Qual o lado mais bonito? Onde vale mais a pena ver as colossais quedas d’água?
Responder a essas perguntas é absolutamente desnecessário: entre o lado argentino e o lado brasileiro das Cataratas do Iguaçu, fique com os dois.
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Os visitantes seguem por uma passarela sobre o rio (no alto)
até as quedas. No final do percurso está o impressionante espetáculo da
Garganta do Diabo tragando um mundo de água |
O argentino Parque Nacional Iguazú é tão imperdível quanto o nosso Parque Nacional das Cataratas.
Mas, ao contrário do lado brasileiro — onde a gente vê as cataratas com quase zero de esforço físico —, a porção argentina das Cataratas do Iguaçu é bem mais rústica e exige um pouquinho mais de disposição, especialmente se a visita for feita nos meses de verão, quando o calor em toda a região beira a insanidade.
No lado argentino das cataratas você vai andar mais, suar mais, esperar mais nas filas. E tudo isso vai valer muito a pena. Veja as dicas:
Cataratas do Iguaçu no lado argentino
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O "fumacê" que você vê nas fotos não é incêndio
florestal (toc, toc, toc). É o spray das quedas d'água |
Como é a visita ao lado argentino das Cataratas do Iguaçu
O lugar estava apinhado de gente, muito mais cheio que o parque “do lado de cá”.
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Uma curta caminhada leva à estação do trem ecológico do
Parque Nacional de Iguazu |
Logo na entrada do Parque Nacional Iguazú há um Centro de Interpretação, onde uma exposição apresenta um pouco do contexto histórico e social da região, além de oferecer explicações geológicas sobre a formação das cataratas.
O centro chama-se Yvyrá Retá, que significa “País das árvores” em guarani, língua do povo tradicional da região do Iguaçu.
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| Estação Central do Trem Ecológico, ponto de partida para a exploração do Parque Nacional del Iguazú |
O trem tem capacidade para 250 passageiros, em vagões abertos que vão bem devagarzinho, cortando a mata. (dá pra fazer boas fotos).
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Olha a fiiiiiiiila 😱😱 |
O intervalo de partida dos trens é a cada 20 minutos (ou 15, quando há muito movimento de visitantes).
Apesar desse dado objetivo, prepare-se: a fila do bicho demora uma eternidade.
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O trem é aberto e transporta 250 passageiros em cada viagem |
A maioria dos turistas (eu, inclusive), prefere correr para a fila do próximo trem, que leva à Estação Garganta do Diabo, de onde parte a trilha para a atração mais famosa do parque.
No dia em que fiz a visita, domingo de Carnaval, a fila para embarcar para a Estação Garganta do Diabo estava simplesmente impossível.
Tanto que os próprios funcionários do parque recomendavam que se seguisse a pé, pois a demora para tomar o trem poderia passar de uma hora, para quem estava na rabeira da fila. Foi o que eu fiz.
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Assim como eu, muita gente desistiu da fila do trem e
preferiu seguir para a Garganta do Diabo caminhando pela mata |
A caminhada pela mata, margeando os trilhos do trem, é feita
a maior parte do tempo à sombra — o calor é de matar, mas foi melhor do que
ficar de pé, debaixo do solão, esperando o trem.
São cerca de dois quilômetros. Não espere encontrar banquinhos para sentar e descansar.
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| O trenzinho ecológico cortando a mata em direção à Estação Garganta del Diablo |
Lá funciona uma lanchonete pequena, que não dava conta da multidão desesperada para comprar água ou qualquer coisa que aplacasse a sede.
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Caminhei 40 minutos até a Estação Garganta del Diablo |
Mas, é claro, não partilhei o farnel com os bichinhos, porque não é legal, só os torna cada vez mais humanodependentes.
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Depois de desembarcar do trem na Estação Garganta do Diabo, a
passarela de 1,1 km leva o visitante à Garganta em pessoa |
Suspensa sobre o leito do rio, a passarela já é em si uma atração. À medida que a gente caminha, o ronco das quedas d’água vai ficando mais em mais forte.
Ao longe, a gente avista muita “fumaça”, mas nem pense em incêndios florestais — como, naquela umidade? O fumacê, na verdade, é o spray que sobe com a pancada ininterrupta das águas que se precipitam no abismo.
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Ao longo da passarela, são raríssimas as áreas sombreadas
onde se pode fazer uma pausa |
Foi preciso ter um pouquinho de paciência para conquistar meu palmo-e-pouco de balaustrada para, enfim, poder me debruçar diante do colosso.
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Lotação esgotada no "camarote" da Garganta do
Diabo |
Fiquei tão empolgada que resolvi fazer a primeira selfie da minha vida para o Instagram — e, justo nessa hora, o vento trouxe uma verdadeira chuveirada de spray que me deixou encharcada.
Se eu achei ruim? Naquele calor, o banho inesperado foi uma bênção. E as câmeras e celular estavam muito bem protegidos.
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As cataratas resolveram me dar um caldo bem na
hora da selfie |
Para fazer os circuitos Superior, Inferior e a trilha da Garganta do Diabo você vai precisar de cerca de seis horas.
Dá pra ver muita coisa, até porque os percursos são planos, o que exige pouco do nosso fôlego — mas eu duvido que nos meses de verão alguém consiga caminhar tanto tempo naquele calor úmido.
Eu mesma não dei conta e fiquei só com a trilha da Garganta do Diabo.
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Todo mundo se espreme no mirante pra ver o espetáculo das
Cataratas do Iguaçu |
A boa notícia é que se você validar o seu tíquete na saída do parque, no primeiro dia, o ingresso do dia seguinte sai pela metade do preço.
➡️ Pesos argentinos. Ao vivo e em cores. Sem eles, você não entra no parque, já que o ingresso só pode ser pago en efectivo nativo — nada de cartões, nem dólares, nem reais. As lojas e lanchonetes mais organizadas aceitam cartões de crédito e débito.
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Uma garrafinha de água é fundamental pra quem vai caminhar
sob o solão |
➡️Também recomendo levar frutas e sanduíches, pois a única área do parque onde vi alternativas interessantes para comprar algum tipo de lanche é logo na entrada, perto da Estação Central (tem até uma loja da sorveteria Freddo, onde aliviei um pouquinho do calor).
➡️ Repelente também é importantíssimo, porque a mosquitaiada é animada.
➡️ O eterno trio chapéu/óculos escuros/protetor solar será seu grande amigo durante a visita.
➡️ E não esqueça de proteger muito bem as câmeras e o celular, porque eu garanto que, em algum momento, você vai se molhar.
Eu tenho capinha à prova d'água para smartphone e também uso plástico filme (aquele de embalar comida para guardar na geladeira) para envolver a câmera - deixo só a lente descoberta.
O que vestir para fazer as trilhas das cataratas
➡️ Roupas leves, por favor. E um calçado confortável, com sola antiderrapante, para não escorregar na passarela sobre o rio.
➡️ Nos meses quentes, prefira roupas de algodão ou outras fibras naturais, porque são mais frescos naquela umidade.
➡️ Uma alternativa são os tecidos "tecnológicos" de secagem rápida, para quem se incomoda muito com a inevitável molhação - acredite, o spray que emana das quedas d'água é similar um bom toró.
➡️ No período de frio, vá bem agasalhado, com um casaco impermeável. A vazão das cataratas no inverno é menor, o que diminui o spray, mas o vento se encarrega de trazer as gotinhas direto até você 😊.
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No verão, o spray que emana das cataratas em volume máximo
recomenda o uso de roupas de secagem rápida |
A travessia da fronteira Brasil-Argentina
Se você está hospedada em Foz, não esqueça que vai atravessar uma fronteira para chegar ao lado argentino das cataratas.
➡️ Leve a carteira de identidade (a própria, não vale identidade profissional) ou o passaporte.
➡️Nos dias que atravessei para a Argentina (também fui à Missão Jesuítica de San Ignacio Miní), o controle de fronteia estava aceitando a carteira de motorista como identificação dos brasileiros.
➡️ Quem vai de carro do Brasil para Puerto Iguazu precisa da Carta Verde, um seguro que permite que automóveis da região do Mercosul circulem nos territórios vizinhos.
Veja também como é a visita ao lado brasileiro das cataratas
Cataratas do Iguaçu: a natureza confortável
Aberto todos os dia do ano, das 8h às 18h — a bilheteria fecha às 16:30h.
O ingresso para brasileiros e demais cidadãos do Mercosul custa 480 pesos argentinos (não custa repetir: pagamento só em dinheiro vivo e moeda local, pesos).
É preciso apresentar um documento de identidade comprovando a sua nacionalidade para ter acesso à tarifa Mercosul.
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| Leve pesos argentinos para comprar seu ingresso |
Estrangeiros de fora do Mercosul pagam 600 pesos.
Visitantes com entre 6 e 12 anos de idade (Mercosul) pagam 120 pesos. Crianças com menos de seis anos não pagam entrada.
A área de estacionamento é bem ampla. A tarifa para automóveis é de 120 pesos. Vans pagam 140 pesos.
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Essas borboletas estão por toda parte na região de Missiones |
Como chegar ao lado argentino das cataratas
Eu contratei um táxi no meu hotel para me levar ao lado argentino das Cataratas.
O “pacote” é ida e volta: eles deixam o passageiro no parque e combinam um horário para a volta. Em fevereiro/2016, paguei R$ 90 por esse serviço.
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Seu post me ajudou muito, estou preparando meu roteiro para visitar a região. Muito obrigado!
ResponderExcluirQuem bom, Gustavo. Fico feliz de saber que a Fragata ajudou seu planejamento. Um abraço e aproveite muito essa maravilha brasileira :)
ExcluirOla, gostaria de saber se o trenzinho é pago a parte ou vem embutido no preço do ingresso ao parque? Desde ja muito Obrigado.
ResponderExcluirOi, Renato, o transporte está incluído no preço do ingresso. Uma vez no parque, é só ir para a fila do trem e embarcar.
ExcluirMais uma pergunta Cyntia, crianças de 2 anos podem entrar no parque? Ou não é aconselhável levar crianças nessa idade??? Muito Obrigado mais uma vez...
ExcluirRenato, não há limite de idade para a visita ao Parque Iguazú. Há acessibilidade para cadeirantes e carrinhos de bebês. O que você deve levar em conta é que é um passeio cansativo, especialmente no calor do verão.
ExcluirObrigado Cyntia....
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