20 novembro 2024

Dois restaurantes em Salvador pra combinar com passeios imperdíveis

Gamboa de Baixo em Salvador
Almocei divinamente na Gamboa, que cada vez mais se consolida como point de farra e gastronomia em Salvador

Passei os últimos dias turistando na minha terra e acabei descobrindo dois excelentes restaurantes em Salvador, bem no meio de muvucas turísticas. São duas opções sensacionais pra emendar os passeios ao Centro Histórico e ao Solar do Unhão (Museu de Arte Moderna).

Adoro levar amigos que visitam Salvador pra esses dois passeios, que considero imperdíveis. Mas, normalmente, fujo de restaurantes muito próximos de áreas turísticas (em Salvador e em qualquer outro lugar). A chance de se comer mal pagando caro nesses estabelecimentos é enorme. 

Mas, desta vez, valeu arriscar: eu e minha amigas paulistanas Beth e Rose fizemos duas excelentes refeições em pleno miolo turisticão.

Igreja de São Francisco em Salvador
Terreiro de Jesus em Salvador
O almoço no Centro Histórico complementou muito bem a visita à deslumbrante Igreja de São Francisco

A primeira dessas refeições memoráveis foi no Cazinha Bistrô, na hypada Gamboa de Baixo, ao lado do Museu de Arte Moderna/Solar do Unhão. A segunda foi no Cuco Bistrô, no Largo do Cruzeiro de São Francisco, porta de entrada para o Pelourinho.

Os dois restaurantes não são lugares baratos, mas a qualidade da comida, o atendimento e o conforto justificam o preço. Passam longe do pega-turista e merecem que a gente vá lá, mesmo sem o pretexto da turistagem.

Anote essas dicas de restaurantes em Salvador pra incrementar seus próximos passeios na cidade.

Restaurantes em Salvador

Almoço na Gamboa depois de visitar o MAM-BA

Gamboa de Baixo e Solar do Unhão em Salvador
O hype da Gamboa tem muita razão de ser: vista linda e ótima gastronomia

A Gamboa de Baixo é o novo Rio Vermelho (ou novo Santo Antônio) de Salvador.

Encravada a encosta que separa a Cidade Baixa da Cidade Alta, à sombra da Ladeira do Contorno, a comunidade é antiga, enfrentou (e venceu) as ameaças de ser desalojada e nos últimos anos se consolidou como point fervidíssimo. 

A Gamboa é frequentado por variadas tribos, dos alternativíssimos aos chiques, fica movimentadíssima nas tardes dos fins de semana e feriados e pode (e deve) ser combinada com a visita a MAM-BA, com as apresentações da Jam no Mam (jazz ao cair da tarde, no pátio do museu, nos últimos sábados de cada mês) e com o banho de mar nas duas prainhas que cercam o Solar do Unhão, a Praia da Preguiça e a Praia da Gamboa.

Praia da Gamboa em Salvador
Da Praia da Gamboa, é possível pegar um barquinho para chegar mais perto do badaladíssimo Bar da Mônica. Os remadores também fazem a rota entre o Porto da Barra e a comunidade

O grande trunfo da Gamboa é a diversidade de seus bares e restaurantes, todos com vista arrebatadora para a Bahia de Todos os Santos.

Alguns desses bares e restaurantes estão no topo da lista dos mais badalados de Salvador, atualmente. Um é o Bar da Mônica, onde é melhor chegar de barquinho pra driblar o sobe e desce de escadarias. Outro é o Restaurante Dona Suzana, especializado em moquecas.

Exposição sobre o Teatro Vila Velha no Mam-Ba
Exposição sobre o Teatro Vila Velha no Mam-Ba
Exposição sobre o Teatro Vila Velha no Mam-Ba
Exposição sobre o Teatro Vila Velha no Mam-Ba
A exposição sobre o Teatro Vila Velha fica em cartaz até 8 de dezembro, mas não se preocupe, porque sempre tem algo interessante na programação do MAM-BA — e a magnífica escada desenhada por Lina Bo Bardi está sempre lá

Estive na Gamboa no último domingo, depois de visitar a exposição Vila Velha, por exemplo, no Museu de Arte Moderna, celebrando os 60 anos do queridíssimo Teatro Vila Velha, onde assisti shows e peças inesquecíveis — a legendária Trate-me, Leão, do Asdrúbal Trouxe o Trombone, foi uma delas.

O MAM-BA é um dos meus lugares favoritos em Salvador. O Solar do Unhão, onde ele está instalado, é um conjunto colonial deslumbrante, com origens no Século 17. O lugar foi magistralmente retrofitado nos anos 60 por ninguém menos do que Lina Bo Bardi para abrigar o museu.

Solar do Unhão em Salvador
O Cazinha Bistrô tem um salãozinho fechado e climatizado, mas também tem mesinhas ao ar livre, com guarda-sóis e esta vista

Já te convenci a ir até o MAM? Pois deixa eu te contar que vale muito a pena esticar o passeio à Gamboa de Baixo, comunidade colada ao Solar do Unhão.

A Gamboa tem uma vista que é um escândalo, oferta de bares e restaurantes vasta e diversa — dá pra escolher desde um boteco pra requebrar reggae e pagode até restaurantes amigáveis aos mais velhinhos e amantes do sossego.

Cazinha Bistrô na Gamboa de Baixo em Salvador
O Cazinha Bistro é um pequeno notável. Que almoço delicioso, pipôl!
Solar do Unhão em Salvador
O pátio do atracadouro do Solar do Unhão é um grande lugar pra assistir ao pôr do sol

Eu e minhas amigas Beth e Rose (minha companheira de viagem à Espanha, Portugal e Grécia, no primeiro semestre), fomos atraídas para o Cazinha Bistrô, que fica logo na estrada da comunidade, por um aspecto, digamos, geracional: a promessa de ar-condicionado geladinho, num dia em que Salvador bateu nos 37 graus.

Gente, que acerto!

Cazinha Bistrô na Gamboa de Baixo em Salvador
Gosto de restaurantes com cozinha à vista do freguês

O Cazinha Bistrô é pequenininho (são sete mesas no salão e três do lado de fora, de cara para a Baía de Todos os Santos), tem ar-condicionado geladinho (promessa cumprida), excelente atendimento e uma comida deliciosa. Mesmo.

O cardápio do Cazinha aposta nos frutos do mar, mas sem ênfase nas moquecas, que são o carro chefe da vasta maioria dos restaurantes da Gamboa. Usando ingredientes tradicionais, a casa oferece pratos mais contemporâneos, com toquinhos autorais. 

Cazinha Bistrô na Gamboa de Baixo em Salvador
O inenarrável vinagrete de polvo era maior do que isso, mas quase que ele não sobrevive pra ser fotografado 😁

O vinagrete de polvo que pedimos de entrada (na casa dos R$ 80) estava de uivar pra a lua e a porção, se não chegava a ser pantagruélica, deu conta de nós três comensais. Só achei a porção de pão (passadinho no alho e azeite, deliciosamente crocante) muito esquálida: três fatias. Mas pedimos pra trazer mais e ninguém fez cara feia (ou cobrou o acréscimo).

Cazinha Bistrô na Gamboa de Baixo em Salvador
Menção honrosa à 'rosca de caju
Cazinha Bistrô na Gamboa de Baixo em Salvador
Este peixinho estava dos deuses

Como prato principal, nós três escolhemos a mesma coisa: peixe grelhado, com farofinha de coco e gengibre e purê de banana da terra (R$ 76). O peixe que a casa trabalha é o vermelho, um dos meus favoritos (imbatível para comida baiana). O prato estava simplesmente delicioso.

Deixo também uma menção honrosa à 'rosca de caju (caipirinha de vodka com caju, pra quem não é de Salvador entender), que estava perfeita.

⭐Cazinha Bistrô | Rua Desembargador Castelo Branco nº 44, Gamboa de Baixo
Horário: de terça a quinta, do meio-dia às 18h. Sextas e sábados, até as 22h. Domingos, até as 20h.

Largo do Cruzeiro de São Francisco em Salvador
A Igreja e o Convento de São Francisco precisam estar no topo da sua lista de visitas em Salvador

Almoço no Centro Histórico depois da visita à Igreja de São Francisco 

O Centro Histórico de Salvador é uma das coisas mais lindas que você vai ver no Brasil. Todo ele, não só o Pelourinho (ainda que esse conjunto arquitetônico seja mesmo de fazer o coração dar uma paradinha).

Um lugar no Centro Histórico que pre-ci-sa estar na sua lista é a arrebatadora Igreja de São Francisco, no Largo do Cruzeiro de de São Francisco.

Claustro do Convento de São Francisco em Salvador
O altar dourado da igreja é um enlevo, mas preste atenção também aos azulejos do claustro do convento, um conjunto precioso do Século 17

Ela vai ganhar um post exclusivo aqui na Fragata, mas já estou adiantando umas fotinhas, que é pra vocês entenderem a dimensão da beleza barroca dessa construção dos séculos 17/ 18, chamada, não por acaso, de “Igreja de Ouro”.

Pois bem, sabem o que combina divinamente com uma visita à Igreja de São Francisco (e à sua vizinha de porta Igreja da Ordem Terceira de São Francisco)?

Cuco Bistrô no Centro Histórico de Salvador
O almoço no Cuco Bistrô arrematou lindamente um grande passeio pelo Centro Histórico de Salvador

Um almocinho no confortável, agradável e competente Cuco Bistrô, que fica logo no comecinho do Cruzeiro de São Francisco.

O Cuco Bistrô serve comida baiana clássica (moquecas, por exemplo), mas a alma da casa é sertaneja, com pitadinhas mediterrâneas. E esse encontro dá muito certo.

Cuco Bistrô no Centro Histórico de Salvador
'Rosca de jabuticaba, hummmmm
Cuco Bistrô no Centro Histórico de Salvador
O ar-condicionado geladinho é uma bênção quando a cidade ferve

O cardápio transita do filé au poivre ao baião de três (baião de dois com sururu)

O atendimento simpático e caloroso é super competente. Não tem pergunta que a gente faça sobre os pratos que fique sem resposta e a ajuda para navegar a carta de vinhos é certeira.

O resultado foi uma excelente almoço no salão climatizado (à noite, acho que arriscaria uma mesinha do lado de fora, sob os guarda-sóis).

Cuco Bistrô no Centro Histórico de Salvador
Que entrada deliciosa, esse tal de furdunço

Como entrada, pedimos um Furdunço (R$ 82), uma amostra variada de gostosuras, com bolinhos de peixe, pasteizinhos de queijo, dadinhos de tapioca e camarões empanados. Estava tudo muitíssimo saboroso.

Cuco Bistrô no Centro Histórico de Salvador
Cuco Bistrô no Centro Histórico de Salvador
Moqueca bem servida (no alto) e uns camarõezinhos com damasco e abacaxi sensacoinais

Como principal, Rose e Beth escolheram a moqueca de peixe (pescada amarela) e camarões. A porção individual (R$ 120) alimenta bem duas pessoas. Eu pedi o Perren do Pelô (camarão com damasco com abacaxi, acompanhado de arroz com castanhas de caju, R$ 96).

Cuco Bistrô no Centro Histórico de Salvador
Gostei desse sertão com pegada contemporânea

A ‘rosca de jabuticaba que pedi estava excelente e as meninas tomaram vinho.

Cuco Bistrô | Largo do Cruzeiro de São Francisco nº 6, Centro Histórico (do ladinho do Terreiro de Jesus).
Horários: de segunda a sábado, das 11h às 22h. Domingos, das 11h às 18h.

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