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Paisagem alentejana nos arredores de Évora: com um
carro, é mais fácil explorar cenários como este |
E, mesmo com os pedágios, onipresentes nas autoestradas, viajar de carro em Portugal não vai quebrar seu orçamento.
Em meu roteiro em Portugal, rodei 1.560 km em 16 dias. Trafeguei tanto pelas autoestradas quanto por estradinhas cabeludas, cheias de curvas e sobe e desce.
Tirando um trechinho entre Piódão (na Serra do Açor) e Coimbra, não vi buracos no asfalto.
Neste post, organizei todas as dicas práticas que anotei ao longo do caminho, pra você poder viajar de carro em Portugal com segurança e organização. Garanto que você vai adorar.
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A fofíssima Aveiro, uma das cidades que acrescentei à minha
infindável lista de xodós portugueses nessa viagem |
A Permissão Internacional para Dirigir é, a rigor, uma tradução oficial da sua carteira de motorista. Na terrinha, naturalmente, não há necessidade de traduzir nada.
Exigências para alugar um carro em Portugal
Caso alguém vá revezar a direção com você, é necessário informar isso no ato da reserva (o registro de motoristas adicionais tem custo no contrato de aluguel).
Em geral, as locadoras exigem que quem vai dirigir um carro alugado em Portugal tenha mais de 25 anos. Preste atenção a esse detalhe.
Como aluguei o carro em Portugal
Desta vez, voltei a contratar o aluguel pela internet. Pesquisei uma série de sites de locadoras e encontrei o preço mais em conta pelo agregador AutoEscape, que reúne ofertas de diversas companhias.
A locadora foi a Drive on Holydays. O automóvel escolhido foi um VolksWagen Polo, o único carro com câmbio manual que prometia acomodar quatro malas no bagageiro.
Dizem que a gente acostuma rapidinho com o câmbio automático, mas não acho que uma viagem pela estrada seja a melhor hora pra treinar, né?).
Na hora de receber o carro
De lá, uma van leva até a sede da locadora para a retirada do veículo.
Falei que tinha reservado um Polo, né? Pois na hora H o carro que estava disponível para mim era um Toyota Yarys, supostamente similar ao Polo.
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Piódão, uma das aldeias de xisto de Portugal. Com apenas 70
habitantes, ela encanta com suas casinhas de pedra e telhados de ardósia. Visitá-la
usando transporte público seria inviável |
Não sei se o Polo ia cumprir a promessa de acomodar nossas bagagens a contento, mas tive que fazer uma especialização relâmpago em engenharia para acomodar três das nossas quatro malas no bagageiro do Yaris.
Quanto custou o aluguel do carro em Portugal
Só que esse preço não é O preço, pois inclui apenas um seguro basiquíssimo.
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Na minha estadia em Amarante, pegava essa estradinha linda
diariamente para ir à cidade. Viajando de carro, foi possível aproveitar o
aconchego da hospedagem rural, uma das delícias de Portugal |
Preferi a segunda opção — conheço duas pessoas que tiveram o carro arrombado em Portugal.
Outros custos para viajar de carro em Portugal
Pedágios em Portugal
As autoestradas portuguesas são todas pedagiadas e o aparelhinho quebra o maior galho, já que a gente passa direto por uma faixa demarcada (procure a indicação Via Verde pintada no asfalto e nas placas afixadas sobre as guaritas dos postos de pedágio) e ele vai registrando nossa dívida.
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Tem que ter sangue frio para dirigir naquelas estradinhas
cheias de curvas fechadas, subidas e descidas muito íngremes da Serra da
Estrela. Mas a paisagem compensa a taquicardia |
No caso da Drive on Holidays, o pagamento é feito à empresa, no ato da devolução do automóvel. Eles fazem a leitura do aparelhinho e cobram o total devido.
Nesta viagem de 16 dias, gastamos € 80 em pedágios. Considerando que percorremos 1.560 km, o valor foi bem camarada.
As estradas secundárias de Portugal, em geral, não são pedagiadas. Nas autoestradas, as cancelinhas são presença constante.
By the way: pedágio, em Portugal, chama-se portagem.
Combustível em Portugal
Nas autoestradas de Portugal, os postos de combustível geralmente ficam em áreas de serviço com lojas de conveniência, estacionamento, área de descanso, toaletes e restaurantes.
Ao longo da pista, as placas avisam a que distância está a próxima área de serviço (e a seguinte). Não deixe o tanque chegar no osso, porque cheguei a rodar 50 km entre um posto e outro.
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Preste atenção às placas anunciando as áreas de serviço |
Os estacionamentos públicos funcionam como uma “zona azul automática”, com parquímetro — sem vendedor de talão — cobrando tarifas entre 8h e 20 horas (em alguns casos, 19h).
Aos sábados, a cobrança costuma ir até o meio-dia. Aos domingos, estacionar costuma ser de graça.
Para parar o carro na rua (em áreas permitidas, claro), é preciso ir até um parquímetro (máquinas azuis, bem fáceis de notar) e depositar o valor referente ao tempo que você pretende deixar o carro estacionado — o máximo, em geral, são quatro horas.
O recibo emitido pela máquina deve ser deixado à bem vista, no painel do carro, caso contrário a fiscalização vai lhe dar uma multa salgada.
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Em Coimbra, fiquei em um hotel sem garagem e parava o carro
do outro lado da rua, em um estacionamento público pago |
Uma coisa legal do parquímetro é que ele é inteligente: eu parava o carro à noite, quando não há cobrança de tarifa, e já pagava os valores referentes à manhã seguinte, a partir das 8h, quando começa a cobrança, até a hora que eu calculava sair do hotel.
Atenção, porque os parquímetros só aceitam moedas.
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Estacionamento no Centro Histórico de Évora. Repare no
detalhe (acima), a placa identificadora e o parquímetro |
Sempre que estávamos com as malas no carro, eu preferi essa opção, mais cara, mas mais segura. Em Coimbra, por exemplo, paguei € 5,85 pra deixar o carro por cinco horas em um desses estacionamentos.
As máquinas onde deve ser feito o pagamento aceitam moedas ou notas e dão troco. A pegadinha é que não pode ser qualquer nota. Para despesas menores que €3, por exemplo, só são aceitas notas de €5.
Em tempo: em Portugal, estacionamentos se chamam parque (daí o nome parquímetro dos equipamentos) e são identificados por um P branco, sobre fundo azul, nas placas de rua.
Carro x transporte público em Portugal
Nesta viagem a Portugal, não creio que eu conseguisse visitar nem a metade dos lugares onde estive, se dependesse de ônibus ou trens.
De carro, pudemos desfrutar do charme e aconchego de hospedagens rurais, em Amarante e em Évora. Fizemos viagens bate e volta que seriam muito complicadas ou inviáveis com transporte público — como ir de Coimbra a Seia, na Serra da Estrela, e voltar por Piódão, uma das famosas aldeias de xisto da Serra do Açor.
Ou aproveitar a estadia em Aveiro para esticar um almoço preguiçoso na Praia da Costa Nova, antes de tocar para o Porto. Ou, ainda, decidir em cima da hora uma escapadinha de Évora até o Castelo de Montemor-o-Novo.
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A visita ao Castelo de Montemor-o-Novo foi decidida de
última hora. Amei, recomendo e só deu pra fazer porque eu estava de carro |
Considerando, ainda, que nosso grupo chegou a ter cinco pessoas — eu, minha mãe, os dois sobrinhos e a namorada do sobrinho — ficou muito mais barato viajar de carro em Portugal do que usar transporte público.
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Nosso possante (o carro branco, à direita) pronto pra dormir
em segurança no estacionamento do hotel em Alcobaça. A foto do Mosteiro (no
alto) foi feita da janela do meu quarto |
As rotas em Portugal: como se orientar
Para me orientar, eu usei o aplicativo NokiaMaps, do celular que usava na época, um Lumia. O bichinho quebrava o galho, mas fez algumas burradas.
Desta vez, portanto, eu estava decidida a alugar um GPS. Só que na hora de retirar o carro, o preço do aluguel do aparelho estava perto do obsceno e mudei de ideia.
E quer saber? O Google Maps é bem eficiente para orientar uma viagem de carro em Portugal.
Na verdade, as estradas principais de Portugal são muito bem sinalizadas, não tem muito como errar o caminho, mesmo sem o amparo de um aplicativo. Eu sei, porque na minha primeira viagem de carro no país eu não contei com essa ajudae deu tudo muito certo.
O Google Maps, porém, é útil demais na hora de pegar as estradinhas mais escondidas e, principalmente, na hora de entrar nas cidades.
Eu, que já amo (#sqn) dirigir em centros urbanos, fico especialmente tensa trafegado em uma cidade desconhecida, tentando não entrar em nenhuma contramão nem ser multada por alguma trapalhada.
A única grande burrada do Google Maps foi em Amarante. Nosso hotel fica no distrito de Fridão, a 25 km da cidade, uma rota fácil e sem perrengue (apesar das muitas curvas). Só que o bendito aplicativo não reconhece — ou não gosta — da estradinha que teria nos deixado de cara para o gol.
O resultado é que o Google nos apontou uma rota louca pelas montanhas, uma estrada inacreditável de precária, sempre à beira do precipício.
Depois de mais de uma hora de aventuras involuntárias (vocês precisavam me ver manobrando o carro para dar meia volta em uma pista que devia ter no máximo dois metros de largura, com os pneus roçando o abismo) um pastor de ovelhas muito simpático, o único ser humano que encontramos no meio da floresta, nos indicou o caminho certo.
Francamente, não sei se o GPS teria nos livrado dessas peripécias, mas na hora eu queria jogar o celular na pirambeira.
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Estradinha para Piódão: a paisagem é bonita, mas a é pista
estreita, sem acostamento e cheia de curvas fechadas. Exige muita atenção ao
volante |
Internet em Portugal
Não tem serviço de voz (e quem é que já me viu falando ao telefone, ainda mais em viagens?), mas foi mais do que suficiente para ficar conectada e postar muuuuuitas fotos nas redes.
Comprei o chip na loja da Vodafone no Shopping Cidade do Porto, no quarto dia de viagem.
Logo na chegada, meus sobrinhos tinham comprado chips da Vodafone no Aeroporto de Lisboa por € 20, com pacote de voz e 1 giga de dados. Como a franquia de internet deles acabou rapidinho, acabaram optando por um pacote igual ao meu e gostaram muito mais.
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O bate e volta para ver a Sé de Braga, saindo do Porto,
ficou fácil e confortável com o carro |
Como é a segurança nas estradas de Portugal
O movimento nas estradas portuguesas é bem mais maneiro. Tem sempre uma terceira pista para ultrapassar os veículos mais lentos nas subidas e um nível de civilidade dos motoristas quase perfeito — não fosse a mania geral de dar uma leve fechadinha na gente, após a ultrapassagem, voltando muito rápido para a pista da direita.
Nas autoestradas de Portugal, o limite de velocidade é de 120 km por hora, mas o pessoal pisa mais fundo do que isso – eu tentava respeitar o limite e era constantemente ultrapassada.
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Um trecho "movimentado" da estrada que liga Coimbra
à Serra da Estrela |
Na virada de 2012 para 2013, quando também viajei de carro por Portugal e o feriado inteiro não registrou mortes das estradas, o que também é um indicativo da segurança.
Ainda assim, Portugal é o segundo país da Europa Ocidental em índice de mortalidade nas estradas, mesmo com a redução drástica de acidentes graves que o país vem registrando ano a ano.
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Chegada a Évora. Fique esperta pra reduzir a velocidade
assim que entrar nas áreas urbanas (no mundo todo, não só em Portugal) |
Roubos de carro em Portugal
Nosso carro era a própria bandeira de que éramos turistas. Além das malas bem visíveis no bagageiro, ele tinha um adesivo enorme da locadora Drive on Holidays no para-brisa traseiro (a gente aluga o carro e faz propaganda da empresa...).
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As estradinhas do Alentejo são encantadoras |
Em Batalha e na Praia da Costa Nova, por exemplo, tivemos que contar com a sorte, pois não encontrei estacionamentos fechados. Deu tudo certo, mas confesso que aproveitava as minhas saidinhas do restaurante para fumar e ia dar uma olhadinha no carro...
Sobre arrombamentos de carros de turistas, leia este post do Viaje na Viagem (e preste atenção nos casos narrados nos comentários:
Roubo de bagagem em carros alugados: como (tentar) evitar
Todas as dicas de Portugal
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Cintia, bom dia!
ResponderExcluirestou pesquisando para alugar um carro em Lisboa para ir a Santiago de Compostela. Minha duvida é você teve algum tipo de problema com a locadora Drive on Holydays? ela tem algumas avaliações bem ruins no trivasor.
Oi, Joyce,
ResponderExcluirEu gostei mais da minha experiência com a Avis do que com a Drive on Holidays. Não tive nenhum problema sério com eles, mas tinha essa coisa de oferecer a diária por um preço e depois cobrar um seguro não anunciado (ou fazer um bloqueio elevado no cartão de credito).
A relação com a Avis foi mais transparente e passava maia segurança.
Oi Cintia, estou usando suas dicas pois vou viajar amanhã, com criança pequena, precisarei de um carro e só tenho um cartão de crédito que, se não funcionar, estarei 'frita' (rs). Com a Avis você conseguiu também pagar um seguro adicional e não precisar de bloqueio em cartão de crédito, ou todas as empresas fazem bloqueio, mesmo que seja em valor baixo?
ResponderExcluirClara, na Avis não teve essa história de bloqueio. Na viagem de 2012, aluguei com eles e o preço orçado foi o preço cobrado.E só. Da próxima vez, eu volto a alugar com eles.
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