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Bastava caminhar 100 metros, saindo do hotel, pra dar de cara com essas belas manhãs à beira do Rio da Prata |
Punta Carretas tem toda a infra que facilita a vida de viajantes. Bons hotéis, fartíssima oferta de bares, restaurantes e cafés, comércio, casas de câmbio e transporte público.
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Fervilhando de comércio, bares e restaurantes, Punta Carretas ainda preserva recantos aconchegantemente residenciais |
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Vizinho relaxante: o simpaticíssimo Parque Juan Zorrilla de San Martín fica a 650 metros da minha hospedagem em Montevidéu |
Nessa minha recente (maio/2022) temporada em Montevidéu, fiquei hospedada em Punta Carretas pela primeira vez e fiquei fã do bairro à beira do Rio da Prata, seguro, bem cuidado e arborizada, capaz de oferecer todos os serviços que a gente precisa sem perder a pegada residencial.
Hospedagem em Montevidéu – Punta Carretas
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A Plaza Gomensoro, em Pocitos, está a 200 metros do Punta Trouville Hotel |
Eu sempre digo aqui na Fragata que a escolha da hospedagem pesa
muito no resultado final de uma viagem. E isso não vale só para a qualidade da
acomodação. A geografia conta muito nessa equação.
Um bairro agradável, seguro e com boa oferta de serviços — ah,
como eu gosto de voltar a pé para o hotel, depois do jantar ou da farrinha
noturna... — faz toda a diferença na sensação de proximidade com a cidade que
estou visitando.
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O movimento noturno da Calle 21 de Setiembre e arredores me deixava com vontade de ficar na rua até mais tarde |
E encontrei exatamente isso em Punta Carretas. Em três
viagens anteriores, fiquei hospedada no Centro ou na Cidade Velha e gostei. Mas,
sem dúvida, Punta Carretas foi o bairro que me proporcionou a melhor
experiência de hospedagem em Montevidéu.
Onde me hospedei em Punta Carretas
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Meu quarto no Punta Trouville Hotel: amplo, arejado e básico |
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A Rua Francisco Vidal ainda é majoritariamente residencial e bastante sossegada |
A Rua Francisco Vidal, onde está o Punta Trouville Hotel, é
a primeira paralela à Rambla República do Peru (ponto para Pocitos), mas quem
dita a vida por aqui é a Calle 21 de Setiembre, a duas quadras de distância
(goleada para Punta Carretas).
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O hotel fica a uma quadra da Rambla, na fronteira entre Pocitos e Punta Carretas |
A 21 de Setiembre é uma das principais vias de Punta
Carretas e, ainda que preserve muitas residências, tem comércio super
movimentado, uma imensidão de restaurantes, bares e cafés e é servida por
diversas linhas de ônibus.
O Punta Trouville Hotel já não está estalando de novo e
talvez precisasse de uma repaginada, mas não é nada que comprometa — não tem
mofo, nem infiltrações nem carpetes vencidos, por exemplo.
O hotel tem garagem e lavanderia self service no subsolo
(máquinas de lavar e de secar, ao custo de US$ 5 o uso de cada uma).
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O "cantinho de lavar roupa", no subsolo do hotel |
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A recepção do hotel |
No primeiro andar fica a recepção, um espacinho com sofá e poltronas e um computador, à guisa de business center.
Café da manhã do Punta Trouville Hotel
No primeiro do hotel andar fica o restaurante, onde é servido o café da manhã, que não estava incluído na minha diária (US$ 6). O salão de refeições se abre para um jardim de inverno.
Em função da pandemia, o café da manhã não estava sendo servida em bufê. Uma bandeja com medialunas, bolo e outros itens era trazida à mesa. Achei tudo bem sem graça. Café, leite e água para o chá ficavam à à disposição em garrafas térmicas.
Bem pertinho do hotel você encontra um monte de lugares para tomar um café da manhã mais gostoso, pagando menos.
Acomodações do Punta Trouville Hotel
Nos 10 pavimentos seguintes do hotel ficam os apartamentos (seis por andar, se eu contei direito), todos com varanda. Metade deles está voltada para a Rua Francisco Vidal. Os quartos voltados para o fundo do hotel — o caso do meu — ficam de cara para o oco da quadra e para uma miríade de janelas dos prédios em volta.
No 12º andar há um solário e uma pequena academia de
ginástica que estavam fechados, ainda como rescaldo da pandemia.
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O apartamento não tem luxo, mas eu me senti confortável |
Os quartos do Punta Trouville Hotel são amplos (35 m²), com
decoração bem basiquinha: cama, mesas de cabeceira com luzes de leitura, um
armário com cofre, mesa, cadeiras e uma mini-cozinha com micro-ondas, frigobar
e utensílios.
Tem também uma TV de tela plana e uma muquiranice
imperdoável na oferta de canais: contei apenas cinco deles, tipo TV pública de
Montevidéu, um canal educativo argentino e coisas do gênero. Ainda bem que eu
não fui pra Montevidéu pra ver televisão...
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A TV tem acesso a pouquíssimos canais. Abaixo, à direita, o cofre pequeno, sem espaço para notebook |
O aparelho de ar-condicionado, tipo split, era bem
silencioso. Funciona também como calefação — acho que ninguém vive sem
calefação em Montevidéu, que tem uns invernos frios de doer nos ossos.
O banheiro do apartamento não chega a ser grande, mas não é
acanhadinho.
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A bancada da pia é econômica, mas se sua necessaire for básica, vai ter espaço |
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O banheiro é bem cuidado |
Eu, que viajo com a nécessaire mais compacta do mundo, me
virei bem com a bancada da pia. Mas quem carrega o armário de cosméticos em
viagens pode ter dificuldade em equilibrar a frasqueira naquele espaço.
Não tenho queixas da temperatura da água do chuveiro, mas bem que a ducha podia ser menos tímida.
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A fachada do hotel. Todos os apartamentos têm varanda |
O melhor do hotel é o atendimento. O pessoal da recepção é muito simpático e prestativo, sempre com uma dica de passeio, conselhos sobre segurança e outras informações práticas.
Se você faz questão de luxo, talvez o Punta Trouville talvez não seja pra você. Mas se estiver procurando apenas o confortinho básico com excelente localização, acho que vai gostar dessa opção de hospedagem em Montevidéu.
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O Mercado del Inmigrante fica a 700 metros do Punta Trouville Hotel |
Primeiro ponto a favor de Punta Carretas: o bairro consegue ser tremendamente prático pra quem está fazendo turismo, sem perder a vibe de vida normal.
Essa é uma característica que vai além de massagear o ego do viajante — dar aquela ilusão de que somos locais. A pulsação do cotidiano, com gente na rua de dia e de noite, contribui muito para a segurança. Concretamente e subjetivamente: o lugar mais seguro do mundo ainda pode ser assustador quando está deserto.
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No meio dos altos edifícios de Punta Carretas, ainda resistem casinhas muito fofas |
Em Punta Carretas, você pode voltar do restaurante ou do bar tarde de noite e vai se sentir acompanhada pelo moradores caminhando pra casa ou passeando com os cachorros.
Montevidéu é a mais segura das capitais da América Latina. Os moradores andam assustado com o aumento de crimes violentos na cidade, mas é bom você saber que essas ocorrências, geralmente associadas ao tráfico de drogas, são registradas bem longe das áreas por onde circulam os turistas.
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Na Rambla Mahatma Gandhi tem do parque infantil ao parapente. À direita, o Castelo Pitamiglio, extravagância místico-arquitetônica que é uma das atrações turísticas de Punta Carretas |
Da casa de câmbio à lavanderia self service, você vai encontrar em Punta Carretas tudo o que precisa pra facilitar sua vida de viajante.
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A 21 de Setiembre é uma verdadeira passarela de comércio e serviços |
Brechós, lojas de roupas, livrarias, mercadinhos, supermercados... O bairro é farto em ofertas de serviços, especialmente nas duas maiores passarelas de comércio, as ruas 21 de Setiembre e José Ellauri.
Punta Carretas também é bem servidíssima de bares, restaurantes e cafés. Dois dos mercados da moda estão lá, o Mercado Williman e o Mercado del Inmigrante.
O principal centro de comércio do bairro é o Punta Carretas Shopping. Ele está instalado numa antiga penitenciária, construída em 1915 onde muitos presos políticos amargaram anos de horror.
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O que eu não faço por esta Fragata, né? Fui até ao Punta Carretas Shopping pra sentir o clima e contar pra vocês 😁 |
O mais conhecido desses presos é o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica, que passou 10 anos em uma solitária (essa história está contada no filme A Noite que durou 10 anos, na Netflix).
Fora essa nota histórica, meu desinteresse por shopping centers continua o mesmo. Dei uma passadinha no Punta Carretas Shopping num esforço de reportagem (da série, ah, o que eu não faço por esta Fragata) e vi muito movimento e lojas de marcas conhecidas — mas os preços de Montevidéu são salgados para quem ganha em reais.
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Pelo astral da vizinhança, vale gastar mais um pouco pra se hospedar em Punta Carretas |
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Punta Carretas não virou um favorito para hospedagem em
Montevidéu à toa. O bairro tem um elenco hoteleiro interessante, com preços
pagáveis (na casa dos R$ 300 a diária).
Você vai encontrar uma oferta de hotéis mais ampla no Centro
de Montevidéu, com preços uns 30% mais baratos do que os cobrados em Punta
Carretas.
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Pra você se localizar: acima, a posição de Punta Carretas no mapa de Montevidéu. Abaixo, o mapa do bairro. A seta vermelha assinala a Punta Trouville, o trecho em que me hospedei |
Essa economia pode valer a pena para que está viajando em grupo. Mas pense bem antes de optar pelo Centro ou Cidade Velha para sua hospedagem em Montevidéu, especialmente se você viaja sozinha, como eu.
O Centro e a Cidade Velha tendem a ficar muito ermos, à
noite. Ainda que os montevideanos digam que são áreas seguras, é desagradável
encarar o clima meio lúgubre de uma vizinhança deserta, depois que o comércio
fecha.
Colonia del Sacramento
Punta del Este
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