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| Quinta Brasileira, a adorável roda de Jazz do Velho Espanha |
Que minha cidade é plena de boa música, tá todo mundo careca de saber (tem música ruim, também, mas viva a diversidade). Se você quer música ao vivo em Salvador, coloque o Velho Espanha, nos Barris, no topo da lista. A cidade é generosa em boa música (e viva a diversidade!), mas ouvir um show nesse bar histórico é um programão.
Fui conferir uma edição da Quinta Brasileira, a roda de jazz que o Velho Espanha promove todas as quintas, e saí absolutamente encantada. A programação é variada, o clima é ótimo e o astral do bar é daqueles que fazem a gente querer voltar sempre.
Veja por que valem muito as noites de música no Velho Espanha:
Música no Velho Espanha
Velho Espanha: um bar histórico no coração dos Barris
O Velho Espanha é a reencarnação repaginada de um
bar/armazém que reuniu algumas gerações de boêmios na Rua General Labatut, nos
Barris, bem em frente à Biblioteca Central — e ao cinema da biblioteca, que
formou pencas de cinéfilos em Salvador, eu incluída.
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| Meu cosmopolitan fez questão de uma selfie com o cartaz de Deus e o Diabo na Terra do Sol |
(Não é à toa que o Bar de Espanha tinha como frequentador-símbolo meu querido e saudoso professor de cinema, André Setaro, um cara que mudou o jeito de muita gente pensar e fruir a Sétima Arte).
Aberto em 1918 sob o nome de Armazém Sol Nascente, o lugar
era a clássica venda de bairro, que comercializava do sabão aos gêneros a granel e onde
os moradores paravam pra uma cachacinha, uma cerveja e um tira-gosto.
Como Salvador adora um apelido — tipo Baixa dos Sapateiros para a Rua J.J. Seabra e Campo Grande pra a Praça Dois de Julho — é lógico que o lugar virou Armazém do Espanha e depois Bar do Espanha, alusão à nacionalidade do dono da casa (outra coisa que você precisa saber sobre Salvador é que os mercadinhos tradicionais, botequins e padarias geralmente tinham como fundadores e proprietários integrantes da imensa colônia espanhola, mais especificamente galega, que há em Salvador).
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Tem gente o suficiente pra todo mundo se sentir em grupo,
mas sem muvuca frenética |
Dizem que o Bar do Espanha foi frequentado até por Glauber Rocha. Hoje, o cartaz de Deus e o Diabo na Terra do Sol faz parte da engajadíssima decoração do Velho Espanha.
Quando o dono espanhol quis se aposentar, um grupo de
frequentadores se organizou, comprou o bar e, em 2017, abriu o Velho Espanha,
preservando o astral da casa original e com o compromisso de manter uma
programação cultural interessante e inteligente.
Quinta Brasileira é uma roda de Jazz. Sabe aquela roda de
samba de boteco, com os músicos sentadinhos e tocando com sincera alegria?
Pois então, é isso que você vai encontrar na Quinta
Brasileira, só que a batida é jazzística.
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| Só tem músico bom nesta foto |
O projeto reúne:
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Ivan Huol – bateria
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Tarcísio Santos – guitarra (e criador/diretor das Quintas Brasileiras)
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Giroux Wanziler – baixo
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Caio Ferreira – piano
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Angela Velloso – vocais
Todos excelentes, mas pelamordedeus, que cantora é Angela
Velloso, gente. Uma voz de clarineta que não tem vergonha de ser rascante na hora
certa. Anotem o nome dela — que ainda é bem novinha — eporque cês ainda vão muito
falar da cantora.
E é claro que o projeto tinha que ter Ivan Huol no meio. O cara é uma agitador cultural necessário e incansável, força motriz da Jam no Mam, do MicroTrio e um monte de
outras coisas legais que rolam na cena musical de Salvador — sem contar que é
um grande baterista.
Dica importante: chegue cedo
O segredo da Quinta Brasileira é chegar cedo pra encontrar uma
mesa de pista. As apresentações começam às 20h e acabam lá pelas 22h, pra
deixar a vizinhança dormir.
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| Quem chega cedo encontra mesa com tranquilidade |
O clima gostoso da esquina dos Barris
Além da música, preciso enfatizar como é gostoso o clima em torno do Velho Espanha.
A esquina da Rua General Labatut com a Travessa dos Barris
tem mais um bar funcionando, tem mesas na rua e um jeitão despojado — desgurmetizado
— que dá gosto.
Tem gente na rua, que é pra todo mundo se sentir
acompanhado, mas nada de muvuca, aglomeração ou aquela euforia maníaca que
azeda uma farra. A galera vai mais com o ouvido pra a música e pra a conversa
do que com o celular pra o Instagram — não é à toa que fiz tão poucas fotos,
entretida com o prazer de estar lá.
Comer no Velho Espanha: preços ótimos e sabores incríveis
Se seu ouvido vai gostar muito da música no Velho Espanha, o
estômago também vai passar bem.
Com preços surpreendentemente acessíveis, numa Salvador que
anda adotando a libra esterlina em bares e restaurantes, prepare-se pra se
deliciar com o com o famoso fumeiro com purê de banana da casa, com o bolinho de
feijoada e o pastel de carne seca.
No capítulo sanduíches, ataquei o de pernil (com molho
barbecue e cebola caramelizada), mas o carro-chefe da casa é o sanduba Buraco
Quente — pão sem miolo, recheado com carne moída e queijo.
Estou louca pra ir ao Velho Espanha em um sábado provar o
sarapatel que eles anunciam no Instagram.
No capítulo líquido, o pessoal da cerveja destaca que elas estão sempre muito bem geladas. Eu, que sou do destilado, amei a variedade de opções, desde a nacionalíssima caipirinha a drinques mais metidos. O cosmopolitan da casa, minha pedida da noite, estava excelente.
Informações práticas: Velho Espanha Salvador
🏠 Endereço: Rua General Labatut, 38 – Barris, Salvador
📱 Instagram: @velhoespanha (confira a programação atualizada)
⏰ Horário: Domingo a quinta: 11h às 1h. Sexta e sábado: 11h às 2h
🎵 Couvert da Quinta Brasileira: R$ 20
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Que lindo!
ResponderExcluirEssa é uma dica certeira!
Grandes talentos! Nós do público agradecemos essa iniciativa tão inspirada e generosa desse grande guitarrista Tarcísio Santos! E que cantora fabulosa é Angela Velloso!! Perfeitamente ladeados por Giroux Wansiler!
Vida longa as Quintas Brasileiras!!!
Vida longa ao Velho Espanha!