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Entre as construções incas do Vale do Urubamba, Ollantaytambo só fica atrás de Machu Picchu em importância histórica e arquitetônica |
Já faz um tempinho que Ollantaytambo se consolidou como ótima opção de pernoite para quem vai a Machu Picchu.
A pouco mais de uma hora de trem do sítio arqueológico mais famoso das Américas, essa vila é o núcleo urbano mais antigo do Vale do Rio Urubamba — o Vale Sagrado dos Incas — uma ocupação iniciada ainda no esplendor do império e jamais abandonada.
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O povoado de Ollantaytambo visto do topo da fortaleza |
Começando pelo espetacular Tambo de Ollanta (Ollantaytambo, que dá nome à vila), um sítio arqueológico impressionante, bem no centro da povoação.
Em uma visita a Ollantaytambo, você vai encontrar bons hotéis, bons restaurantes, artesanato de qualidade e, principalmente, um jeito de viver que remonta ao tempo dos incas e permanece muito bem preservado pelo povo quéchua.
Veja as dicas:
Ollantaytambo, Peru
Antes de escolher entre Cusco, Ollantaytambo e Águas Calientes como base para a visita a Machu Picchu, veja este post: Onde pernoitar para visitar Machu Picchu![]() |
O "Tambo de Ollanta" tem até uma história super romântica no currículo |
O que ver em Ollantaytambo
Os tambos incas eram estruturas que se aproximavam, em conceito e finalidade, dos castelos medievais europeus. Serviam como fortalezas para a defesa de determinado território, como núcleo habitacional, pouso para tropas e viajantes e centro de governo.
Há controvérsias sobre a história e o nome do local. Os guias turísticos costumam oferecer a versão mais romântica. O “Tambo de Ollanta” teria ganhado seu nome do general plebeu que se apaixonou e conquistou a filha de um imperador.
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A montanha em frente ao tambo ainda conserva vestígios dos
silos usados para armazenar alimentos e ajudar a abastecer o Império Inca |
O que se sabe é que foi Pachacútec, o grande construtor do Império Inca, o primeiro a incorporar o local como estrutura de ocupação do Vale do Urubamba, ordenado grandes obras de fortificação e a edificação de templos, palácios e terraços de cultivo no tambo.
Após a invasão espanhola, Ollantaytambo foi um bastião importante para a resistência andina, liderada por Manco Inca Yupanqui.
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O tambo contava com diversos templos e palácios |
Não se deixe intimidar pelos infinitos degraus que levam ao alto da fortaleza, que parecem alcançar as nuvens. A subida ao topo da construção é imperdível, ainda que você tenha que dosar o fôlego degrau a degrau — a 2.800 metros de altitude, essa é uma sábia providência.
Prefira fazer a visita com um guia, para compreender melhor o contexto e a utilização de cada estrutura que você verá por lá.
O ingresso para o sítio arqueológico de Ollantaytambo é o boleto turístico de Cusco.
Saiba mais sobre esse passe que dá acesso a 16 atrações da região: Boleto turístico de Cusco - o que é e como usar
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Feirinha de artesanato de Ollantaytambo, na entrada do sítio
arqueológico |
Pelas ruazinhas estreitas da vila, você vai ver muitos restos de construções incas ainda em uso.
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A moldura das montanhas é um dos encantos de Ollantaytambo |
Um dia no Vale Sagrado dos Incas
Como chegar a Ollantaytambo
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Ollantaytambo é uma escala super conveniente para quem vai ou volta de Machu Picchu |
Para quem não está com carro alugado, o jeito mais econômico de chegar a Ollantaytambo é pegar uma van, o chamado “transporte compartido (compartilhado)”, serviço com vasta oferta em toda a região de Cusco.
O preço da passagem de van entre Cusco e Ollantaytambo depende da cara do freguês e custa entre 10 e 15 soles para estrangeiros — os motoristas sempre vão cobrar três vezes mais caro de um turista que de um local.
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Chegada à estação ferroviária: apesar dos atrativos
próprios, foi o trem pra Machu Picchu que colocou Ollntaytambo no mapa
turístico |
Se não der para contar com uma dessas alternativas, no mínimo faça uma “vistoria” no veículo disponível, antes de embarcar. Dê uma olhadinha no estado dos pneus e na conservação aparente da van.
A estrada entre Cusco e Ollantaytambo é muito perigosa e um carro caindo aos pedaços é sempre uma péssima indicação.
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Olha o trem pra Machu Picchu aí 😊 |
Para voltar de Ollantaytambo a Cusco, é bem fácil encontrar vans na pracinha central do povoado.
Agora em fevereiro/2018, os motoristas estavam cobrando 10 soles por pessoa pelo transporte.
Pegamos uma van bem novinha, que fez muitas paradas no caminho para deixar e recolher passageiros. A viagem levou cerca de uma hora e meia.
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A vida em Ollantaytambo gira em torno da antiga fortaleza
imperial. Mas, cá no chão, você também vai encontrar muitos vestígios
incas |
Se você achar que o motorista está acelerando demais ou cometendo imprudências, não tenha vergonha de reclamar e pedir para que ele diminua a velocidade.
Para detalhes sobre a viagem de Ollantaytambo a Machu Picchu, veja este post:
Como chegar a Machu Picchu
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As paredes envidraçadas do Hotel Terra Nostra trazem as
montanhas pra pertinho da gente |
Hospedagem em Ollantaytambo
O tempo dos albergues precários para quem pernoitava na vila para embarcar cedinho no trem Backpacker para Machu Picchu ficou para trás e já é tranquilo encontrar hospedagem bem estruturada e confortável em Ollantaytambo, a preços bem razoáveis — na casa dos US$ 55 de diária em apartamento duplo, com café da manhã.
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O riacho Patacancha passa bem atrás do hotel. A sala de
estar tem vista para o rio e as montanhas |
Avenida Occobamba 480
Nós ficamos hospedados no Hotel Terra Nostra, que está instalado em um edifício de dois andares, construído em pedra e madeira e tem generosíssimas vidraças que o integram completamente às montanhas ao redor.
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O jardim do Hotel Terra Nostra |
Nossa acomodação foi em um quarto triplo com vista para a montanha.
O apartamento tem cerca de 25 m² e é dividido em dois ambientes: uma saleta, com sofá, poltronas e TV e uma cama de solteiro, e o quarto propriamente dito, onde estão mais duas camas de solteiro, mesinha de trabalho e uma estante para acomodar a bagagem.
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O quarto/saleta do nosso apartamento. Abaixo à direita, a
vista do apartamento |
Gostei da qualidade das camas, roupa de cama e banho e dos travesseiros. A calefação funcionou bem e nossa estadia foi bem confortável.
O banheiro não era grande, mas novinho, limpo e bem equipado — gostei das prateleiras para acomodar roupas e nécessaires.
Nem prestei atenção na programação da TV a cabo, mas o WiFi funcionou bem direitinho.
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O dormitório principal de nosso apartamento |
Eu gostei bastante do Hotel Terra Nostra e voltaria a me hospedar lá. Pagamos a mesma diária que estava acertada com o hotel originalmente reservado, US$ 53 para três hóspedes, sem café da manhã.
Detalhe importante: a reserva tinha sido feita apenas 48 horas antes, o que torna ainda mais incompreensível a “reforma” repentina—e foi imperdoável que não houvesse qualquer comunicação por e-mail da Casa del Abuelo avisando que não teria condições de nos receber.
Passado o susto (embora o Terra Nostra ficasse bem pertinho, levamos um tempinho para descobri-lo), deu tudo certo na nossa nova hospedagem.
No fiquei em Ollantaytambo o suficiente para uma jornada gastronômica, mas deu tempo de tomar uma café da manhã mega delicioso no Hearts Café, uma casa de aparência despretensiosa, bem atrás do sítio arqueológico.
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Nosso ótimo café da manhã em Ollantaytambo |
O Hearts café aceita cartão de crédito, tem um serviço super eficiente e simpático e tem uma localização bem conveniente. Recomendo muito.
Nossa, sempre tive muita vontade de conhecer Machu Pichu!!! Amei esse post
ResponderExcluirOllantaytambo merece um tempinho, Lorena :)
ExcluirOlá tripulantes da Fragata! Acabei de chegar da minha viagem de 15 dias ao Peru e quero agradecer imensamente por todas as preciosas dicas do blog. Segui tudo! Mas principalmente a esta sobre Ollantaytambo que é maravilhosa! Uma dica de ouro Inca!
ResponderExcluirAbçs
O melhor de escrever a Fragata é receber retornos assim. Obrigada, Isolda :)
ExcluirBjo
Indo para lá em Cusco em breve, e este site tem os melhores relatos e dicas que achei! Parabéns!
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