeata da Greve Geral pelo Clima no Passeig de Gràcia, em Barcelona, em setembro de 2019


Se durante uma viagem você topar com esse tipo de situação, tem duas opções: afastar-se e continuar sua programação turística ou, caso simpatize com a causa, aderir à manifestação. Não há motivo para pânico nem alarme.

Tome os cuidados ditados pelo bom senso e aproveite a oportunidade de ver ao vivo a vida real do lugar que está visitando. Veja como:

Greve dos trabalhadores do Parador de Santiago de Compostela
Piquete de greve dos trabalhadores do Parador de los Reyes Católicos, o hotel mais chique de Santiago de Compostela, em dezembro de 2012

Consulta sobre a independência da Catalunha
Convocação para uma consulta popular sobre a independência da Catalunha, em 2011


Como lidar com manifestações e crises políticas durante uma viagem  


No Natal de 2012, em Lisboa, eu pretendia fazer um bate e volta a Sintra no dia 25/12, meio que pra ver a famosa cidade, meio que para driblar a falta do que fazer na capital durante o feriado, quando museus, restaurantes e comércio estariam fechados. 

Pois dei de cara com a greve dos trabalhadores da ferrovia que liga Lisboa a Sintra e tive que improvisar. A dica veio de um dos grevistas que participava da manifestação e panfletagem na porta da Estação do Rossio, de onde partem os trens para Sintra: a linha de Lisboa para Setúbal não estava em greve. Lá fui eu, portanto, conhecer uma cidade adorável, que não estava nos meus planos.

O prazer de conhecer Setúbal só aconteceu porque tive a curiosidade de conversar com os grevistas e perguntar a razão de sua mobilização (era contra demissões). Grandes dicas de viagem costumam mesmo surgir da contemplação da vida real.

Convocação feminista em Dublin
Protesto contra o feminicídio em Buenos Aires
No alto, convocação para um ato de apoio a uma vítima de violência sexual em Dublin, em 2014. Acima, a Avenida de Mayou, em Buenos Aires, temporariamente rebatizada em homenagem a uma vítima de feminicídio pelo movimento Ni una a menos, em 2017
Faixa do Movimento "Não é Não" em Roma
"Não significa não", lembra a faixa pendurada em uma ponte do Rio Tibre, em Roma, em 2015

Jamais vou conseguir entender gente que atravessa metade do planeta para contemplar o próprio umbigo. É aquele tipo de viajante que tem um orgasmo quando descobre "um bar em Paris que faz uma caipirinha espetacular", ou que parece ter ganhado na loteria ao encontrar um restaurante da Rua 46, em Nova York, que serve feijoada.

Ninguém duvida que viajar pra encontrar o nosso cotidiano é perda de tempo e de dinheiro. Mas ficar alheia ao cotidiano do lugar visitado também é perder grandes oportunidades de entender um pouquinho mais do mundo. O turista avestruz enfia a cabeça na coleção de postais e percorre os destinos completamente indiferente à vida real que se desenrola ao seu redor. E perde o melhor da viagem.

Cada um viaja do jeito que gosta, mas pra mim viajar não é ticar itens numa lista de atrações ou me esconder da vida real em resorts assépticos, preservados de qualquer contato com a população e a realidade locais.

Mesmo que isso signifique topar com uma greve de transportes, um protesto ruidoso ou com as cicatrizes que as crises mundo afora deixam na vida cotidiana dos lugares que eu visito.

Estação Baquedano do Metrô de Santiago do Chile
Em 2019, o Chile foi sacudido por imensos protestos contra a desigualdade e melhores condições de vida. A estação Baquedano do Metrô de Santiago, onde se concentravam os manifestantes antes das marchas, lembra o movimento em painéis fotográficos
Mural sobre as vítimas da violência policial em Santiago do Chile
Pelo menos 140 pessoas foram feridas nos olhos por fragmentos de bombas e balas de borracha disparadas pela polícia chilena durante os protestos de 2019. Este Painel em Providencia lembra essas vítimas
Convocação para o 1º de Maio em Atenas
Convocação para o 1º de Maio em Atenas, em 2024
Convocação para uma greve geral na Grécia em Nafplio

"Revolta Popular. Greve Geral", convoca a faixa afixada em Nafplio, na Grécia, em setembro de 2012


Antes de embarcar para a Grécia, em setembro de 2012, algumas pessoas me perguntavam se eu não tinha medo de ter a viagem prejudicada pelos frequentes protestos contra a política de austeridade que vinha cobrando a conta da crise internacional dos trabalhadores do país.

Ouvi coisa bem parecida quando fui passar o fim de ano em Portugal e na Galícia, também em 2012, e quando visitei a Irlanda, em 2014.

Apoio à causa palestina em Dublin
O apoio à Palestina é tema frequente de manifestações. Esta convocação era para um ato em Dublin, em agosto de 2014
Apoio à causa palestina em Ávila na Espanha
O cartaz singelo estava em um balcão da cidade de Ávila, na Espanha
Apoio à causa palestina no metrô de Paris
Este adesivo foi colado em um vagão do metrô de Paris, em 2014
Apoio à causa palestina em Cefalônia na Grécia
A cabine de banhistas da Praia de Emelise, na Ilha de Cefalônia (Grécia), também ganhou uma pichação em apoio à Palestina, em maio de 2014

Minha resposta foi sempre a mesma: para mim, o contato com a vida real é a melhor experiência de qualquer jornada.

A gente não precisa ir procurar emoções em áreas de guerra, por exemplo (sou louca para conhecer Damasco, mas não vai ser agora), mas é bobagem deixar de ir a lugares maravilhosos por medo de passeatas — que, aliás, costumam acontecer em horas e locais pré determinados e dificilmente cruzarão o nosso caminho, se não procurarmos por elas.

Passeata do 8 de Março em Barcelona
Passeata do 8 de Março em Barcelona, em 2011

Evitar o gás lacrimogêneo, OK. O que não se justifica é ficar alheio ao ambiente, como se o mundo fosse apenas uma galeria morta de acidentes geográficos e monumentos de pedra e cal a serem contemplados.

É parte essencial da experiência de viajante acompanhar um pouquinho do noticiário, conversar com as pessoas sobre o tempo, a política e o futebol.

Na Grécia, por exemplo, lamentei imensamente que a barreira do idioma tenha me impedido de vivenciar os acontecimentos mais de perto.

Greve de trabalhadores da limpeza urbana em Dublin
Quando visitei Dublin, em agosto de 2014, trabalhadores de uma empresa de coleta seletiva estavam realizando uma longa greve contra cortes de salário que recebeu muitas manifestações de apoio popular
Protesto contra políticas de arrocho em Portugal

Até papai Noel aderiu a um protesto contra o arrocho, realizado em dezembro de 2012, em Lisboa


Uma das melhores experiências de viagem da minha vida foi em Buenos Aires, em plena convulsão social após a queda do presidente De La Rúa, em 2002. Ver o povo argentino nas ruas, lutando, me tornou eternamente fã dos hermanos.

Quando os jovens parisienses quase reeditaram o Maio de 68, protestando contra um projeto de flexibilização das leis trabalhistas, em 2006, eu estava lá e acompanhei de perto as manifestações. Vibrei com a derrota da proposta como se fosse uma Copa do Mundo.

 Em Barcelona, não pensei duas vezes em me integrar à Passeata do 8 de Março em Barcelona, em 2011.

E a melhor coisa da minha vida de viajante foi ter podido estar em Lisboa, em 2024, pra participar de uma imensa passeata em comemoração aos 50 anos da Revolução dos Cravos, dia 25 de Abril.

Pichação de protesto em Évora
Voto com o relator. Évora (Portugal), dezembro de 2012

Não alterei meus planos para acompanhar ao vivo as grandes manifestações da greve geral de 26 de setembro de 2012, em Atenas  — eu estava em Nafplio e quase perdi o barco para as ilha de Hidra e Spétses, pois os motoristas dos ônibus da KTEL que me levariam ao Porto de Tollos aderiram à paralisação.

Se tivesse perdido o passeio, talvez tivesse ido a Argos, a 11 km de Nafplio, onde houve um ato público dos grevistas da Argólida, demonstrando minha solidariedade.

Grafite de protesto contra a Troika em Coimbra em Portugal
Coimbra: protesto contra a Troika — a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional (FMI), organismos que negociavam com os países europeus em crise em 2012 e impunham condições draconianas para o resgate financeiro dos endividados

Em 2012, a crise na Europa estava brabíssima, mesmo. Em países como a Grécia, a Espanha e Portugal (por coincidência, meus destinos de viagem naquele ano) as pessoas estavam perdendo o emprego, os benefícios sociais e a esperança.

Não era justo que também perdessem os visitantes — é bom lembrar que o turismo tem um papel significativo naquelas economias — ainda mais quando esses destinos continuavam lindos, cordiais e fascinantes.

Passeata dos 50 anos da Revolução dos Cravos em Lisboa
O melhor de 2024: estar em Lisboa e poder participar da imensa passeata que comemorou os 50 anos da Revolução dos Cravos, dia 25 de Abril


Como agir em caso de manifestações durante seu roteiro turístico

1- Preste atenção à vida real

Quando se compreende minimamente o idioma local, acompanhar o noticiário dos lugares que visitamos (nem que seja só uma olhadinhas nas manchetes expostas nas bancas de jornais) é um bom instrumento pra se entender um pouco melhor nosso destino turístico — sem contar que pode ajudar na nossa segurança.

Com a internet, é ainda mais fácil acompanhar o noticiário sobre o local visitado, inclusive em idiomas mais populares pra nós, como inglês e espanhol. Assim, se o clima político da cidade estiver quente, você não será apanhada desprevenida.

Outdoor na Cidade do Porto critica a crise europeia

O outdoor na entrada da Cidade do Porto apontava o X da questão da crise vivida por Portugal em 2012


2- Informe-se direitinho sobre o local da manifestação

Se você tiver notícia de uma manifestação (por um cartaz na rua, por exemplo), busque informações sobre ela na internet e também no seu hotel (ou no bar da esquina, ou com o motorista do uber...).

As convocações para atos políticos (panfletos, cartazes e postagens nas redes sociais) sempre informam o horário e o local de concentração — no caso de passeatas, é bom saber qual o trajeto.

Sabendo onde ocorre o protesto, você pode montar seu itinerário para ficar longe dele, se assim preferir — ou se juntar a ele, se a causa lhe parecer justa.

grafite de protesto em Coimbra, Portugal
Tinham apagado o futuro, mas ele sempre acende de novo (Coimbra, 2012)

3- Saiba qual o motivo da manifestação

Caso você necessariamente tenha que cruzar o caminho de uma passeata, procure saber qual é a causa defendida pelos manifestantes.

Normalmente, trabalhadores em greve não vão às ruas agredir ninguém, ainda que possam atrair repressão policial.

Protestos contra a violência de gênero, o racismo e a homofobia, manifestações de estudantes e ambientalistas costumam ser do bem e da paz. Eu não teria o menor receio de caminhar próxima a esses grupos — sou mesmo capaz de me juntar a eles.

Mas eu correria léguas de manifestações com cunho intolerante — racistas, fascistas, xenófobas, masculinistas, orgulho hétero e outras do gênero.

A Europa na Fragata Surprise

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10 comentários:

  1. Eu fui a Buenos Aires em 2009 e boa parte do prazer da viagem foi tirar fotos das mais variadas e criativas pichações políticas que já vi :)

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  2. Uma das coisas que mais gosto de fazer é conversar com as pessoas, ouvir as histórias delas. Em Buenos Aires, por exemplo, a resenha política dos motoristas de táxi é uma parte imperdível da viagem..

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  3. Não dá para estar, sem estar. Para mim, ir e não perceber o local, é como não ter ido. Peguei a Greve Geral em Lisboa em nov/2012 e várias manifestações na Espanha e acabaram sendo pontos altos e inesperados da viagem. Gosto de perceber o momento daquela população, daquela cultura, além de fazer comparações históricas com nossa realidade. Abraços.

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    1. Paula,
      Manifestações políticas, especialmente as grandes mobilizações populares, só enriquecem a viagem.
      Pior são outras ocorrências. Tenho dois atentados do ETA "no currículo" (o estacionamento do Terminal 4 Aeroporto de Barajas foi pelos ares poucas horas depois de eu ter chegado a Madri, em dez/2006. Em 2005, explodiram um estacionamento em Santiago de Compostela quando eu estava fazendo o caminho).
      Também estava em Roma quando um quebra quebra generalizado, a partir da morte de um torcedor da Lazio pela polícia, literalmente botou fogo na cidade. Também já peguei um quebra quebra em Lima, contra a visita de George Bush.

      No começo deste mês, estreei no capítulo Desastres Naturais, com um temporal bem na minha chegada a Quito, com direito a queda de barreiras e interdição do acesso ao aeroporto por algumas horas.

      O fundamental é tirar de letra.
      abs

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  4. Penso o mesmo, mas é uma pena que a maioria dos brasileiros não pense assim.
    Acabei de chegar de Cuba e algo me chamou bastante a atenção lá: rodamos o país inteiro sem encontrar nenhum brasileiro, só que o aeroporto de Havana (tanto na ida, quanto na volta) estava lotado de brazucas. Fomos tentar entender e o que observamos é que a maioria dos brasileiros fazia apenas o roteiro entre Varadeiro e Cayo Largo e, no máximo, passavam alguns diazinhos em Havana pra dizer que foram. Infelizmente, não conhecem como vivem os cubanos, ou seja, não conhecem Cuba.
    Pra mim, conhecer um país é viver como os nativos: enfrentar os mesmo perrengues, compartilhar experiências e, principalmente, ouvir o que tem a dizer...

    Seu blog é ótimo! Estou encantada! :)

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    1. Obrigada, Ana!
      Pois é, não consigo entender a atração pelos roteiros esterilizados, distantes da realidade local. Beijo

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  5. Para mim em uma viagem o mais importante é me misturar com as pessoas, então não gosto do tipo de viagem que se vê tudo através dos vidros de um carro alugado com ar condicionado ou taxi. Gosto de entrar nos transportes publicos e ver como as pessoas vivem no dia a dia ou mesmo como os locais aproveitam dos pontos turisticos de seu proprio pais.
    Passei 21 dias na China andando para cima e para baixo, andando de trens noturnos em vagões normais (pois os vagões-dormitorios jah estavam completos reservados pelas agências de turismo), ou seja, 10 horas confinada com centenas de chineses e posso dizer que de toda essa experiência os chineses são adoraveis. Porém tenho amigos que fizeram o tipo de viagem "asseptica", sem nenhum contato com os locais, e ai voltaram com uma imagem horrivel dos chineses pois uma ou duas vezes foram "maltratados" quando foram largados 5 minutos sozinhos para compras! Claro que sempre podemos nos deparar com uma pessoa chata, mas eu acho que o problema é em 99% dos casos do turista, que chega com a sua forma de ser e não se interessa em entender e respeitar os locais e acaba cometendo alguma gaffe muito feia do ponto de vista local... Na China é muito comum o turista ocidental chegar "se acahando" pois ele tem a grana e quer pagar o menor preço possivel e menosprezar o chinês, que para ele estah muito abaixo. Ou então na França, (onde moro), os turistas (principalmente brasileiros) chegam atropelando para pedir uma informação, sem dizer primeiro "bom dia", "desculpa interrompe-lo" e quer que o local que estah no metrô atrasado para ir para o trabalho (e as vezes nem é francês, mas um estrangeiro que mora aqui) seja todo sorrisos e boa vontade...

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    1. Pois é, Milena, a melhor experiência de uma viagem é ver a vida real :)

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  6. Estive na Turquia, ano passado, pegamos uma manifestação pesada, queria chegar mais perto por curiosidade, mas o melhor mesmo foi nos abrigarmos, porque a coisa foi feia e quase perdemos o vôo

    Sempre tenho interesse em saber o que se passa nos países que visito e ter contato com os locais a respeito do momento atual, com as diversas opiniões

    Vi as pixações nas fotos, algumas achei ridiculas, sem propósito e burras, mas ainda assim valem a pena dar uma olhada

    Chega a ser hilário ver partidos políticos ostentando símbolo de foice e martelo, algo ai explica a crise europeia nos paises do sul, governados um bom tempo por socialistras e socias -democratas

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    1. Viajando ou em casa, prezado Anônimo, é sempre enriquecedor tentar ouvir o que diz o outro, sem descartar pontos de vista de de saída, rotulando-os de "ridículos", "sem propósito" ou "burros". O mundo fica bem maior e interessante.

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