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A minha hospedagem na Gran Vía de Madri tinha essa vista para Cinema Callao, um escândalo art déco que enche meus olhos de alegria |
Quando escolho hospedagem, presto atenção às avaliações de outros hóspedes — qualidade importa muito — e ao preço. Mas localização também é um critério fundamental. Em Madri, fiquei hospedada no bairro de Chueca, onde já tinha tido uma excelente experiência, na Gran Vía e em Lavapiés.
São três localizações centrais, com facílimo acesso às atrações, bares e restaurantes. E escolhemos hospedagens muito próximos a estações de metrô, o que tornou mais confortável os trajetos com as malas, nos dias de chegada e saída de Madri.
E ficamos sempre em hostales. O hostal é a versão espanhola da pousada, uma hospedagem mais simples do que os hotéis, geralmente instalados em edifícios antigos onde no passado estavam residências.
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Os hostais onde nos hospedamos não servem café da manhã, mas estão cercados de lugares interessantes pra um desjejum de pão com tomate e um expresso. E tem jeito melhor de começar o dia em Madri? |
Na Espanha, o hostal é uma opção mais econômica para quem busca hospedagem bem localizada e com serviços básicos, como recepção, arrumação diária e lugar para guardar a bagagem quando a chegada é muito antes da hora do check-in ou a partida é muito depois da hora do check-out — os hostels e albergues que adotaram entrega de chaves por meio de senhas dificilmente já nem sempre oferecem essa possibilidade.
Então, veja essas três experiências de hospedagem em Chueca, Gran Vía e Lavapiés, três excelentes bairros para ficar em Madri.
Três dicas de hospedagem em Madri
Hospedagem no Centro de Madri (Gran Vía)
Gran Vía nº 44, 4º andar (com elevador)
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O Hostal Carmén funciona em um típico edifício da Gran Vía, de cara para o Metrô Callao |
Estação de metrô mais próxima: Callao (Linhas 3/amarela e 5/verde) exatamente em frente. Estação Gran Vía (Linhas 3/amarela e 5) a 350 metros.
Diária: € 95 (com taxas incluídas) em apartamento duplo.
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Cine Callao, meu vizinho bonitão |
A localização do Hostal Carmén, no trecho central da Gran Vía, deixa a gente a distâncias bem confortáveis tanto da região conhecida como Madri dos Áustrias (Porta do Sol e Plaza Mayor, por exemplo) como do Paseo del Prado e seus museus (Prado, Thyssen e Museu Naval). Pra quem gosta de compras, essa rua de Madri tem lojas muito procuradas, como Uniqlo, Mango, Flying Tiger...
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Área comum na entrada do hostal |
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O quarto é compacto, mas confortável |
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O banheiro é novinho e espaçoso |
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O apartamento tem arara para roupas, bancada de trabalho e cafeteira |
Na noite que passamos no Hostal Carmén, fomos a pé até o bar do terraço do Círculo de Bellas Artes, a 900 metros e seguimos para jantar no Barrio de las Letras, de onde também voltamos caminhando (1.400 metros). Mesmo perto da meia-noite, a volta para casa foi bem segura, com muito movimento de gente na rua.
Nosso apartamento no Hostal Carmén era compacto, mas bem distribuído, com um balcão
voltado para a rua. Bem em frente estava o Cine Callao, uma joia art déco que
eu considero um dos edifícios mais bonitos na área da Gran Vía.
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Sou fã da arquitetura da Gran Vía. No alto, a maquete da rua que é a cara do alvorecer do Século 20 em Madri |
Aprovei a cama gostosa, os travesseiros confortáveis e o banheiro mais espaçoso que a média. O apartamento tem ar-condicionado e calefação, TV (média) de tela plana, máquina de café e frigobar e cofre.
O nº 44 da Gran Vía onde está instalado o Hostal Carmén é um edifício do início do Século 20, característico da área, que está praticamente todo tomado por hostales. Como há apenas um elevador (e para apenas dois passageiros), o vai e vem de hóspedes pode engarrafar o serviço. Aproveite para usar a escadaria, na descida, porque ela é linda.
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Se o elevador engarrafar, use a muy fotogênica escadaria 😉 |
Gostei muito da estadia, repetiria e recomendo.
Hostal Montaloya
Plaza de Tirso de Molina nº 20
Estação de metrô mais próxima: Tirso de Molina (Linha 1/azul clara) exatamente em frente.
Diária: € 82 (com taxas incluídas) em apartamento duplo.
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Praça Tirso de Molina e o Teatro Nuevo Apolo, bem em frente ao meu hostal |
O hostal ocupa alguns andares de um edifício residencial na
Praça de Tirso de Molina, no bairro de Lavapiés, com elevador, recepção 24
horas e acesso com cartão eletrônico à portaria e aos quartos.
Os apartamentos são muito amplos e parte deles (o meu, por
exemplo) têm balcões debruçados para a praça — e portas antirruído, para abafar
qualquer muvuca noturna.
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No Hostal Montaloya, encontrei quarto espaçoso, banheiro novinho e ótimo atendimento |
O atendimento do Hostal Montaloya é simpaticíssimo e eficiente. Estava preocupada porque desembarcamos em Madri (voltando de Atenas) à meia-noite e só chegamos ao hotel depois da 1h da manhã, mas não teve qualquer perrengue de espera na porta.
O apartamento duplo tinha bastante espaço entre as camas, TV
de tela plana de bom tamanho (mas pouquíssimo canais disponíveis), telefone e
mesa de trabalho. E uma festa pra mim: luz de leitura e muitas tomadas junto às
cabeceiras.
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Em Lavapiés eu tinha metrô literalmente na porta de casa, mas fiz todos os deslocamentos a pé |
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O bairro de Lavapiés tem um elenco grande de equipamentos culturais, como cinemas, teatros e a sede da Filmoteca Española. O Cine Doré (no alto) é um dos cenários de Fale com Ela, de Pedro Almodóvar |
O banheiro bem grandote, com boxe espaçoso, era bem novinho e limpo. E que ducha gostosa — eu já estava meio exausta de tomar banho com aqueles telefones que os europeus acham que é chuveiro, uma das tônicas desta viagem.
No tempo dos Áustrias (Século 17), Lavapiés era a área de
residência do povo pobre de Madri, uma tradição que prosseguiu com as famílias
de trabalhadores do início do Século 20, com os jovens squatters da década de
80 e persiste na grande população imigrante que hoje vive no bairro—estimada em
60% do total de moradores.
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A arquitetura de Lavapiés mescla casarões muito antigos com exemplares do início do Século 20 |
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Bandeiras da República Espanhola em um casarão de Lavapiés |
Essa característica faz de Lavapiés uma vizinhança sem frescuras, muito pé no chão e diversa. E atrai boêmios de tudo quanto é canto.
Passei três dias (duas noites) hospedada em Lavapiés e
sempre me senti segura e tranquila para circular a pé, inclusive à noite. E a
localização do bairro convida mesmo a caminhar, já que ele está muito pertinho
das principais atrações de Madri.
A parte Norte de Lavapiés, onde fiquei, está livre das
famosas ladeiras do bairro, que podem ser um perrengue pra quem curte caminhar.
Adorei a estadia e pretendo repetir.
Hospedagem em Chueca
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Praça de Pedro Zerolo, meu endereço na primeira passagem por Madri. Super recomendo a hospedagem em Chueca, ainda que não tenha curtido muito o hostal onde fiquei desta vez |
Hostal Zamora
Plaza de Pedro Zerolo nº, 4º andar (com elevador)
Estações de metrô mais próximas: Chueca (Linha 5/verde) a
300 metros, e Gran Vía (Linhas 3/amarela e 5) a 350 metros.
Diária: € 88 em apartamento duplo (com taxas incluídas),
sem café da manhã.
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O Hostal Zamora funciona em um edifício do Século 19 onde Também funcionam vários outros hostales |
Chueca é uma das melhores opções de hospedagem em Madri. O bairro é bem central (a dois passos da Gran Vía e do Paseo del Prado), com vida noturna fervida — tem sempre movimento quando a gente volta a pé para o hotel, à noite — e muitas opções de restaurantes.
Chueca também conta com um enorme menu de pousadas
(hostales) simpáticos, em diversas faixas de preço.
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O que eu mais gosto em Chueca é que o bairro não perde a cara de lugar onde mora gente, mesmo com todo o fervo |
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Nossa hospedagem em Chueca ficava a duas quadras da Gran Vía |
Tinha passado uma semana em Chueca na minha última visita a Madri e quis repetir a dose agora. Reservamos das noites no Hostal Zamora, logo na chegada a Madri, antes de seguir para Ávila.
Acertamos no bairro e contuo recomendando muito a hospedagem em Chueca. Mas não curti o hostal, apesar de sua classificação no Booking como "fabuloso" e nota 8,6.
O Hostal Zamora tem realmente uma excelente localização. Fica na Praça de Pedro
Zerolo, a duas quadras da Gran Vía, a uma quadra da Calle Hortaleza e a 200
metros do Mercado de San Antón.
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O Mercado de San Antón está a 200 metros da minha hospedagem |
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Na Praça de Pedro Zerolo tem um ponto de bicicletas compartilhadas e mercadinho 24 horas |
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A arquitetura do Século 19 é a marca do bairro de Chueca |
Fica no quarto andar de um edifício antigo, onde funcionam diversos outros hostales. Tem elevador, portaria 24 horas — mas os hóspedes recebem as chaves do edifício e do hostal, junto com a chave do apartamento — e maquininha para venda automática de bebidas.
Achei o apartamento duplo do Zamora muito acanhadinho,
com móveis velhuscos e sem qualquer charme (nem me animei a fotografar). E o banheiro era para turistas
vindos de Lilliput — o boxe do chuveiro ganhou o título de o mais apertado entre as 16 hospedagens de
nossos 40 dias de viagem.
Mas o grande problema foi mesmo dormir mal: além do colchão empenado, passei muito calor na primeira noite lá. Na segunda e última noite, foi São Pedro quem quebrou meu galho e desligou a fornalha pra eu ter um soninho menos sofrido.
Pegamos 28 graus de temperatura em Madri, em pleno abril. O hostal, porém, só libera o uso de ar-condicionado “durante o verão” — como se 28ºC não fossem verão suficiente. Segundo a propriedade, que respondeu minha crítica no Booking, em abril os aparelhos de ar-condicionado ainda não passaram por manutenção e eu teria que optar entre o calor e o mau cheiro que o equipamento estaria produzindo.
Como Chueca tem pencas de alternativas de hospedagem, ninguém precisa fazer escolhas de Sofia.
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