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A Abadia da Noviça Rebelde (cúpula vermelha, à esquerda) e o
Castelo de Salzburgo (Hohensalzburg) vistos do Morro dos Capuchinhos
(Kapuzinerberg) |
O cinema faz a gente amar uma cidade muito antes de ter estado lá. É o caso de Salzburgo: basta pensar nela e My Favourite Things ("minhas coisas favoritas") — apenas a melhor canção da trilha sonora de A Noviça Rebelde — começa a tocar na minha cabeça.
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Outro grande lugar pra ver Salzburgo do alto é o Hohensalzburg,
uma fortaleza espetacular —um dos castelos mais antigos da Europa ainda de pé |
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Daria pra fazer um post só com os relógios de sol que vi em
Salzburgo. Cada um mais lindo |
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Você vai ver muito desses oratórios nas rua de Salzburgo.
Esses dois eu cliquei na subida ao Hohensalzburg |
O que fazer em Salzburgo
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Os jardins do Palácio Mirabell e o Hohensalzburg, lá no
alto, ao fundo |
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O horizonte de Salzburgo é feito de montanhas e campanários.
Na imagem, as torres da Catedral e da Franziskanerkirche (Igreja de São
Francisco) ao fundo |
A expectativa com efeitos meio lisérgicos foi plenamente confirmada: poucos lugares que conheço conseguem ser tão solares, sorridentes e simpáticos como essa preciosa cidade-Estado medieval, coberta de belezas barrocas.
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Em Salzburgo, até os letreiros das lojas são fofos. A Getreidegasse,
cheia de lojinhas interessantes, é a prova |
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Cor oficial da dinastia que governou o Império Austro-Húngaro por 640 anos, o amarelo-Habsburgo é presença constante nas fachadas históricas de Salzburgo |
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A casa onde Mozart nasceu agora é um museu |
Sim, Salzburgo tem uma delicadeza alegre que parece com seu filho mais famoso: Mozart é bem o cara que faz a alma da gente flutuar entre nuvens fofinhas até ouvindo um réquiem. E, claro, Mozart é pule de dez na lista das minhas coisas favoritas.
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O Cemitério da Abadia de São Pedro funciona quase como
parque público: sempre tem gente passeando por lá |
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A Capela de Santa Gertrudes, no Cemitério da Abadia, é do Século 12 |
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A Residenzplatz, onde fica um antigo palácio dos arcebispos de Salzburgo, é o ponto de concentração das carruagens de aluguel, típicos fiacres à moda antiga |
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O jardim do Palácio Mirabell é um dos cartões postais mais
conhecidos de Salzburgo |
Mas se a ideia for fazer um piquenique de responsa em Salzburgo, o lugar para se abastecer é o Grünmarkt, o mercado da Universitätsplatz: todas as frutas, queijos e frios que você sempre sonhou, num cenário muito bonito, bem em frente à Igreja da Colegiata.
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O Palácio Mirabell tem decoração opulenta e uma história curiosa |
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A Fonte Pégaso, "figurante" em A Noviça Rebelde, é disputadíssima para fotos |
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O Palácio Mirabell e seu jardim podem ser visitados gratuitamente |
Outro passeio bem relaxante em Salzburgo são os jardins do Palácio Mirabell (Schloß Mirabell), onde boa parte do número musical “Dó, Ré, Mi” de A Noviça Rebelde foi filmado — e onde a Fonte Pégaso é point obrigatório para fotografias.
O Palácio Mirabell foi construído no comecinho do Século 17 pelo príncipe-arcebispo que governava Salzburgo para ser a moradia de sua amante e seus 15 (!) filhos. Sua decoração barroca opulenta e seus jardins são uma bela atração gratuita em Salzburgo.
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O campanário vermelho do Nonnberg (convento da Noviça
Rebelde) é avistado de quase todo canto do Centro Histórico de Salzburgo |
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A famosa montanha Untersberg vista da trilha que leva ao Nonnberg,
com a torre da Igreja de São Caetano em primeiro plano |
Nunca fiz o tour da Noviça — já basta o mico de passar o tempo todo cantarolando My Favourite Things com cara de boba...— mas adoro subir até o Nonnberg (Montanha das Freiras) e visitar a Abadia, fundada no Século 8, muito antes de Maria Von Trapp viver lá como noviça.
É melhor visitar o Nonnberg pela manhã, para não pegar a vista da cidade e das montanhas na contraluz. Além da Abadia linda e dos afrescos do Século 12. na capelinha de São João, o Nonnberg é um senhor mirante, um dos melhores lugares para contemplar o maravilhoso Untersberg, a montanha mais famosa das redondezas.
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Sobre a porta principal da Abadia de São Pedro está um dos
belos relógios de sol de Salzburgo |
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A imagem do santo dono da casa adorna uma fonte nos jardins
da Abadia de São Pedro |
St. Peter-Bezirk nº 1
Esse é um dos melhores programas de Salzburgo, especialmente para quem gosta de arquitetura. A Abadia de São Pedro fica na área mais antiga da cidade e, embora sua data de fundação tenha se perdido no tempo, sabe-se que o lugar passou por uma grande reforma no Século 7 (!!!).
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A Abadia de São Pedro é uma espécie de marco fundador de
Salzburgo |
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Não perca a visita à igreja da Abadia pra ver os lindos
afrescos rococó que adornam seu forro |
Do românico ao rococó, há belíssimos exemplos arquitetônicos na abadia que pedem uma visita sem pressa.
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A decoração interior da igreja da Abadia é preciosa |
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Este órgão foi tocado por Mozart |
Perto das catacumbas, com um pouco de sorte, consegue-se comprar pão quentinho, recém saído do forno da Abadia (madrugadores, correi!).
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O Hohensalzburg paira sobre a cidade com uma imponência que
vou te contar... |
Diariamente, das 9:30h às 19h (16:30h, no inverno). A entrada custa € 11,30, com direito a usar o funicular (Festungsbahn). Site> Hohensalzburg
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Um castelo tão imponente, mas parece traçado em lápis de cor |
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Mais um relógio de sol bonitaço pra minha coleção |
O castelo de Salzburgo é a própria definição da imponência. Mesmo assim, tem cantinhos absolutamente doces, que parecem traçados com lápis de cor. É pra cair de paixão.
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O caminho entre a cidade e o castelo deixa a gente de cara
pra esta paisagem |
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O Hohensalzburg tem torres de contos de fadas e pátios quase domésticos |
A ideia de um território onde o governo civil, o controle da força militar e o poder religioso são acumulados pela mesma autoridade, o príncipe-arcebispo, parece meio estranha hoje. Mas não foi caso isolado em terras sob a influência do Sacro Império Romano-Germânico. Cidades como Colônia e Bremen (Alemanha), Genebra e Basiléia (Suíça) e Lion e Estrasburgo (França) também experimentaram essa forma de governo em parte de sua história.
Misto de fortaleza, sede de governo e residência, o castelo de Salzburgo é o símbolo maior do poder dos príncipes-arcebispos que governaram a cidade.
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Lá do Hohensalzburg a gente vê Salzburgo todinha e mais além |
O Hohensalzburg passou por uma cuidadosa restauração, ainda no Século 19, quando foi aberto ao público. Hoje, o grau de preservação da fortaleza é impressionante.
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Meu conselho: suba ao castelo com o funicular e desça a pé pela trilha, porque ela é por si só uma atração |
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Não deixe de ver a requintadíssima decoração dos aposentos
dos príncipes-arcebispos |
A visita ao castelo dos arcebispos fica muito melhor com o audioguia, que oferece não apenas as explicações básicas sobre o que estamos vendo, mas também um bocado de contexto histórico, tornando o passeio mais saboroso.
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O teatro de marionetes tem uma longa tradição em Salzburgo.
O Museu do Hohensalzburg exibe uma interessante coleção de bonecos e
cenários |
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O museu da fortaleza também exibe peças sacras, armas e
armaduras, quadros e tapeçarias |
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O ingresso para visitar a fortaleza do Hohensalzburg vem
acompanhado de um mapa e sugestão de percurso |
Meu conselho, porém, é que você use o Festungsbahn (litralmente: "trem da fortaleza"), o funicular inaugurado em 1892, quando for subir ao Hohensalzburg. Assim, vai poupar fôlego e joelho. Na volta, curta o lindo caminho entre o Hohensalzburg e a parte “normal” de Salzburgo na descida. Prepare a câmera, porque as oportunidades de boas fotos são infindáveis.
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Pegar o bondinho até o cume do Untersberg é um programão |
Depois de tanto admirar sua silhueta no horizonte de Salzburgo, subir o Untersberg é um programão.
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Em menos de 30 minutos o transporte público leva você do Centro de Salzburgo a estação do bondinho do Untersberg |
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A pequena (pequeniníssima) Grödig, onde fica a estação do bondinho, é puro charme alpino |
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Subir 456 metros numa gaiolinha até o topo do Untersberg dá
um inapelável frio na barriga. Mas o passeio vale muito a pena |
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Esta trilha, que pode ser percorrida em cerca de 1 hora,
leva ao ponto mais alto do Maciço do Untersberg em território austríaco |
Também é possível percorrer a trilha que leva ao ponto mais alto do Untersberg em território austríaco (o Salzburg Hochthron, a 1.853 m de altitude).
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Não encontrei um Edelweiss, mas vi muitas flores de várias cores |
Só alerto que é fundamental levar um bom agasalho no passeio ao Untersberg, não importa a estação do ano. O vento lá em cima me deixou gelada no meu modesto casaquinho de lã (eu subi o Untersberg em pleno julho, verão, em um dia muito azul e quentinho "cá na terra").
Você vai até pensar que andar por aí subindo montanhas está
na lista das minhas coisas favoritas — not really —, mas ver Salzburgo e
arredores do alto é realmente irresistível.
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O mirante do Kapuzinerberg é o maior espetáculo de
Salzburgo — e olha o Untersberg lá longe |
Uma das cenas mais lindas que já presenciei foi a tarde caindo sobre Salzburgo, contemplada do mirante do Kapuzinerberg (Montanha dos Capuchinhos), uma das grandes elevações que aconchegam a cidade.
Comparado com o Untersberg e seus quase 2 mil metros de
altitude, o Kapuzinerberg é o Fradim Baixim da história, elevando-se a 640
metros sobre o nível do mar e a cerca de 200 metros acima de Salzburgo.
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Igreja de São Francisco |
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O Rio Salzach e a Abadia do Nonnberg (com a cúpula vermelha, no canto direito) |
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O Hohensalzburg e a Catedral |
Só que aqui não tem teleférico. A subida é a pé, por uma ladeirinha que começa muito sonsa, em uma transversal estreitinha e quase imperceptível da Linzergasse (a rua onde me hospedei, do lado “novo” de Salzburgo, isto é, o pedaço Século 19 da cidade).
A ladeira começa sonsa, mas logo, logo mostra as garras. A subida íngreme vai ser compensada quando você chegar lá no alto e encontrar
Salzburgo inteirinha a seus pés (e o Untersberg dando tchauzinho lá de longe).
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A subida ao Kapuzinerberg começa numa transversal da
Linzergasse (no alto). Siga as plaquinhas (que são meio discretas) e você logo
verá esse portal acima |
Pense no monte de benditos strudels crocantes que você precisa expiar e força na subida, porque o Kapuzinerberg é um dos melhores programas de Salzburgo. E é totalmente grátis!
Como eu disse lá no alto, prefira ir à tardinha, pois é nesse momento que o sol
estará no ângulo perfeito para a melhor contemplação — e as melhores fotos, é
claro.
Sim, Salzburgo tem muitas das minhas coisas favoritas e
aposto que a cidade vai arrebatar seu coração tanto quanto o meu.
Enquanto eu não volto pra lá, deixa eu cantarolar a canção
de Rogers & Hammerstein. Quer cantar comigo? A letra segue abaixo e as
dicas práticas de Salzsburgo estão no o próximo post.
🎵Raindrops on roses and whiskers on kittens
Bright copper kettles and warm woolen mittens
Brown paper packages tied up with strings
These are a few of my favorite things
Doorbells and sleigh bells and schnitzel with noodles
Wild geese that fly with the moon on their wings
These are a few of my favorite things
Girls in white dresses with blue satin sashes
Snowflakes that stay on my nose and eyelashes
Silver white winters that melt into springs
These are a few of my favorite things
When the dog bites
When the bee stings
When I'm feeling sad
I simply remember my favorite things
And then I don't feel so bad🎵
Hofburg, o castelo de Viena
Passeio de barco no Rio Danúbio - a paisagem da Wachau
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