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O Homem Controlador do Universo, mural de Diego Rivera no
Palácio Nacional de Belas Artes do México |
E essa foi a grande emoção da minha visita ao Palácio Nacional de Belas Artes do México, na capital do país.
Com esse item finalmente ticado na minha lista de desejos, posso afirmar sem medo de estar exagerando: os murais de Diego Rivera, sozinhos, já justificariam a viagem ao México.
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Palácio Nacional de Belas Artes do México: o exterior é Art
Nouveau e as cúpulas de sugerem vulcões em erupção (no alto). O interior tem
uma escandalosamente bela decoração em art déco |
Concebido originalmente para ser uma casa de ópera, o Palácio Nacional de Belas Artes foi inaugurado em 1934, abrigando também um museu — uma feliz associação entre acervo, arquitetura e decoração que tornam o lugar uma atração imperdível na Cidade do México.
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Obras de Frida Kahlo na mostra temporária Pinta la
Revolución: no alto, Autorretrato. Acima O Suicídio de Dorothy Hale e abaixo
Onde penduro o meu vestido |
Mais um motivo pra você colocá-lo no topo da sua lista de programas quando passar pela Cidade do México. Veja as dicas:
Palácio Nacional de Belas Artes do México
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O interior do Belas Artes é o céu para quem curte art déco |
O que ver no Palácio Nacional de Belas Artes da Cidade do México
O acervo do Palácio Nacional de Belas Artes traça um painel que vai do Século 16 ao Modernismo do Século 20.
As maiores estrelas da coleção permanente são os murais que decoram o interior do edifício, obras de expoentes dessa arte.
Além de Diego Rivera, você verá os traços de José Clemente Orozco, Roberto Montenegro, David Alfaros Siqueiros e Rufino Tamayo, só a nata do Movimento Muralista.
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O acervo do Palácio Nacional de Belas Artes abarca do Século
16 ao Modernismo do Século 20 |
A Arquitetura do Palácio Nacional de Belas Artes do México
A sala de concertos do Palácio Nacional de Belas Artes é considerada uma das mais bonitas das Américas e pode ser vista em visitas guiadas ou, melhor ainda, durante um dos muitos espetáculos que movimentam seu o palco.
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Elementos pré-hispânicos traduzidos em art déco |
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O Palácio Nacional de Belas Artes é simplesmente um dos
edifícios mais lindos que vi na vida |
A construção do Palácio Nacional de Belas Artes foi iniciada em 1902, mas acabou interrompida pela eclosão da Revolução Mexicana (1910).
Quando a obra foi retomada, na década de 30, o país era outro, com uma nova mentalidade e novas demandas e necessidades.
O projeto, portanto, foi profundamente alterado para que surgisse não apenas uma casa de ópera para as elites, mas um centro cultural que abrigasse as diversas manifestações artísticas — o primeiro museu de artes do México.
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Obras do mexicano Alfredo Ramos Martínez na mostra
temporária: no alto, Compaixão. Acima, Zapatistas |
No que dizia respeito ao estilo decorativo, os gostos também haviam mudado.
É por isso que o Palácio Nacional de Belas Artes resultou nesse delicioso encontro entre o lindo exterior Art-Nouveau, ditado pela Belle Époque, e um magnífico interior art déco, como exigia a moda dos Anos 30 — eu, que amo os dois estilos, me senti no céu visitando o lugar.
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Qualquer ângulo de contemplação que se escolha deixa o expectador de cara para uma beleza arrebatadora |
Se ao contemplar os detalhes decorativos do Palácio Nacional de Belas Artes você tiver a sensação de estar de volta aos templos de Teotihuacán, não é maluquice, não.
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Frida não está sozinha entre as mulheres-gênias das artes mexicanas. Fiquei apaixonada pela obra de Maria Izquierdo. A tela na foto é Altar de Dores, de 1943 |
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Em La Polveada (1922), Adolfo Best Maugard coloca
a a estética mexicana com um pé na art nouveau |
O México é muito generoso. Além de me presentear com a contemplação da obra de Diego Rivera, um dos grandes artistas do Século 20 — no mundo, viu? —, ainda me apresentou um elenco de responsa.
Artistas que, com suas pinceladas, seja nas telas, seja nas dimensões monumentais dos muralistas, falam apaixonadamente sobre as transformações e os anseios de sua época e de seu país.
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No alto, o Retrato de Martín Luis Guzmán, de Diego Rivera.
Acima, Homenagem a Juárez, de Rufino Tamayo |
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José Chavez Morado, Carnaval em Huejotzingo |
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A famosa Alegoria do Vento, de Roberto Montenegro, faz parte do acervo permanente do Palácio Nacional de Belas Artes do México |
Muralismo Mexicano
O Muralismo Mexicano é um exemplo de arte comprometida com seu tempo e lugar, a receita infalível para ser atemporal e universal.O muralismo é a arte movida pela necessidade de falar para as grandes massas que começavam a ter acesso à cidadania a partir da Revolução Mexicana.
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Nova Democracia (1944), mural de David Alfaros
Siqueiros |
Um modo de contar uma história, expressar opiniões e despertar consciências, em um país que tinha mais de 90% de analfabetos.
O mural mais famoso no Palácio Nacional de Belas Artes é O homem, controlador do universo, pintado por Diego Rivera em 1943.
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O Homem, Controlador do Universo é um desbunde de mural, Pintado por Diego Rivera. E os traços art déco do Palácio Nacional de Belas Artes fazem uma moldura à altura da obra |
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Diego Rivera tascou as imagens do Camarada Lenin (no alto) e
do velho Karl (Marx) em seu mural. É claro que os magnatas Rockefeller não
curtiram nem um pouquinho |
Abusado, Diego tascou uma imagem de Lenin no meio do desenho, o que resultou na sua sumária demissão — imaginem os magnatas Rockfeller bancando uma obra que retrata o líder de uma revolução socialista... 😀
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Carnaval da vida mexicana, de Diego Rivera |
Depois de babar com essa ousadia de Rivera, pude conhecer outros trabalhos notáveis, como O Carnaval da vida mexicana (também de Diego), A Catarse (José Clemente Orozco), Nova Democracia, Vítimas do Fascismo e O Tormento de Cuauhtemoc (David Alfaros Siqueiros).
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Vítimas do Fascismo, de David Alfaros Siqueiros |
➡️ O Castelo de Chapultepec também tem belíssimos murais, como o fabuloso Do Porfiriato à Revolução, de David Alfaros Siqueiros, que ocupa todo o perímetro de um enorme salão.
➡️ O Palácio Nacional do México, sede do Governo Federal, também é famoso pelos murais pintados por Diego Rivera em suas dependências.
Pra não dizer que o Palácio Nacional de Belas Artes não tem nenhum defeitinho, achei o Museu Nacional de Arquitetura, no terceiro andar do edifício, bem basiquinho.
Vale pagar o ingresso pela possibilidade do contemplar o interior do palácio do alto ou se você for muito, mas muito fã do assunto.
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Então tá, você me convenceu. Vou entrar e curtir com calma as maravilhas que você descreveu. Na ultima vez eu nem sabia que iria parar nessa cidade e não tinha me informado. Valeu!
ResponderExcluirVale muito a pena. Mas, se tiver tempo, não perca o Museu Nacional de Antropologia :)
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