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A Lua cheia na Plaza Mayor de Villa de Leyva é daquelas
cenas que fazem a vida valer a pena |
Se você gosta de cidades coloniais, Villa de Leyva precisa entrar urgente na sua lista. Essa perolazinha do Século 16 está assentada em um vale andino na região de Boyacá, na Colômbia, e preserva muito da arquitetura e do sossego de tempos passados.
Villa de Leyva é uma escapada bacana para quem vai a Bogotá. A cidade fica a apenas 150 km da capital e dá pra chegar lá de transporte público.
O melhor de Villa de Leyva é caminhar à toa por suas ruas de calçamento irregular, à sombra das paredes de taipa dos casarões seculares. Ela encanta e aproxima o visitante nos pequenos detalhes, ao mesmo tempo em que deixam a gente muda com a grandiosidade e harmonia de seu conjunto colonial.
Villa de Leyva é uma escapada bacana para quem vai a Bogotá. A cidade fica a apenas 150 km da capital e dá pra chegar lá de transporte público.
O melhor de Villa de Leyva é caminhar à toa por suas ruas de calçamento irregular, à sombra das paredes de taipa dos casarões seculares. Ela encanta e aproxima o visitante nos pequenos detalhes, ao mesmo tempo em que deixam a gente muda com a grandiosidade e harmonia de seu conjunto colonial.
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Em Villa de Leyva, tudo começa e termina na Plaza Mayor |
Neste post, você vai conhecer um pouquinho da história da Villa de Leyva e passear comigo por alguns de seus recantos mais bonitos. Bora?
O que fazer em Villa de Leyva
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A Plaza Mayor e um pouquinho da história de Villa de Leyva
A Vila de Santa Maria de Leyva foi fundada em 1572 para alojar (e manter ocupados) parte dos grandes contingentes militares espanhóis que atravessaram o Atlântico para lutar na conquista do Novo Mundo.
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Imagine a quantidade de soldados necessária para preencher
esse espaço |
As dimensões da Plaza Mayor de Villa de Leyva atestam o tamanho e poder desses exércitos: os impressionantes 14 mil metros quadrados — hoje placidamente percorridos por turistas embevecidos — eram usados para os exercícios de ordem unida das tropas coloniais.
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Muitos dos casarões da Plaza Mayor hoje abrigam bares e
restaurantes. À noite, é bacana escolher uma mesa em um dos balcões e observar
o movimento |
O calçamento da Plaza Mayor, em pedras irregulares, é famoso e impressionante.
As pedras haviam sido retiradas para que o espaço pudesse ser usado como mercado ao ar livre, mas o calçamento original foi reconstituído nos anos 60 do século passado, para a alegria dos nossos olhos — se não tanto dos nossos joelhos, que são desafiados pelo sobe e desce da superfície tão irregular.
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A Igreja do Rosário e o Cabildo, com o busto de D. Andrés na
fachada |
Solares centenários, em sua maioria convertidos em pousadas, restaurantes e museus (como o Museu Casa de Luiz Roberto Acuña), completam os limites do quadrilátero monumental, um grande espaço vazio pontuado apenas por uma fonte em estilo mudéjar de linhas sóbrias no centro da praça.
Perdi a conta de quantas vezes dei a volta na Plaza Mayor de Villa de Leyva, admirando a harmonia de suas linhas e a vastidão daquele pedacinho intocado do passado colonial.
O nome da vila vem do presidente da Real Audiência (uma espécie de Suprema Corte de Justiça, no Império Espanhol) do Vice-Reino de Nova Granada (os atuais Panamá, Colômbia, Equador e Venezuela).
Ele se chamava Andrés Díaz Venero de Leyva e é homenageado por um marco de pedra, na entrada do Cabildo. A presença de uma Real Audiência na vila atesta sua importância política e militar na marcha da conquista europeia sobre aquele trecho dos Andes.
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No alto, a Calle Caliente de manhã bem cedinho, antes das
lojas abrirem. Acima, o belo portal do Museu Casa Luiz Roberto Acuña |
A presença humana na área remonta a pelo menos 12 mil anos e os arredores de Villa de Leyva preservam vários sítios pré-colombianos, como um observatório astronômico (El Infiernito) e grutas com pinturas rupestres.
Antes do Homo-Sapiens andar por lá, há milhões de anos, a região foi um caudaloso mar, o que explica também a grande quantidade de achados fósseis. Essas atrações nos arredores de Villa de Leyva ganharam um post exclusivo. Siga o link do parágrafo anterior para saber mais.
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Plaza del Carmén |
A cultura do trigo, importada da Europa, abastecia vastas áreas do Vice-Reino de Nova Granada e assegurava a pujança que fez surgir as primeiras casas senhoriais e imponentes edifícios públicos na vila.
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Igreja del Carmén, no Convento das Carmelitas Descalças |
Essas construções eram geralmente erguidas em taipa e com o onipresente pátio central, herdado de romanos e árabes, que caracteriza a arquitetura espanhola de então.
O Século 17 também legou construções religiosas importantes a Villa de Leyva. Uma delas é o Convento das Carmelitas Descalças, de 1645 (dizem que o claustro é deslumbrante, mas não está aberto à visitação).
A pracinha onde está o convento, que reveza o chão batido com gramado tímido, parece um quintalzinho íntimo, comparada com a vastidão da Plaza Mayor — e talvez por isso tenha uma beleza tão tocante.
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A Igreja de São Francisco é encantadoramente simples, com esse claustro fofo e aconchegante |
Outro cantinho encantador é a Praça de São Francisco, com a igrejinha de 1614, de traços muito simples, e o claustro que hoje abriga repartições públicas.
Também dessa época, mas com destinações muito mais profanas, o imponente edifício da Fábrica Real de Licores ainda exibe o brasão da Coroa Espanhola.
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Fábrica Real de Licores |
Com o calçamento original e cortada por uma ponte colonial, a via concentra uma série de construções muito bem preservadas, hoje transformada em lojas de artesanato, pousadas e restaurantes.
Siga o mapa
A abundância, porém, não durou muito em Villa de Leyva. Os últimos anos do Século 17 marcaram o declínio das lavouras de trigo, atacadas por uma praga devastadora — segundo os Muíscas, uma vingança do milho, filho da terra, desprezado por aquela gente de pele branca e hábitos estranhos.
Bem que um eclipse total do sol tentou avisar sobre o que estava por vir, mas a derrocada foi inevitável e, como sempre acontece, a decadência econômica adormeceu a cidade para estancar o que alguns chamam de “progresso” e as mudanças de suas feições.
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Ponte de San Agustín — e algum gaiato achou de passar batom
no santo |
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Um grande prazer em Villa de Leyva é andar à toa bisbilhotando os detalhes de suas casas avarandadas e floridas |
Por via das dúvidas, em Leyva são populares os dois tipos de arepas (o pãozinho dos colombianos), feitas de milho, como é comum no resto do país, ou de trigo, à moda boyacense.
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E ainda tem brechozinhos legais pra quem gosta de garimpar |
Para ter uma ideia do jeito de viver da cidade colonial, recomendo uma visita a três museus-casas de Villa de Leyva (como vocês já leram aqui na Fragata, sou fã dessa modalidade museológica).
O primeiro é o Museu Antonio Ricaurte, que homenageia o líder independentista e mártir da Batalha de San Mateo, filho da cidade.
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Monumento lembra Antonio Ricaurte, capitão das forças
independentistas da Colômbia. Cercado pelos espanhóis na Batalha de San Mateo,
ele preferiu morrer explodindo um paiol de pólvora a se entregar |
O terceiro é a Casa de Luiz Roberto Acuña, um belo solar da Plaza Mayor que guarda parte da obra do pintor - esses três museus ganharam um post só pra eles: A história da Colômbia em três museus de Villa de Leyva
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Adorei... informações preciosas. Vou incluir no roteiro.
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