Por Bruno Santana
Localizada em uma das áreas mais bonitas de Salvador, a Bahia Marina — aos pés da Avenida Contorno, de cara para a Baía de Todos os Santos — se define como um "centro de lazer e gastronomia", com várias lojas e restaurantes.
Vocês podem me chamar de preconceituoso, mas até algumas semanas atrás, eu classificava a Bahia Marina como um daqueles lugares que eu "não fui e não gostei": minha ideia era de uma atmosfera elitista, um contraste desagradável com a comunidade da Gamboa, vizinha, e um bocado de restaurantes pega-turistas sem muitos atrativos.
Bom, eu estava errado… em partes. Veja como foi minha experiência:
Estive na Marina com a família há algumas semanas e pude comprovar a disposição do lugar em cobrar o dobro por quase tudo apenas pela localização (ou seja, não vá se estiver com a grana curta).
Também deu pra sentir o esperado incômodo no fundo da cabeça, também conhecido como velha culpa burguesa, de estar a poucos metros de uma comunidade abandonada por qualquer resquício de poder público que ainda porventura exista por aqui.
Em termos gastronômicos, entretanto, é que eu fui alegremente surpreendido pela Bahia Marina.
É verdade que eu já tinha plena consciência de que lá funciona a filial mais antiga do Soho, provavelmente o melhor japonês de Salvador. Mas qual o sentido de me deslocar até o outro lado de Salvador quando há um Soho muito mais conveniente, no Itaigara?
Pensando nisso — e levando em conta as preferências gustativas do grupo —, escolhemos outro local para jantar: o Restaurante Lafayette, comandado pelo chef Gabriel Rodrigues e com foco na gastronomia mediterrânea. Escolha deveras inspirada, devo dizer.
Localizada em uma das áreas mais bonitas de Salvador, a Bahia Marina — aos pés da Avenida Contorno, de cara para a Baía de Todos os Santos — se define como um "centro de lazer e gastronomia", com várias lojas e restaurantes.
Vocês podem me chamar de preconceituoso, mas até algumas semanas atrás, eu classificava a Bahia Marina como um daqueles lugares que eu "não fui e não gostei": minha ideia era de uma atmosfera elitista, um contraste desagradável com a comunidade da Gamboa, vizinha, e um bocado de restaurantes pega-turistas sem muitos atrativos.
Bom, eu estava errado… em partes. Veja como foi minha experiência:
Onde comer na Bahia Marina
Estive na Marina com a família há algumas semanas e pude comprovar a disposição do lugar em cobrar o dobro por quase tudo apenas pela localização (ou seja, não vá se estiver com a grana curta).
Também deu pra sentir o esperado incômodo no fundo da cabeça, também conhecido como velha culpa burguesa, de estar a poucos metros de uma comunidade abandonada por qualquer resquício de poder público que ainda porventura exista por aqui.
Em termos gastronômicos, entretanto, é que eu fui alegremente surpreendido pela Bahia Marina.
É verdade que eu já tinha plena consciência de que lá funciona a filial mais antiga do Soho, provavelmente o melhor japonês de Salvador. Mas qual o sentido de me deslocar até o outro lado de Salvador quando há um Soho muito mais conveniente, no Itaigara?
Pensando nisso — e levando em conta as preferências gustativas do grupo —, escolhemos outro local para jantar: o Restaurante Lafayette, comandado pelo chef Gabriel Rodrigues e com foco na gastronomia mediterrânea. Escolha deveras inspirada, devo dizer.
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Casquinha de siri |
O Restaurante Lafayette — assim batizado em referência ao nome oficial da Avenida Contorno, Lafayette Coutinho — já recebe seus comensais com a devida pompa, com um projeto arquitetônico bem-pensado, que aproveita ao máximo sua posição estratégica, na beira do mar.
Tanto a varanda, debruçada na água e sombreada por algumas árvores, como a parte interna, totalmente envidraçada e com a cozinha exposta, são milimetricamente pensados para que não esqueçamos um segundo sequer da nossa posição privilegiada (entenda como quiser).
Tanto a varanda, debruçada na água e sombreada por algumas árvores, como a parte interna, totalmente envidraçada e com a cozinha exposta, são milimetricamente pensados para que não esqueçamos um segundo sequer da nossa posição privilegiada (entenda como quiser).
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A vista da varanda do Lafayette: seria perfeita sem a trilha sonora das lanchas |
Escolhemos ficar na varanda do restaurante, o que, mesmo com a brisa agradável do início de noite, pode não ter sido a decisão mais inteligente: uma das lanchas estacionadas na Bahia Marina bombava música da pior qualidade como se não houvesse amanhã.
Isso prejudicou um pouco a experiência — e só piorou quando outra embarcação semelhante aportou e resolveu competir com a já existente para definir qual das duas emitia um som mais alto e de pior gosto. Talvez a parte interna abafasse um pouco desta cacofonia metida a besta.
Isso prejudicou um pouco a experiência — e só piorou quando outra embarcação semelhante aportou e resolveu competir com a já existente para definir qual das duas emitia um som mais alto e de pior gosto. Talvez a parte interna abafasse um pouco desta cacofonia metida a besta.
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Esse risoto de pato fez o nosso colunista suspirar |
Felizmente, nem isso foi capaz de tirar o brilho da refeição. Todos os pratos que experimentamos estavam excelentes, desde a casquinha de siri até os risotos de camarão com manga, camarão crocante e pato com maçã verde.
Este último, minha escolha, merece uma menção especial: é difícil encontrar um restaurante em Salvador que prepare da forma correta a ave. O pato do risoto do Lafayette estava perfeito — no ponto, bem-temperado e tratado da forma correta.
A combinação com a maçã verde foi a cereja (ou seria… maçã?) do bolo. Delicioso!
Este último, minha escolha, merece uma menção especial: é difícil encontrar um restaurante em Salvador que prepare da forma correta a ave. O pato do risoto do Lafayette estava perfeito — no ponto, bem-temperado e tratado da forma correta.
A combinação com a maçã verde foi a cereja (ou seria… maçã?) do bolo. Delicioso!
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Risoto de camarão |
Merece uma nota muito positiva também o atendimento do Restaurante Lafayette, cortês e atencioso desde o primeiro momento.
Um dos pratos, ainda que individual, foi pedido para ser dividido entre duas pessoas à mesa, e a cozinha tomou o cuidado de, em vez de simplesmente entregar um prato extra vazio, dividir a refeição em dois pratos menores, com a montagem perfeita — ponto para o Lafayette.
Aliás, é bom notar que, contrariando as expectativas para esse tipo de restaurante, as porções padrão da casa são bem grandes — a ponto de deixar este que vos escreve, um notório glutão, satisfeito muito antes da última garfada.
Um dos pratos, ainda que individual, foi pedido para ser dividido entre duas pessoas à mesa, e a cozinha tomou o cuidado de, em vez de simplesmente entregar um prato extra vazio, dividir a refeição em dois pratos menores, com a montagem perfeita — ponto para o Lafayette.
Aliás, é bom notar que, contrariando as expectativas para esse tipo de restaurante, as porções padrão da casa são bem grandes — a ponto de deixar este que vos escreve, um notório glutão, satisfeito muito antes da última garfada.
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Sobremesa: sorvete emperiquitado |
As sobremesas do Lafayette, entretanto, não conseguiram repetir o sucesso dos pratos principais.
Pedimos um tiramisù, que não agradou totalmente por ter coco em sua composição (e, veja bem, nada contra adicionar elementos inusitados a receitas tradicionais — desde que isso seja bem avisado no cardápio, o que não era o caso).
A outra sobremesa, cujo nome me falta agora, era uma espécie de sanduíche de sorvete com uma geleia de morango no meio e mais sorvete de chocolate ao lado. Não estava ruim, mas era basicamente só… sorvete. Mais sorte da próxima vez, portanto.
Pedimos um tiramisù, que não agradou totalmente por ter coco em sua composição (e, veja bem, nada contra adicionar elementos inusitados a receitas tradicionais — desde que isso seja bem avisado no cardápio, o que não era o caso).
A outra sobremesa, cujo nome me falta agora, era uma espécie de sanduíche de sorvete com uma geleia de morango no meio e mais sorvete de chocolate ao lado. Não estava ruim, mas era basicamente só… sorvete. Mais sorte da próxima vez, portanto.
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Risoto de camarão com manga |
No fim das contas, a experiência no Restaurante Lafayette merece elogios, especialmente pela comida de primeira e pelo atendimento à altura; a localização também é um ponto alto, embora traga o problema das lanchas com péssima trilha sonora.
Os preços não são lá dos mais amigáveis, embora estejam na média para um restaurante de alto padrão em Salvador — cerca de R$30 pelas entradas, R$70 pelos pratos principais e R$20 pelas sobremesas.
Vale para uma visita numa data especial ou, no caso dos que não são daqui, um belo almoço admirando a Baía de Todos os Santos. Com ou sem culpa burguesa.
Restaurante Lafayette
Bahia Marina - Av. Lafayette Coutinho, 1010, Salvador-BA.
De segunda a quinta das 12h às 15h e das 18h à meia-noite, sexta e sábado das 12h às 01h e domingo das 12h às 22h. Estacionamento (pago) no local.
Os preços não são lá dos mais amigáveis, embora estejam na média para um restaurante de alto padrão em Salvador — cerca de R$30 pelas entradas, R$70 pelos pratos principais e R$20 pelas sobremesas.
Vale para uma visita numa data especial ou, no caso dos que não são daqui, um belo almoço admirando a Baía de Todos os Santos. Com ou sem culpa burguesa.
Restaurante Lafayette
Bahia Marina - Av. Lafayette Coutinho, 1010, Salvador-BA.
De segunda a quinta das 12h às 15h e das 18h à meia-noite, sexta e sábado das 12h às 01h e domingo das 12h às 22h. Estacionamento (pago) no local.
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