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A ponte sobre o Rio Verdugo em Pontesampaio foi palco de uma
célebre batalha na guerra contra Napoleão |
Caminho de Santiago - percurso de hoje: de Redondela a Pontevedra, 18 km
Entre Redondela e Pontevedra, o Caminho de Santiago passa por Pontesampaio (nome galego, ou Puente-Sampayo, em espanhol). Essa pacata vila de cerca de 1.200 habitantes tem um passado heroico.
Pontesampaio foi palco de uma batalha decisiva nas Guerras Napoleônicas.
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Quem vê assim tão quieta e bonitinha, nem imagina a resistência que esta cidade impôs a um dos mais ferozes generais de Napoleão |
Entre 7 e 9 de junho de 1809, uma tropa regular espanhola e guerrilheiros galegos, numa obstinada resistência, conseguiram impedir que as tropas francesas, comandadas pelo implacável Marechal Ney, atravessassem a velha ponte de pedra sobre o Rio Verdugo, barrando o avanço do exército invasor.
A feroz resistência dos voluntários galegos durou dois dias — além de Pontesampaio, eles também defenderam a ponte de Caldelas, duas léguas, rio acima — cortando a possibilidade de uma marcha organizada do exército francês, que acabaria se retirando da Galícia depois desse insucessos, em julho de 1809.
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Uma pausa no caminho pra admirar a Ría de Vigo |
O meu caminho de Redondela até Pontesampaio não teve batalhas, mas foi árduo.
Iniciamos a caminhada um pouco antes das 8h da manhã (tarde, para nossos padrões), para um longo trecho de subida moderada.
Iniciamos a caminhada um pouco antes das 8h da manhã (tarde, para nossos padrões), para um longo trecho de subida moderada.
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Entre Redondela e Pontesampaio o Caminho de Santiago é tem uma longa subida |
(Estou digitando esse meu diário em setembro de 2010, cinco anos depois da viagem, e vejo na internet que vários trechos do Caminho de Santiago na Rota Portuguesa estão sendo alterados para livrar os peregrinos de caminhar à beira da rodovia.
Sábia providência. O perigo e a sem-gracice de andar pelo acostamento de uma estrada contribuíam muito para a menor popularidade do trajeto português em relação às demais rotas para Santiago de Compostela).
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Um grande piorno (centro) no atracadouro do Rio Verdugo em Pontesampaio |
O trecho do Caminho de Santiago que leva a Pontesampaio oferece belas vistas da Ría de Vigo.
Uma paisagem especial é a Enseada de San Simón (ou Ensenada de Rande), onde o Nautilus de Julio Verne andou se aventurando, no romance 20.000 Léguas Submarinas, que eu amo desde criancinha.
Tempos depois, descobri que em 1702, as águas calmas lá em baixo foram cenário de uma célebre batalha da Guerra de Sucessão Espanhola — dessa vez, espanhóis e franceses eram aliados.
Uma paisagem especial é a Enseada de San Simón (ou Ensenada de Rande), onde o Nautilus de Julio Verne andou se aventurando, no romance 20.000 Léguas Submarinas, que eu amo desde criancinha.
Tempos depois, descobri que em 1702, as águas calmas lá em baixo foram cenário de uma célebre batalha da Guerra de Sucessão Espanhola — dessa vez, espanhóis e franceses eram aliados.
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Até o Nautilus de Júlio Verne já andou por Pontesampaio |
O guia divulgado pela Associação dos Amigos do Caminho Português prometia vieiras estupendas na vila de Arcade, antes de Pontesampaio.
Confesso que a ideia de um belo prato do marisco foi o que conseguiu me embalar N-550 acima. Mas nada de vieiras, nem em Arcade, nem em Pontesampaio, onde tive que me contentar com um picado de jamón (como se chama o sanduíche de presunto na Galícia) e uma taça de vinho para seguir adiante.
Ao contrário do Marechal Ney em 1809, atravessamos a famosa ponte, em Pontesampaio, sem maiores traumas e seguimos para Pontevedra depois desse almocinho frugal.
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Depois de Pontesampaio, o Caminho ganha uma vibe
totalmente rural — e foi aí que eu quase me perdi |
A partir de Pontesampaio, a rota do Caminho de Santiago até Pontevedra fica muito agradável, atravessando vales e vinhedos, boa parte do tempo sobre um trecho original do caminho, em meio a um bosque.
Só que, antes de chegar a esse trecho, corri o risco de ir parar em Madri: uma sinalização pouco clara (a única que registrei em todos os 120 km que fiz do Caminho de Santiago) me mandou na direção errada, na entrada de um vinhedo.
De longe, muito longe, ouvi Dulce gritar meu nome. Ela andava à minha frente e, certamente, desconfiou que a placa confusa poderia me atrapalhar.
Como tudo que é bom dura pouco, o belo trecho de caminho acabou na periferia de Pontevedra — é sempre chato caminhar nas proximidades das cidades maiores — quando passamos a enfrentar trânsito, calor e a absoluta falta de um lugar para descansar. Chegamos ao albergue por volta das 15 horas.
De longe, muito longe, ouvi Dulce gritar meu nome. Ela andava à minha frente e, certamente, desconfiou que a placa confusa poderia me atrapalhar.
Como tudo que é bom dura pouco, o belo trecho de caminho acabou na periferia de Pontevedra — é sempre chato caminhar nas proximidades das cidades maiores — quando passamos a enfrentar trânsito, calor e a absoluta falta de um lugar para descansar. Chegamos ao albergue por volta das 15 horas.
O meu Caminho de Santiago
Partida do Caminho de Santiago - Valença do Minho e Tui
Primeiro dia do Caminho de Santiago - 13 km de Tui a O Porriño
O que comer no Caminho de Santiago - e não é que eu quase tropecei num polvo à galega
A simpatia dos/as galegos/as com os peregrinos - 17 km de O Porriño a Redondela
Cenários Históricos no Caminho de Santiago - 18 km de Redondela a Pontevedra
Cuidados com a saúde no Caminho de Santiago - bolhas, alergias e outros perrengues
Os peregrinos do Caminho de Santiago - 23 km de Pontevedra a Caldas de Reis
A experiência nos albergues do Caminho de Santiago - 17 km de Caldas de Reis a Padrón
A chegada a Santiago de Compostela - 21 km de Padrón a Santiago
Hospedagem em Santiago de Compostela - conforto com vibe peregrina
As etapas e as dicas
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