Roteiros criativos - Lübeck, uma esticada de Berlim ao conto de fadas

Lübeck é uma das cidades medievais mais preservadas da Europa

Ir embora de Berlim é quase um sacrilégio. Mas, já que a partida era inevitável, escolhi uma escapada que elevou minha alma ao 20º andar: Lübeck, a cidade que parece ter servido de modelo para todas as ilustrações dos contos dos Irmãos Grimm.

Nesta série sobre roteiros criativos, Lübeck surge como contraponto e complemento ao fulgor contemporâneo de Berlim. Combinar essas duas cidades é equilibrar a intensidade da capital com a calma de um tempo que parece suspenso. É a prova de que a Alemanha pode ser cosmopolita e, ao mesmo tempo, profundamente poética. 

Lübeck foi fundada no Século 12, sobre uma ilha do Rio Trave

Estender a viagem de Berlim a Lübeck não é apenas uma extensão de roteiro — é uma guinada de ritmo muito instigante.

Veja as dicas:
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Roteiros criativos - Lübeck

Dona de um dos centros históricos medievais mais bem preservados da Europa, Lübeck fica a cerca de 320 km de Berlim, alcançável em pouco mais de três horas de trem, com conexão em Hamburgo.

A Burgtor, construída no século XV, é uma das antigas portas medievais de Lübeck

Cidade natal do escritor Thomas Mann, Lübeck convida a caminhar sem pressa, à sombra de torres pontudas de contos de fadas e fachadas em degraus.

Fundada no século 12, Lübeck floresceu como a “Rainha da Liga Hanseática” — poderosa confederação de cidades mercantis do Mar Báltico e Mar do Norte, ativa entre os séculos 13 e 17I, decisiva para a economia e a política da Idade Média. A pujança econômica financiou a beleza arrebatadora da cidade, felizmente preservada até hoje.

A Holstentor parece dar acesso a um conto de fadas

(foto de  Christian Wolf (www.c-w-design.de)

Uma cidade desenhada para os Irmãos Grimm

Desde a primeira visão, Lübeck encanta. O trem para na Lübeck Hauptbahnhof, estação neoclássica de 1908, com torres e cúpulas em formato de cebola. A apenas 900 metros, surge a Holstentor — símbolo máximo da cidade. Suas torres gêmeas guardavam a entrada oeste da antiga Lübeck hanseática. Hoje abriga um museu e representa o poder e a riqueza que fizeram da cidade a “Rainha do Báltico”.

A Prefeitura de Lübeck e a Praça do Mercado

Ao atravessar a Holstentor, você chega à Innerstadt, antiga cidade murada construída sobre uma ilha no rio Trave. Ali, as fachadas em degraus, os campanários esguios e os detalhes delicados de cada construção deixam qualquer visitante deslumbrado.

Os jardins da Catedral de Lübeck têm um sossego tocante

Imperdível é a Catedral de Lübeck, erguida no século 12 por Henrique, o Leão, duque da Saxônia e da Baviera. Seus jardins serenos e tijolos escuros transmitem uma beleza austera, mas acolhedora.

Foi a literatura de Thomas Mann que me apresentou a Lübeck

A cidade de Thomas Mann

Para os amantes da literatura, visitar a Buddenbrookhaus é quase um ritual. Na casa onde nasceu Thomas Mann, o romance Os Buddenbrook ganha corpo e paredes; é impossível não sentir que os personagens caminham por ali. O museu equilibra a vida real dos irmãos Mann e o universo ficcional que imortalizou Lübeck na literatura.

A cidade se revela também nas alturas de suas igrejas góticas, como a Marienkirche, frequentada pelas famílias Mann, e na delicadeza do Heiligen-Geist-Hospital, fundado no século 13 — uma das instituições de caridade mais antigas da Europa ainda em funcionamento.

Adorei ver a cidade a bordo de um barquinho

O passeio por Ad der Obertrave ao cair da tarde é encantador
(Foto: K.ristof (http://www.panoramio.com/photo/99301484)

Ritmo tranquilo e beleza à beira do rio

Nem só de história vive Lübeck. Um passeio de barco pelo rio Trave oferece uma vista poética da cidade: torres refletidas na água, casas antigas entre árvores e o silêncio quebrado apenas pelo canto das aves.

Ao cair da tarde, a rua An der Obertrave é perfeita para desacelerar, com seus casarões coloridos e cafés à beira do rio. 

Lübeck retratada em marzipã na vitrine da Confeitaria Niederegger

E há prazeres que falam à alma e ao paladar: o restaurante histórico da Schiffergesellschaft, com frutos do mar servidos sob vigas de madeira do século 15, e a irresistível confeitaria Niederegger, que transforma o marzipã em arte — fazendo de Lübeck um doce cenário digno dos Irmãos Grimm.

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