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| Antigua é um encanto cercado por vulcões |
Essa vivacidade vem do enorme contingente de estudantes do mundo inteiro que escolhem Antigua para fazer intercâmbio e aprender espanhol, do intenso colorido da arquitetura da cidade e da Cultura Maia que caminha pelas ruas, dona de seu território, desmentindo o apagamento pretendido pelos colonizadores.
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| Parte da Catedral de Antígua, arrasada pelo terremoto de 1773, permanece em ruínas e funciona como um museu |
Em uma série sobre roteiros criativos, Antigua teria que ser estrela. (Na verdade, toda a Guatemala merece a atenção de quem quer uma viagem que fuja do óbvio). Se você gosta de cidades coloniais, vai ficar apaixonada pela antiga capital da Guatemala,
Veja as dicas:
Esses posts vão ajudar a organizar sua viagem:
O que fazer em Antigua Guatemala
Como organizar uma viagem à Guatemala
Dicas práticas de Antigua Guatemala
Onde comer em Antigua Guatemala
Hospedagem em Antigua Guatemala em um hotel-museu
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Dicas práticas de Antigua Guatemala
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Por que visitar Antigua Guatemala
Fundada em 1542 como Santiago de los Caballeros, Antigua foi durante dois séculos o coração do poder espanhol na América Central — sede da Capitania Geral que governava territórios do México ao Panamá. No esplendor colonial, ergueram-se palácios, colégios e igrejas monumentais, com fachadas trabalhadas em estuque e interiores de ouro e madeira entalhada.
Mas o solo inquieto insistia em sacudir essa beleza.
Entre os séculos 16 e 18, os terremotos foram os grandes cronistas de Antigua. Um após outro, os sismos transformaram catedrais em escombros, conventos em ruínas e templos em poeira, reescrevendo sua história a cada sacudida.
Entre os séculos 16 e 18, os terremotos foram os grandes cronistas de Antigua. Um após outro, os sismos transformaram catedrais em escombros, conventos em ruínas e templos em poeira, reescrevendo sua história a cada sacudida.
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Uma tradição que se mantém firme e forte em Antigua (e eu
dou a maior força) é a dos doces coloniais. Esta é a Confeitaria Doña Maria
Gordillo, uma das mais famosas da cidade |
O golpe fatal veio em 1773, com os “terremotos de Santa Catalina”. A destruição foi tamanha que a Coroa Espanhola desistiu da velha cidade e transferiu a capital para um novo local, a moderna Guatemala da Assunção (a Cidade da Guatemala).
Santiago perdeu o posto, o nome e quase a alma. Passou a ser apenas “Antigua”, a antiga capital.
Mas Antigua Guatemala não aceitou o destino de ruína. Renasceu obstinada, teimosa, como as cidades que têm vocação para a eternidade. Parte de suas construções foi restaurada, parte permanece em ruínas — e é justamente dessa mistura de reconstrução e memória que nasce o seu encanto. Quem caminha por suas ruas de pedras irregulares é testemunha de um encontro entre o esplendor e o colapso que resulta em uma beleza rara.
Santiago perdeu o posto, o nome e quase a alma. Passou a ser apenas “Antigua”, a antiga capital.
Mas Antigua Guatemala não aceitou o destino de ruína. Renasceu obstinada, teimosa, como as cidades que têm vocação para a eternidade. Parte de suas construções foi restaurada, parte permanece em ruínas — e é justamente dessa mistura de reconstrução e memória que nasce o seu encanto. Quem caminha por suas ruas de pedras irregulares é testemunha de um encontro entre o esplendor e o colapso que resulta em uma beleza rara.
O que ver em Antigua Guatemala
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| Ruínas da Catedral de São José |
Antigua se estende por um vale cercado por três vulcões — Agua, Fuego e Acatenango —, que ora se escondem sob a névoa, ora emergem dramáticos no horizonte, como sentinelas guardando uma joia colonial.
A Catedral de San José, que um dia foi o maior templo católico da região, é hoje metade igreja, metade museu. Parte foi restaurada e ainda acolhe fiéis; o restante permanece como um esqueleto poético de pedra e arcos abatidos, lembrando o Convento do Carmo de Lisboa. A luz entra por aberturas improváveis, tocando as colunas partidas e mostrando cicatrizes.
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| O Arco de Santa Catalina é a atração mais fotogragada de Antigua |
Entre as ruínas e as reconstruções, Antigua pulsa viva. O Arco de Santa Catalina, com sua torre de relógio, é moldura perfeita para o vulcão Água.
O arco é o maior cartão-postal da cidade e ponto de encontro dos viajantes. Freiras cruzavam por dentro dele no século 17, para não serem vistas em público. Hoje, turistas e moradores esperam a hora exata em que as nuvens se abrem para fotografar o vulcão dentro de sua moldura.
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| O antigo Colégio dos Jesuítas agora é sede de um centro cultural muito interessante |
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O deus sol Kinich-Ahau é representado como um jaguar |
A poucos quarteirões, o Colégio dos Jesuítas guarda outro tipo de memória. De escola de elite colonial a ruína esquecida, transformou-se em centro cultural e museu de arte pré-colombiana, onde as figuras do deus-sol maia, Kinich Ahau, parecem dialogar com os balcões floridos dos claustros espanhóis.
É esse tipo de encontro — entre a herança maia e o barroco europeu — que faz de Antigua um território simbólico, onde as camadas da história não se apagam, apenas se sobrepõem.
Outro símbolo do barroco guatemalteco é o Convento de La Merced, com sua igreja pintada de amarelo vivo e adornada de arabescos brancos. Poucos templos de Antigua sobreviveram tão bem aos terremotos.
Outro símbolo do barroco guatemalteco é o Convento de La Merced, com sua igreja pintada de amarelo vivo e adornada de arabescos brancos. Poucos templos de Antigua sobreviveram tão bem aos terremotos.
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| Fonte dos Peixes do Mosteiro de La Merced |
O mosteiro, no entanto, cedeu aos abalos. Hoje, seu pavimento superior está em ruínas. No térreo, o destaque é a famosa Fonte dos Peixes, em forma de ninfeia — flor sagrada para os maias, símbolo da criação do mundo. A fonte sintetiza Antigua, reunindo o catolicismo dos colonizadores e a cosmovisão ancestral dos povos nativos da atual Guatemala.
No coração da cidade, o Parque Central é o respiro e o ponto de convergência. As fachadas do antigo Cabildo e do Palácio dos Capitães-Gerais, a Catedral e o Ayuntamiento enquadram a praça, onde estudantes, artistas e viajantes se misturam sob árvores centenárias.
No coração da cidade, o Parque Central é o respiro e o ponto de convergência. As fachadas do antigo Cabildo e do Palácio dos Capitães-Gerais, a Catedral e o Ayuntamiento enquadram a praça, onde estudantes, artistas e viajantes se misturam sob árvores centenárias.
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| A Catedral de Antigua vista do Palácio del Ayuntamiento, sede do governo colonial |
Antigua não é um museu congelado — é um organismo em equilíbrio entre passado e presente. Suas cicatrizes são parte do charme, suas ruínas, um lembrete de que a beleza também pode nascer da impermanência.
Visitar Antigua Guatemala é mais do que ver monumentos: é compreender o poder da resistência, a poesia da ruína e a delicadeza de uma cidade que insiste em permanecer inteira, mesmo quando o chão treme.
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