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Um brinde à minha padroeira Dorothy Parker no Bar do
Hotel Algonquin em Nova York |
Todo mundo que vive de escrever — os sinceros com o ofício, pelo menos — tem uma espécie de padroeiro/a. A minha é Dorothy Parker. É por isso que, pra mim, não pode haver visita a Nova York sem uma parada para um dry Martini no bar do Hotel Algonquin.
Há 100 anos, Dorothy Parker começou a bater ponto no bar do Hotel Algonquin. Por mais de uma década, ela presidiu a célebre confraria da Round Table, mitológico grupo de escritores, dramaturgos, jornalistas, atores e editores que escreveu o roteiro de Nova York durante os ditos loucos anos 20.
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Hotel Algonquin, na Rua 44 Oeste |
Não tenho a vaidade de um dia escrever como minha padroeira Dorothy, mas pelo menos posso tomar um drinque no point que ela ajudou a tornar célebre e ainda hoje atrai gente do mundo inteiro para evocar as lembranças da inteligência e ironia fina da turma da Round Table.
Saiba mais sobre o bar do Hotel Algonquin, em Nova York e coloque esse point centenário na sua lista de passeios na cidade:
Saiba mais sobre o bar do Hotel Algonquin, em Nova York e coloque esse point centenário na sua lista de passeios na cidade:
Nova York boêmia: o bar do Hotel Algonquin
A Round Table do Hotel Algonquin
Entre 1919 e 1929, o Hotel Algonquin (59 West 44th Street, quase esquina com a 6ª Avenida) foi abrigo de uma das mais célebres tertúlias já registradas no planeta.
Era nos bares deste hotel, o Oak Room ou o Rose Room, que se reunia “O Círculo Vicioso” — vasto grupo de jornalistas, escritores, teatrólogos, atores e críticos de arte da pá virada.
Era nos bares deste hotel, o Oak Room ou o Rose Room, que se reunia “O Círculo Vicioso” — vasto grupo de jornalistas, escritores, teatrólogos, atores e críticos de arte da pá virada.
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Nos primórdios da Round Table: o editor Art Samuels, o dramaturgo Charlie MacArthur, Harpo Marx, Dorothy Parker e Alexander Woollcott, crítico teatral e literário |
Eles almoçavam, bebiam (muito, em plena Lei Seca, que se estendeu de 1920 a 1933) e destilavam veneno e inteligência.
Sentados em torno de uma mesa redonda (daí serem chamados pelos de fora pelo apelido de The Round Table), definiam o que seria in ou out na semana seguinte no umbigo do mundo que era Nova York — suas preferências, expressas em suas colunas nos jornais, eram a bússola de quem quisesse ser descolado.
Sentados em torno de uma mesa redonda (daí serem chamados pelos de fora pelo apelido de The Round Table), definiam o que seria in ou out na semana seguinte no umbigo do mundo que era Nova York — suas preferências, expressas em suas colunas nos jornais, eram a bússola de quem quisesse ser descolado.
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A atriz Tallulah Bankhead e minha "madrinha" Dorothy Parker, duas divas da Round Table |
A Round Table reunia gente como a escritora feminista Ruth Hale, o editor da New Yorker Harold Ross, o escritor e dramaturgo Robert E. Sherwood, o escritor Robert Benchley, a atriz Tallulah Bankhead, o dramaturgo Noël Coward, a historiadora Margaret Leech, e o comediante Harpo Marx (um dos Irmãos Marx).
Na cabeceira, presidindo a mesa redonda, sentava-se minha madrinha de alma, Dorothy Parker.
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Fórmula perfeita: Dry Martini, uma azeitona e as memórias
dos roaring twenties no escurinho do Blue Bar |
Blue Bar do Hotel Algonquin
59 W 44th St. Aberto diariamente das 11:30h à 1h da manhã
A farra da Round Table começou a se esgotar na virada dos anos 30. No Algonquin, o Rose Room já não existe desde 1998. O Oak Room agora é o restaurante Round Table.
O que sobrevive como local das libações à inteligência dos roaring twenties no Hotel Algonquin é o Blue Bar, inaugurado em 1933. Uma reforma desalojou o velho bar de seu local original para um anexo colado ao hotel e foi lá que eu tomei um (vários) dry martini na última passagem por Nova York.
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A iluminação em tom de azul do Blue Bar teria sido invenção
do ator John Barrymore, que morou no Hotel Algonquin nos anos 30 |
O ambiente do Blue Bar não decepciona: é escurinho, elegante e muito confortável, com paredes revestidas em painéis de madeira, cristais, poltronas de couro e luminárias art déco. Segundo a lenda, o azul da iluminação que deu nome ao bar foi invenção do ator John Barrymore (avô da atriz Drew Barrymore), que morava no Algonquin nos anos 30,
A trilha sonora do Blue Bar é excelente — Jazz de lavada — e o atendimento é muito profissa.
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O Blue Bar é ótimo pra começar uma farrinha em Nova York |
➡️ Os preços do Blue Bar
O lugar não é barato, ainda mais pra quem ganha em reais. Os preços, porém, estão na média dos lugares mais bacaninhas de Nova York: drinques na casa dos US$ 20, taça de espumante ou vinho a partir dos US$ 17 e cerveja a US$ 9.
Pelos preços, você já viu que o Blue Bar não é lugar para meter o pé na jaca. É um grande lugar para bebericar uma ou duas tacinhas, sorvendo as memórias da Round Table do Hotel Algonquin antes de emendar outro programa.
Pelos preços, você já viu que o Blue Bar não é lugar para meter o pé na jaca. É um grande lugar para bebericar uma ou duas tacinhas, sorvendo as memórias da Round Table do Hotel Algonquin antes de emendar outro programa.
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muito chic!
ResponderExcluirSerá que essas reuniões do grupo "Round Table" de Dorothy Parker já foram exibidas em alguma cena de quaisquer filme / seriado (de TV, ou do tipo "Netflix"), etc, por aí ?!?!
ResponderExcluirÉ bem possível, porque a Round Table faz parte da mitologia do Século 20. Mas não estou conseguindo lembrar de filmes ou séries agora :)
ResponderExcluirDei uma olhadinha no IMDB e encontrei duas menções: "Mrs. Parker and the Vicious Circle", de 1994 e o documentário "The Ten-Year Lunch: The Wit and Legend of the Algonquin Round Table (1987)"
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