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No alto, barcos de pesca descansando da lida, na Praia do
Rio Vermelho, com a Casa de Yemanjá e a sede da Colônia de Pesca ao fundo. Acima, Odoyá,
escultura de Ray Vianna |
Há décadas que o Rio Vermelho se consagrou como o bairro boêmio de Salvador. É lá que sempre estão os melhores bares, as baladas mais animadas e fauna urbana mais interessante.
Tudo isso rima com noite, mas acaba ofuscando outros encantos do Red River — como dizemos nós, os íntimos. Eu mesma já nem lembrava mais a última vez que tinha estado naquele pedaço com a luz do dia.
Pois saiba que isso é um desperdício. O Rio Vermelho também é ótimo antes do pôr do sol (que, aliás, em bem bonito por lá).
Tudo isso rima com noite, mas acaba ofuscando outros encantos do Red River — como dizemos nós, os íntimos. Eu mesma já nem lembrava mais a última vez que tinha estado naquele pedaço com a luz do dia.
Pois saiba que isso é um desperdício. O Rio Vermelho também é ótimo antes do pôr do sol (que, aliás, em bem bonito por lá).
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O Palco Raul Seixas anda deserto... |
Aproveito e deixo as dicas pra você se inspirar e aproveitar um dos pedacinhos mais gostosos da minha terra, a querida Salvador.
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A Casa do Rio Vermelho - museu de Jorge Amado e Zélia Gattai
O que fazer no Rio Vermelho em Salvador
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É na Praia do Rio Vermelho que Salvador celebra a Festa de Yemanjá, no dia 2 de Fevereiro. Acima, o Cetro da Ancestralidade, escultura de Mestre Didi |
Os acarajés do Rio Vermelho
Comece comendo um acarajé (e um abará, que também é muito bom). O Rio Vermelho tem a honra de abrigar os tabuleiros de Cira, Dinha e Regina, as três baianas mais badaladas de Salvador.
Dinha (que já partiu para o Orum, mas deixou as herdeiras no comando) fez tanto sucesso naquele pedaço que praticamente rebatizou a praça onde mantinha seus tachos sempre em ação.
O Largo de Santana, em torno da velha igrejinha, é muito mais conhecido como "Largo da Dinha".
O Largo de Santana, em torno da velha igrejinha, é muito mais conhecido como "Largo da Dinha".
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As três baianas de acarajé mais famosas da Bahia montaram ponto no Rio Vermelho |
A barraca de Regina fica em frente ao Largo de Santana, no pequeno estacionamento onde também está a Banca de revistas de Jesus (ou Banca Santana), a mais tradicional do bairro.
Na era pré-internet, era na Banca de Jesus que a gente tinha certeza de encontrar jornais e revistas importadas para suprir nossa sede de notícias.
Já o "tabuleiro" de Cira (na verdade uma estrutura com mesinhas na calçada e serviço de bebidas) está montado mais adiante, no Largo da Mariquita.
O abará de Regina é o melhor da Bahia. E o acarajé de Cira é uma perfeição.
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O Rio Vermelho visto da Casa de Yemanjá |
Casa de Yemanjá
Antes de cair na tentação de escolher uma mesinha ao ar livre de um dos muitos bares do Largo de Santana, também chamado de Largo da Dinha, deixe de preguiça e aproveite a brisa para um passeio à beira-mar.
Logo em frente ao Largo da Dinha está a Casa de Yemanjá, a deusa do mar segundo o Candomblé.
A Casa de Yemanjá é mantida pela Colônia de Pescadores do Rio Vermelho. É de lá que partem os balaios carregados de presentes para a orixá das águas salgadas, nas festas de 2 de Fevereiro.
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Yemanjá recebe os visitantes na porta da casinha dedicada a
ela pelos pescadores do Rio Vermelho |
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A festa é em 2 de fevereiro, mas as homenagens à Rainha das
Águas são feitas o ano inteiro na Casa de Yemanjá |
Calçadão do Rio Vermelho
Um polêmico projeto de "requalificação" realizado pela Prefeitura dotou o Rio Vermelho de um calçadão e uma ciclovia à beira-mar.
Ele começa na Praia da Paciência (a preferida pelos moradores do bairro), que ganhou um novo mirante, e segue até o antigo Mercado do Peixe, no Largo da Mariquita.
Considerando a barbaridade que foi feita na Barra, até que o calçadão do Rio Vermelho não ficou tão ruim.
Nos dias de verão (que em Salvador vai de setembro a março), esse calçadão está sempre bem movimentado, especialmente quando o sol começa a ficar mais manso, lá pelas 16:30h, 17 horas.
Nos dias de verão (que em Salvador vai de setembro a março), esse calçadão está sempre bem movimentado, especialmente quando o sol começa a ficar mais manso, lá pelas 16:30h, 17 horas.
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Um passeio pelo calçadão do Rio Vermelho no final da tarde
terá cenas assim |
Moradores do Rio Vermelho e de bairros vizinhos aproveitam a área para fazer exercícios, pedalar, andar de skate ou simplesmente curtir a brisa que sopra do mar, ao cair da tarde.
Esse movimento é garantia de segurança e você pode relaxar e aproveitar o clima de férias que toma conta do Rio Vermelho no final da tarde.
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Ou assim |
Happy hour no Rio Vermelho
Se ideia for engatar a happy hour, o Rio Vermelho é o lugar certo.Não tenho dados estatísticos, mas o empirismo me autorizar a dizer que o Red River é o pedaço de Salvador com a maior concentração de bares, botecos e restaurantes da cidade — com opções para todos os gostos e bolsos.
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O antigo Mercado do Peixe foi gourmetizado e gentrificado,
sob muitos protestos. Mas até que o lugar está agradável |
Do churrasco ao sushi, do sujinho com mesas de plástico ao piano-bar, tem de tudo no Rio Vermelho.
Nesta última passagem pelo bairro, fui conhecer o Novo Mercado do Peixe (Praça Caramuru, 2), que me pareceu bem agradável, com mesas ao ar livre (sob toldos que lembram as velas dos barcos dos pescadores).
Nesta última passagem pelo bairro, fui conhecer o Novo Mercado do Peixe (Praça Caramuru, 2), que me pareceu bem agradável, com mesas ao ar livre (sob toldos que lembram as velas dos barcos dos pescadores).
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Antes da fundação de Salvador, o náufrago português Diogo
Álvares Correia foi trazido pela maré a esta praia. Adotado pelos tupinambás, entrou para a história como Caramuru, seu nome indígena |
O Mercado do Peixe original, instalado na praia onde Carumuru chegou, após seu naufrágio (no Século 16), era um clássico de fim de noite, onde a boemia fazia o último pit stop para forrar o estômago com um caldinho de sururu ou um prato de mocotó ou simplesmente tomar a saideira na madrugada.
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O sorvete de mangaba da Mondo estava uma maravilha |
Atualização: infelizmente, a Mondo Gelato fechou as portas.
De volta ao Largo de Santana, os apaixonados por sorvete (eu!!) vão gostar da Mondo Gelato Artesanal (Largo de Santana, 7, Vila Persa).
Com produção "feita em casa", a sorveteria tem sabores frutais e cremosos. Eu amei o de chocolate amargo, sem leite (à base de água) e o de mangaba.
A casquinha de biscoito é um show à parte. Os copinhos ou casquinhas custam a partir de R$ 12.
Depois da happy hour, a noite ferve no Rio Vermelho. Mas esse é assunto para outro post. Por enquanto, aproveite a tarde em um dos bairros mais gostosos de Salvador 😊.
Com produção "feita em casa", a sorveteria tem sabores frutais e cremosos. Eu amei o de chocolate amargo, sem leite (à base de água) e o de mangaba.
A casquinha de biscoito é um show à parte. Os copinhos ou casquinhas custam a partir de R$ 12.
Depois da happy hour, a noite ferve no Rio Vermelho. Mas esse é assunto para outro post. Por enquanto, aproveite a tarde em um dos bairros mais gostosos de Salvador 😊.
Todas as dicas de Salvador - post índice
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Estupendo post. Estpy en Salvador sólo dos días e iré sin falta a Río Vermelho gracias a lo aquí leído. Muito obrigado! Rafael
ResponderExcluirQue bien, Rafael. Disfrute de mi ciudad :)
ResponderExcluirCyntia, mais duas dicas rápidas do Rio Vermelho (um tanto óbvias,é verdade): a praia do Buracão e a Casa do Rio Vermelho (museu-casa de Jorge Amado).
ResponderExcluirParabéns pelo blog!
Daniel
Oi, Daniel, boas lembranças. A Casa do Rio Vermelho é muito legal (pra quem está lendo esse comentário: é a antiga residência de Jorge Amado e Zélia Gattai, transformada em museu).
ExcluirA Praia do Buracão é ótima pelo astral descolado e as pessoas interessantes que frequentam. Mas eu não arrisco recomendar o banho de mar lá, especialmente pra quem desconhece os humores daquela maré. Eu mesma já tomei um caldo daqueles de liquidificador (sabe quando você fica girando no redemoinho da onda?) :)