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O Museu Nacional de Artes Visuais de Montevidéu é lindo, tem entrada gratuita e é facílimo de encaixar na sua rota turística |
O MNAV está instalado no Parque Rodó, com ônibus na porta e a curta caminhada de Punta Carretas, onde a maioria dos turistas brasileiros gosta de se hospedar.
Traduzindo: você tem zero desculpa pra deixar o Museu Nacional de Artes Visuais fora do seu roteiro em Montevidéu. Visitei o MNAV logo no meu primeiro dia de passeios pela cidade e confesso que foi preciso me controlar pra não voltar lá todo dia — mas só consegui porque Montevidéu tem muitas coisas legais pra ver e fazer.
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Esporte (1923), de Guillermo Laborde: a elite preferia o
tênis |
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Os trabalhadores se divertiam em uma Partida de futebol, como esta retratada por Carmelo de Arzadun, em 1919 |
Mas, agora, veja o que você vai encontrar no adorável MNAV e prepare-se para esse delicioso mergulho na arte dos nossos vizinhos orientales.
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Adorei reencontrar o pintor Rafael Barradas, autor de As Ciganas (1919), que já tinha me conquistado com trabalhos expostos no MNAC de Barcelona |
Visita ao Museu Nacional de Artes Visuais de Montevidéu
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Cercada pelo verde do Parque Rodó, a sede definitiva do MNAV foi concluída na década de 70 |
Os traços contemporâneos e do Museu Nacional de Artes Visuais de Montevidéu não entregam a idade, mas o MNAV é um senhor mais do que centenário.
Foi criado em 1911, ainda como Museu de Belas Artes, com seu
então enxuto acervo espremido em uma das alas do Teatro Solís. Da mudança para
o Parque Rodó, anos mais tarde, até que a atual sede ganhasse os traços — e a
estrutura impecável — que vemos hoje, mais de seis décadas se passaram.
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Janelões do museu integram o espaço expositivo com o Parque Rodó |
A quase totalidade do acervo do MNAV é de obras de artistas uruguaios. E feliz do país que pode preencher os vastos espaços expositivos de um museu com tanta inspiração.
A arte uruguaia é pouco difundida no Brasil — pra falar a
verdade, fora os mexicanos como Frida Kahlo e Diego Rivera e o
colombiano Fernando Botero, temos pouco contato com a produção artística dos nossos
vizinhos latino-americanos. Entre os uruguaios, a exceção, talvez, seja Joaquín Torres García, o mais famoso dos pintores do paisito no mundo e o artista mais citado aqui na Fragata, depois dos Beatles 😊.
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Pra vocês não dizerem que eu estou demorando a falar de Torres García, olha só a parede que recebe os visitantes, logo na entrada da sala principal do MNAV 🧡 |
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E mais Torres García: acima, Pintura de 1928. O quadro na foto abaixo é Gare, do mesmo ano |
Essa, portanto, já seria uma grande razão para ir ao Museu Nacional de Artes Visuais de Montevidéu. Circulando por seu espaço amplo e luminoso, o visitante nem percebe que está tendo uma aula bem completinha sobre o que os danadinhos dos talentosos uruguaios e uruguaias andaram pintando no último par de séculos.
Coleção Juan Manuel Blanes no MNAV![]() |
A desolação em A Paraguaia, de Juan Manuel Blanes, é de
cortar o coração |
Blanes tem um museu só dele em Montevidéu, no bairro de El Prado, mas está muito bem representado no acervo do MNAV. São nada menos do que 228 obras (nem todas estão em exposição) do chamado “pintor da pátria”.
Sua tela monumental Os 33 Orientais (que está no Museu Blanes) é uma espécie de Grito do Ipiranga uruguaio e retrata os combatentes, liderados por Lavalleja e Oribe, que enfrentaram o Império do Brasil para fazer do Uruguai um país autônomo.
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Blanes: A Doma, de 1875 |
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A Cruz de Madeira e Estudo, pintados por Blanes em
1875. Abaixo, duas telas da série Um dos três chiripas, de 1881. Chiripás
são as calças típicas dos gauchos |
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Maternidade (1905), de Carlos Maria Herrera. Abaixo, a escultura El Cafetero, de Juan Manuel Ferrari |
Século 20: o Planismo uruguaio da gema
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Laborde: cartaz da Copa de 1930 e Retrato de Luis E. Pombo (1928) |
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Tem mulher nas artes, sim! À esquerda, Paisagem Metafísica (1989), de Elsa Andrada. À direita Composição, de Petrona Viera |
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Composição Construtiva (1950), de Julio Alpuy, e Construção (1963), de Augusto Torres |
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Vai ter flood de foto, porque amor é amor 😊. Esta é a Paisagem de Praia, pintada por Torres García em 1924 |
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Pintura Construtiva (1943) |
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Os murais Composição, de 1919 |
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A Lavanderia (1903) |
Eu fui fisgada por Pedro Figari (1861-1938) quando vi um quadro dele chamado Candombe no Malba de Buenos Aires (um museu que eu visito toooooodas as vezes que passo pela capital argentina). Desde então, andava com muita vontade de conhecer mais a obra desse que é considerado, ao lado de Torres García, o grande o artista uruguaio do Século 20.
O acervo do MNAV não decepciona (mas só abre o apetite para a visita ao Museu Figari, na Cidade Velha de Montevidéu, com entrada gratuita).
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Figari: a sinhá e a mucama ajoelham ao dobre dos sinos em Toque de Oração (1925). Abaixo, A Vida, pintado no mesmo ano |
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Antes ou depois da visita ao MNAV, vale a pausa para um café no sossegado jardim do museu |
🕒 Horário: de terça a domingo, das 13h às 20h
Entrada gratuita
Colonia del Sacramento
Punta del Este
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