Atrações em Recife

Apesar dos tubarões, a Praia da Boa Viagem continua frequentadíssima. Antes de entrar no mar, pergunte aos salva-vidas sobre as áreas mais seguras para banho

Adoro Recife desde criancinha. É terra de tios e primos queridos e de ótimas lembranças, que sempre me parece mais bonita a cada visita. No bate e volta do último fim de semana, o mar de Boa Viagem estava mais verde, a Orla mais cuidada e o casario do Bairro do Recife Antigo ainda mais colorido e exuberante.

Desta vez, só deu tempo de matar a saudade da família e e ver o Show de Paul McCartney. Mas tem três programas imperdíveis no Recife que faço questão de recomendar. 

Desta vez, fui a Recife ver o show desse cara que eu adoro. Mas sempre dá pra aproveitar os encantos da cidade

Veja as dicas:

Atrações em Recife

A Sinagoga Kahal Zur Israel foi a primeira das Américas, fundada pela comunidade judaica que acompanhou Maurício de Nassau durante a colonização holandesa

Bairro do Recife Antigo

Plantadinho no encontro dos rios Capibaribe e Beberibe com o Oceano Atlântico, o Bairro do Recife Antigo meio que resume a alma da cidade, tão tributária daquelas águas e do vai e vem de gente que elas propiciaram.

Passear pelo Bairro do Recife (Recife Antigo é meio que um nome turístico do lugar) é um programa incontornável pra quem visita a capital de Pernambuco — quem manda aquela ilhazinha concentrar tantas atrações?

O Cais do Sertão é um dos melhores museus brasileiros que já visitei

Parque de Esculturas Francisco Brennand visto da Praça do Marco Zero

O ponto de partida desses passeios costuma ser a Praça do Marco Zero, de cara para o mar e para o Parque de Esculturas Francisco Brennand. Antes de qualquer caminhada pelas ruas do bairro, recomendo fortemente que você visite o Cais do Sertão, uma apaixonante celebração de Luiz Gonzaga, dos ritmos e do imaginário sertanejo. Simplesmente um dos melhores museus que já vi no Brasil.

O casario colorido da Rua do Bom Jesus é sempre muito atraente. No alto, a estátua do jornalista e compositor recifense Antônio Maria

Acho que este casarão nem sonhava em se tornar a sede do Paço do Frevo quando caiu nas lentes da Fragata

Na sequência, tem a Rua do Bom Jesus e seus casarões — em especial a primeira sinagoga das Américas, a Kahal Zur Israel — o Paço do Frevo, outro museu interessantíssimo, e o Centro de Artesanato de Pernambuco. 

O cais da Rua Aurora, onde Manoel Bandeira pescava escondido. No alto, a Igreja Madre de Deus, do Século 18

"Do lado de lá era o cais da Rua da Aurora...
...onde se ia pescar escondido"
(Manoel Bandeira)

Se der, encontre uma ponte pra chamar de sua e preste atenção à Rua Aurora diante do rio. O colorido exuberante, as fachadas harmoniosas, linhas e cores refletidas nas águas do Capibaribe formam um dos cartões postais mais famosos (merecidamente) da capital pernambucana. 

Dançar Ciranda no Pátio de São Pedro

Parece brincadeira de roda, mas a Ciranda pernambucana é dança de todas as idades. 

De mãos dadas, com passos para dentro e para fora do círculo — dizem que a inspiração é o movimento das ondas do mar — na roda da ciranda só não cai quem já morreu. 

No Pátio de São Pedro, no Bairro do São José, ela fica ainda mais especial, cercada pela beleza desse conjunto arquitetônico do Século XVIII, dominado pela Igreja de São Pedro dos Clérigos. 

Diversão típica das festas juninas, a ciranda do Pátio é democrática: basta chegar, entrar na dança e se deixar levar. Vai por mim: é uma alegria inesquecível.

Dicas práticas de Recife

Transporte em Recife

Quando você for a Recife, faça o possível para não chegar na hora do rush. O trânsito da cidade está simplesmente impossível, páreo para São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. 

O Sítio da Trindade, no bairro de Casa Amarela, tem origens em uma fortificação do Século 17, erguida para resistir à invasão holandesa. Já foi um centro cultural que reunia gente como Paulo Freire e Ariano Suassuna. Depredado após o golpe de 64, foi restaurado e hoje é aberto ao público para atividades culturais

Cheguei às 17:30h e paguei todos os meus pecados, quase uma hora presa no engarrafamento entre o Aeroporto dos Guararapes e o hotel, em Boa Viagem, a 6,6 km  — o Google Maps prometia um percurso de 13 minutos. Bem se vê que que essas engenhocas entendem pouco de metrópoles brasileiras...

Apesar do trânsito, pode valer a pena alugar um carro em Recife, pois a cidade é grande, os pontos de interesse ficam distantes uns dos outros — sem falar de Olinda, que fica ao lado e merece muitas visitas — e as tarifas de táxi são salgadas, comparadas com as de Brasília e do Rio de Janeiro, por exemplo. 

O transporte coletivo de Recife não entusiasma.

A ida pra o show de Macca até que foi suave. A volta, porém...

No fim de semana de 21 e 22 de abril, o sistema de táxis de Recife estava à beira do colapso. A cidade recebeu cerca de 150 mil visitantes, atraídos pelos shows de Paul McCartney, Chico Buarque, Abril Pró-Rock e as apresentações do Cirque du Soleil. 

As frotas de Jaboatão, Olinda e Paulista, municípios vizinhos, foram convocadas para reforçar o serviço, mas nem isso deu conta da demanda. 

Resultado: desde a sexta-feira, 20/04, já era um sufoco conseguir táxi no Aeroporto dos Guararapes. Esperei cerca de 40 minutos na fila. 

Na saída do show de Macca, a coisa ganhou contornos de filme de terror, piorada pela interdição do trânsito, que não deixava os táxis se aproximarem da região do Estádio do Arruda. Mesmo com a dificuldade de encontrar estacionamento, lamentei muito não ter alugado um carro.

Onde me hospedei em Recife

O hotel Jangadeiro fica na Praia da Boa Viagem

A maioria das opções de hospedagem em Recife fica em Boa Viagem e imediações. Pelo Booking, escolhi o Hotel Jangadeiro (Avenida Boa Viagem n° 3114), meio antigão, mas o único que ainda tinha um apartamento duplo e um apartamento triplo disponíveis para o fim de semana de 21 e 22 de abril. 

Os quartos são bem grandes, com varanda e banheiros espaçosos. O atendimento não chega a encantar, mas é profissional e não compromete. 

Os apartamentos, porém, precisam de uma reciclada, pois deixam a desejar no quesito conforto: travesseiros magérrimos, sequer uma mesa de cabeceira ou bancadinha para apoiar o notebook. Diária no duplo na casa dos R$ 300 e no triplo em torno dos R$ 400.

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