Ravello, Costa Amalfitana - o precipício mais lindo do mundo

Uma vertigem chamada Ravello, na Costa Amalfitana. Este é o Terrazzo del'Infinito, na Vila Cimbrone. Lá em baixo, Maiori, uma das cidadezinhas às margens da Costiera 

Música deste post: How deep is the ocean, Billie Holiday

Ravello, na Costa Amalfitana, é uma vertigem. No alto de um escarpa interminável das Montanhas Lattari — que o ônibus da SITA sobe aos sacolejos pelas curvas fechadas — a cidade parece que vai despencar no mar a qualquer momento.

Ravello enfeitiça artistas desde o Século 18. Com razão, pois foi o lugar mais bonito que eu vi na Costa Amalfitana. Um pedaço de mundo onde cada centímetro de paisagem parece ter sido criado pelo pincel de um grande mestre.

A chegada a Ravello, depois de sacolejar pelas curvas da Costiera Amalfitana, uma estrada que é uma viagem

Num dia comum de novembro, sem os turistas das épocas mais quentes, as ruas de Ravello pareciam estar lá só pra mim. Ruas bem-assombradas pelo fantasma do compositor Richard Wagner, que adorava essa lindeza da Costa Amalfitana e, assim como muitos outros artistas, fez dela seu refúgio

Veja como foi meu passeio por Ravello, esse encanto da Costa Amalfitana:

A placa lembra que os escritores André Gide (A Sinfonia Pastoral e O Imoralista) e Edward Forster (A Room with a View e Howard's End) também aproveitaram suas temporadas em Ravello

O que ver em Ravello, na Costa Amalfitana

Minha primeira parada em Ravello foi no Duomo (a catedral), na verdade uma igrejinha simpática, sem o esplendor das grandes catedrais italianas.

A Catedral de Ravello fica em uma praça fofa, pequenininha e típica de um vilarejo perdido na geografia. Dava vontade de ficar eternamente, olhando o movimento — na verdade, a falta de — e bisbilhotando a conversa de três velhinhos que comentam o jornal.

Bom mesmo é tentar se perder pelas
passagens secretas de Ravello

Aliás, esse é um dos grandes encantos de Ravello: destino de férias de endinheirados e refúgio de grandes artistas, a cidade, fora de temporada, é só mais uma vilinha da Campânia — com uma baita vista para o mar.

O Duomo de Ravello é do Século 11, dedicado a Santa Maria Assunta e a São Pantaleão. Seu maior tesouro são as portas de bronze, obra do artista Barisano da Trani, do Século 12.

A imagem mais conhecida de Ravello é a cúpula dessa igrejinha emoldurada pelo lindo abismo azul. Ela fica na Vila Rufolo

Caminhar por Ravello é um prazer. As ruas da cidade são muito estreitas, cheias de passagens cobertas, larguinhos simpáticos e pequenos mirantes de cara para o Mar Tirreno...

Seria uma delícia me perder em Ravello — bem que eu tentei —, mas a cidade é pequena demais para isso 😊.

➡️ Para ver o mar, em Ravello, há dois camarotes especialíssimos, a Villa Rufolo e a Villa Cimbrone.

⭐Villa Rufolo 
Piazza del Vescovado, de segunda a domingo, das 9h às 20h (no inverno, fecha às 18h). Entrada: € 5.

Não perca a vista à Villa Rufolo para ver sua Torre Maggiore, do Século 11, e o Chiostro Moresco (Claustro Mouro).

A Villa Rufolo tem um charme romântico irresistível

Os jardins da Villa Rufolo são deslumbrantes. Estão dispostos em terraços até a beira do precipício, cheios de recantos muito românticos, fontes e estátuas.

O maior cartão postal de Ravello —  duas torres de cúpulas arredondadas, com uma carinha bem grega, debruçadas sobre o penhasco — pertencem a uma capelinha na encosta dos jardins da Vila Rufolo.

A Torre Maggiore (no alto) e do Chiostro Moresco, na Villa Rufolo

Os jardins da Vila Rufolo têm uma senhora vista para o mar — mesmo na contraluz 😉

Mas tão empolgante quanto a vista maravilhosa oferecida pelos jardins da Vila Rufolo é a história (ou a lenda) de um dos senhores do lugar.

Lorenzo Rufolo, dono da vila no no Século 13, teve uma vida das mais movimentadas. Ele conseguiu dilapidar uma fortuna, faliu, virou pirata e acabou se tornando personagem do escritor Giovanni Boccaccio.

⭐Villa Cimbrone 
Via Santa Chiara 26, segunda a domingo, das 9h ao pôr-do-sol. Entrada: € 5

Outro camarote magnífico em Ravello é a Villa Cimbrone, hoje um hotel de centenas de estrelas.

A Vila Cimbrone já ganhou meu coração logo na entrada

Depois, eu morri de paixão pelo outono nos jardins da Vila Cimbrone

A origem da Villa Cimbrone remonta ao século 11, mas a propriedade é mesmo a cara do Grand Tour, moda nos séculos 18 e 19, quando a aristocracia inglesa acreditava que a educação de um cavalheiro nunca estaria completa sem alguma intimidade com a Itália.

A Villa Cimbrone tem bem esse clima: uma sucessão de belíssimos jardins, com alguma inspiração greco-romana (mais Grand Tour, impossível), estátuas, gazebos, alamedas cobertas por trepadeiras...

O Mar Tirreno visto do "balcão de Lucy", no Terraço do Infinito da Villa Cimbrone

Mas o que realmente faz a gente perder o fôlego na Villa Cimbrone é a vista do "Balcão de Lucy", no Terrazzo dell'Infinito ("terraço do infinito"), debruçado sobre o precipício e o Mar Tirreno.

O terraço é muito procurado para casamentos (com uma paisagem daquelas, até eu encarava 😁).

Um claustro medieval e uma cripta completam os encantos da Villa Cimbrone. 

Não é força de expressão: Ravello fica meeeeesmo
 pendurada no precipício

Como chegar a Ravello

➡️Ônibus Amalfi-Ravello: € 1, SITA Bus (saída da Marina de Amalfi e ponto final próximo à Piazza del Vescovado, em Ravello).

Meu roteiro completo de três semanas na Itália

Mais:
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O que fazer em Amalfi, a República do Mar

A Europa na Fragata Surprise

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