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Monumento ao Infante D. Henrique, o navegador, no Porto |
Música deste post: Os Argonautas, Caetano Veloso
Quando eu era criança, não entendia a razão de ter que frequentar uma escola chata e cheia de números, quando gente mais sortuda pôde frequentar a tal Escola de Sagres, que ensinava a navegar.
Deve ser culpa do meu antepassado pirata — o holandês van der Borg, que os mais velhos da família sempre se esforçaram para descrever como um aristocrata muito fino, mas cuja alma bucaneira eu sempre intuí.
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Os Lusíadas, Canto V, no monumento ao Infante |
O fato é que eu só pensava em ir para o mar — tirando, é claro, o breve hiato em que encasquetei de me alistar na legião estrangeira e a fase mais ou menos recorrente (até hoje) de sonhar com cidades perdidas e escavar o quintal.
Mas o melhor da Escola de Sagres ainda estava por vir: a descoberta de que a tal escola não existiu — tem coisa melhor que isso, para uma criança trancafiada na tediosa sala de aula? A escola era, de fato, uma confraria de navegadores e homens do mar.
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Qualquer hora do dia é perfeita para namorar a paisagem do Rio
Douro do mirante do teleférico de Vila Nova de Gaia |
O Infante D. Henrique (1394 - 1460), filho desta Cidade do Porto, terra de navegadores, era o líder da confraria de Sagres.
Grão-mestre da Ordem de Cristo, Henrique reuniu o conhecimento náutico disponíveis no Século 15 e estimulado os avanços técnicos que permitiram a grande aventura portuguesa de lançar-se ao mar e descobrir o novo.
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Ver o Porto a bordo de um barquinho é uma experiência encantadora.
Acima, a Ponte Luís I, um rabelo e Vila Nova de Gaia, do outro lado do Rio
Douro |
Bem que eu queria ter convivido com a turma do Infante: gente do mundo inteiro, pilotos, cartógrafos, astrônomos — judeus e muçulmanos, inclusive — repetindo para os conhecimentos do mar o que foi a Escola de Tradutores de Toledo (outra que não "existiu") para o conhecimento filosófico, três séculos antes.
(Não vou discutir aqui as motivações, nem os massacres e as intolerâncias. Navegar, para o Infante, era uma Cruzada, mas este é só um blog de viagens...).
(Não vou discutir aqui as motivações, nem os massacres e as intolerâncias. Navegar, para o Infante, era uma Cruzada, mas este é só um blog de viagens...).
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O Infante contempla sua cidade do alto de seu pedestal |
Descendo a ladeirinha em frente, está a casa onde o Infante nasceu, hoje um museu, que lamentei muito não ter podido explorar por horas a fio.
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O passeio de barco pelo Rio Douro é um programa imperdível
no Porto |
Mas a melhor homenagem que eu poderia ter feito ao Navegador foi tomar um barco no Cais da Ribeira e percorrer o Douro até a foz, no Atlântico, onde dezenas de velas branquinhas e centenas de gaivotas e fragatas lembravam que viver é levantar âncora, soltar as amarras e abraçar o inesperado.
PS: Depois que eu cresci, descobri que o conhecimento matemático era essencial à navegação e talvez eu devesse ter prestado mais atenção às aulas chatas. Mas, aí já era tarde e logo depois inventaram o GPS 😉...
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A Igreja do Corpo Santo, em Massarelos, pertenceu à Ordem de
Cristo. A organização substituiu a Ordem dos Templários e foi muito forte em
Portugal. O Infante D. Henrique foi seu primeiro grão-mestre |
Casa do Infante D. Henrique
Rua da Alfândega n° 10, Ribeira
Horario: de terça a sábado, das 10h às 12:30h e das 14h às 17:30. Domingos, das 14h às 17:30h.
Ingresso: € 2
A Casa do Infante D. Henrique é um edifício do Século 13, um dos mais antigos do Porto. D. Henrique teria nascido lá, em 1394.
Horario: de terça a sábado, das 10h às 12:30h e das 14h às 17:30. Domingos, das 14h às 17:30h.
Ingresso: € 2
A Casa do Infante D. Henrique é um edifício do Século 13, um dos mais antigos do Porto. D. Henrique teria nascido lá, em 1394.
Posteriormente, a construção viria a sediar a antiga Alfândega do Porto. Hoje abriga o Arquivo Histórico Municipal. Seu acervo inclui manuscritos, pergaminhos e iluminuras.
No museu que funciona no local estão expostos objetos encontrados em escavações arqueológicas e uma maquete Porto Medieval.
No museu que funciona no local estão expostos objetos encontrados em escavações arqueológicas e uma maquete Porto Medieval.
Todas as dicas do Porto
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Gostaria de saber quais os navegadores naturais do Porto.
ResponderExcluirObrigado.