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Se você curte cidades coloniais, vai se apaixonar por Antigua Guatemala |
São cidades e vilarejos onde a vida segue seu ritmo autêntico, ainda não moldado pelo turismo de massa — e, de quebra, com preços muito mais amigáveis. Perfeitos para inspirar roteiros criativos, capazes de transformar qualquer viagem em uma experiência única.
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Os Jardins do Turia, parque delicioso em Valência, na Espanha |
Este post abre uma série dedicada a esses roteiros criativos. Não se trata de nada secreto, misterioso ou repleto de perrengues — meu lado Lara Croft anda bem comportado. A ideia é simplesmente sugerir destinos que merecem muito mais atenção de viajantes curiosos e dispostos a ir um passo além do óbvio.
Não é preciso abandonar Paris (quem seria capaz?), mas por que não incluir Rouen no caminho?
Veneza e Florença são, sem dúvida, imperdíveis — mas Bolonha, ali no meio, é uma joia que muitos deixam passar.
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Os famosos pórticos de Bolonha acompanham o visitante nas andanças pela cidade. São mais de 40 km dessas colunatas, protegendo o caminhante do sol e da chuva |
Gosta de cidades coloniais? Experimente descobrir Antigua, na Guatemala, ou Villa de Leyva, na Colômbia.
E se Madri e Barcelona são paradas obrigatórias, que tal transformar essa dupla em um triângulo, acrescentando Valência?
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Lindos, na Ilha de Rodes: mar impecável, ruínas da Antiguidade e casinhas brancas sem muvuca |
Veja as dicas e prepare-se para se encantar pelos caminhos menos óbvios.
⭐Bolonha: uma preciosidade no meio do caminho
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Bolonha tem longa tradição de efervescência intelectual e política, uma beleza rara e gastronomia de fazer qualquer um flutuar |
A cidade é vibrante, universitária e generosa, com pórticos infinitos, torres medievais e uma culinária que beira o sublime.
Enquanto turistas se acotovelam em filas por um espresso em Veneza, em Bolonha o café é compartilhado entre moradores que discutem política, arte e futebol com a mesma paixão. É uma cidade que ensina o que significa viver bem.
⭐Valência: quando o Mediterrâneo sorri
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A Catedral de Valência guarda um cálice conhecido como O Santo Graal |
Valência é o respiro ensolarado da Espanha — nada menos do que 300 dias de sol por ano.
Tem praias douradas, arquitetura futurista e um centro histórico cheio de vida. É onde o passado gótico da Lonja de la Seda se encontra com o brilho branco da Cidade das Artes e das Ciências.
E entre uma taça de horchata e uma paella original (sem frutos do mar!), a
gente entende que o segredo de Valência é simples: ela não tenta ser nada além
dela mesma.
E que cidade, leitor@s, que cidade.
⭐Memphis: música para os 5 sentidos
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Beale Street em Memphis, o berço do Blues |
Berço do blues e do rock’n’roll, lar de Elvis e palco da luta pelos direitos civis, é uma cidade que vibra em cada acorde.
Em Beale Street, o som das guitarras mistura-se ao aroma do churrasco sulista e às vozes que ainda pedem liberdade.Memphis não é um destino: é um sentimento.
⭐Antigua Guatemala: o tempo que se recusa a ir embora
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Mercado de artesanato e ruínas da Igreja de El Cármen em Antígua |
Antigua parece um sonho. Arrasada por um terremoto, no Século 18, a antiga capital ficou suspensa no tempo. As ruínas de igrejas barrocas, o vulcão no horizonte e as ruas de pedra dão à vida um outro ritmo.
É uma cidade que convida à contemplação, onde cada fachada
colorida parece guardar uma história antiga e silenciosa.
⭐Lübeck e Dürnstein: o charme europeu fora do radar
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As ilustrações dos contos de fadas parecem ter sido inspiradas em Lübeck |
Lübeck, no norte da Alemanha, é uma joia do gótico hanseático, cortada por canais e perfumada por marzipã.
Localizada a 3h30 de Berlim e a apenas 40 minutos de Hamburgo, Lübeck é uma preciosidade do Século 11 que parece ter servido de modelo para ilustrações de contos de fadas, com suas torres pontudas, muralhas com ameias e ruas sossegadas.
É dessas cidades que a gente visita sem pressa, apenas para ouvir o som dos sinos e o murmúrio das bicicletas na praça central.
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Dürnstein é um dos encantos do trecho mais bonito do Rio Danúbio, a Wachau |
A austríaca Dürnstein, às margens do Danúbio, é quase uma pintura: muralhas, vinhedos e um castelo em ruínas onde, dizem, Ricardo Coração de Leão foi prisioneiro.
Dürnstein foi o ponto alto do meu passeio pela Wachau, um trecho especialíssimo do Rio Danúbio, no caminho entre Viena e Salzburgo.
Pequena, azul e melancólica, é um lembrete de que a beleza, às vezes, cabe num
punhado de ruas.
⭐O espetáculo medieval de Rouen e Winchester
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A Catedral de Notre Dame de Rouen foi uma grande musa de Claude Monet |
Rouen, na Normandia, é uma das cidades mais belas da França — e das menos celebradas.
Entre vitrais e pontes sobre o Sena, à sombra das fachadas normandas em enxaimel, a lembrança de Joana d’Arc e da Guerra dos 100 Anos acompanha o visitante que se embrenha em suas ruas estreitas.
Rouen foi a cidade mais querida de Ricardo Coração de Leão e a escolhida para guardar para sempre o coração do rei da Inglaterra, que repousa em sua magnífica catedral, pintada obsessivamente por Monet.
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No Século 9º, o Rio Itchen servia como defesa natural contra as investidas vikings contra Winchester. Hoje ele guia os visitantes por cenários saídos das páginas de romances |
Winchester, na Inglaterra, tem o mesmo sopro de história: antiga capital saxônica e primeira capital da Inglaterra guarda uma das catedrais mais impressionantes do Reino Unido e um ritmo de vida que parece sussurrar “respire, o mundo não vai acabar amanhã”.
Cercada de campinas floridas e pelo curso sossegado do Rio Itchen, Winchester é perfeita pra quem quer brincar de voltar no tempo em caminhadas por paisagens que mais parecem saídas de um romance de Jane Austen do que da vida real.
⭐Villa de Leyva: encanto colombiano
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A 160 km de Bogotá, Villa de Leyva rende uma escapada adorável |
Nos Andes colombianos, Villa de Leyva é uma perolazinha encantadora.
Com suas ruas de pedra, praça monumental e casas caiadas, a
cidade abraça o visitante e convida a caminhar devagar e respirar o sossego.
À noite, a suave iluminação urbana deixa o céu estrelado brilhar.
Nos arredores da cidade, você vai conhecer o sítio arqueológico de El
Infiernito — chamado de “Stonehenge Colombiano” — e um belo convento do Século
16.
A pouco mais de 160 km de Bogotá, Villa de Leyva é uma
esticada deliciosa em um roteiro pela Colômbia.
Githio e Rodes: o azul da Grécia em tom menor
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A pequenina Githio é a metrópole de uma das regiões menos exploradas da Grécia |
Enquanto multidões lotam Santorini, o porto de Githio, no Peloponeso, oferece um mar igualmente deslumbrante — só que sem fila.
Com 4,5 mil habitantes, Githio é a "metrópole" da Península de Mani, o ponto mais ao Sul da Grécia. Esse porto pesqueiro atrai ainda poucos visitantes estrangeiros, mas conta com boa estrutura turística voltada para veranistas gregos. Fica a 280 km de Atenas e é dono de uma das praias mais reputadas do Peloponeso, Mavravouni, a apenas 4 km do centro urano.
Casas coloridas, peixe fresco, conversas lentas. Githio é a Grécia que ainda vive como
antigamente.
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A Porta de São Paulo era um dos acessos à Cidadela dos Cruzados em Rodes |
Em Rodes, a herança dos cavaleiros cruzados vive cercada pelo azul irresistível do Mar Egeu.
A adorável Cidade de Rodes — em cujo porto já pairou o Colosso de Rodes, uma das maravilhas do mundo antigo — você vai encontrar o charme relaxado de um balneário sem afetação e história até dizer chega.
Nos arredores da cidade, vilas como Lindos oferecem tudo que a gente quer da
Grécia—uma acrópole deslumbrante debruçada sobre o mar, praias deliciosas e
asinhas brancas penduradas na montanha.
⭐Amarante: o coração doce de Portugal
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A encantadora Amarante fica a apenas 40 minutos da Cidade do Porto |
Amarante é puro aconchego.
Erguida sobre o rio Tâmega, com pontes de pedra e mosteiros renascentistas, é uma das cidades mais delicadas de Portugal.
E tem sabor: os doces conventuais são lendários, e o vinho verde corre como
conversa boa.
Se puder, vá a Amarante durante a celebração do padroeiro, São Gonçalo, sempre no primeiro fim de semana de junho. Vai ser um encontro inesquecível com a alma portuguesa.
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