As dunas são lindas, a praia é um sossego e o mar é uma delícia. Precisa mais? Pois saiba que comer em em Mangue Seco é um programa à altura dos encantos que a natureza legou à "Praia de Tieta do Agreste": caranguejos de primeira, moqueca de aratu de rasgar a roupa e as ostras mais rechonchudas, voluptuosas e saborosas que comi nos últimos tempos.
E o melhor é que comer em em Mangue Seco não exige pompa nem figurino. Meu banquete foi pé na areia, de biquini, à sombra de um quiosque da praia. Acompanhada por uma brisa muito relaxante e um livrinho, a refeição foi um ensaio para o paraíso. Só faltou a rede para o cochilo, depois da comilança.
Comer em Mangue Seco
A primeira surpresa do cardápio em Mangue Seco foram os caranguejos, surpreendentemente gordos para um mês com R (a temporada de caranguejos vai de maio a agosto, meses que não levam a letra R no nome). E muito os crustáceos estavam bem temperados, cozidos no ponto certo, quando a carne se solta das casquinhas e vem inteira, ao quebrarmos as perninhas do bicho.
Meia dúzia de caranguejos foi pouco, mas eu precisava de espaço para a moquequinha de aratu que as mulheres da vila de mangue Seco vendem pela praia: pouco caldo, embrulhada na folha de bananeira, lembrando um pacote de amendoim bem servido. Hummmm...
As ostras (vivinhas da silva), porém, roubam a cena: são oriundas de um criadouro montado no povoado do Pontal (SE) e chegam à praia trazidas por Tarsis Éder, responsável pelo empreendimento. Ele percorre as mesas das barracas da praia oferecendo a primeira ostra como isca. Depois dessa, impossível parar de comer. Basta um nadinha de sal, gotinhas de azeite e um toque de limão-rosa (aquele amarelinho, bem suave) e a dimensão gustativa do paraíso se apresenta.
Tarsis é bom de papo e um ótimo relações públicas do criadouro de ostras. Com ele, descobri que o projeto foi iniciado em 2004, com apoio do Sebrae, e veio como alternativa de renda para as famílias locais, no bojo do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. Além de gostosas, as ostras do Pontal são politicamente corretas.
Os envolvidos no cultivo das ostras passam por cursos de capacitação e a produção é rigorosamente cuidada, para evitar que as ostras cruas transmitam doenças, como a hepatite.
Ele também conta que a descoberta dos talentos do limão-rosa para acompanhar as ostras (combinação muito mais gostosa que a do limão galego ou o siciliano) aconteceu por acaso. O fruto cresce como mato na região, sem qualquer valor comercial. Como ficava caro comprar o limão para servir junto com as ostras, na praia, resolveram experimentar e voilá.
Como organizar um banquete em Mangue Seco
O cair da tarde na Vila de Mangue Seco, na beira do Rio Real
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Para um banquete pé na areia em Mangue Seco, há quatro barracas de praia, no trecho onde os bugreiros da vila deixam os visitantes e voltam para apanhá-los no fim da tarde.
Eu fiquei na barraca Asa Branca, mas o cardápio não muda muito de uma para a outra.
As barracas da praia servem um monte de delícias do mar |
O caranguejo estava sendo servido a R$ 3 a unidade, mesmo preço cobrado pelas vendedoras ambulantes pela moqueca de aratu na folha de bananeira e pela unidade da ostra.
No total, gastei R$ 60 na comilança, incluindo as bebidas (coca cola, água de coco e uma caipirosca de caju, feita com a vodka que matou o guarda).
A melhor temporada para comer caranguejo vai de maio a agosto (meses sem a letra R no nome). Se você quiser saber um pouco mais sobre a arte de degustar esses bichinhos sublimes, veja o post sobre o assunto, "Caranguejos, aí vou eu!".
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Cynthia,
ResponderExcluirFechou o cardápio.Adorei o texto e as dicas.Coisas boa da vida comida,natureza e amigos que curtem muito e, principalmente, socializam as dicas.