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A Torre Branca, uma das fortificações da Torre de Londres |
A capital britânica tem taaaaanta coisa para ver que o visitante mais ansioso corre o risco de passar qualquer temporada por lá — independentemente da duração — em permanente estado de culpa, mais assombrado com as atrações de Londres que ficaram fora de sua lista do que aproveitando as escolhas que fez.
A boa notícia é que cidades milenares em plena vitalidade contemporânea não costumam sair correndo. Sempre haverá a chance de voltar e aproveitar outras atrações de Londres que "escaparam".
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No sentido horário: uma sala de exposições do Museu Britânico, o London Eye, claustro da Abadia de Westminster e a Catedral de Saint Paul |
Mas reconheço que há atrações de Londres tão espetaculares que viram prioridade. Todo mundo que já passou pela cidade tem a sua lista de "visitas obrigatórias". A minha lista tem o Museu Britânico, a Catedral de Saint Paul, a Abadia de Westminster, a Torre de Londres e o London Eye.
Veja os detalhes e as dicas práticas para curtir esses encantos de Londres:
5 atrações de Londres
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A famosa cobertura do pátio interno do Museu Britânico (no alto) e a fachada neoclássica do edifício |
Museu Britânico
Primeiro, um parêntese: estou cada vez mais avessa aos museus de tudo. Os grandes arquivos de maravilhas me parecem cada vez mais datados, expressões de uma época em que viajar era difícil e era necessário juntar o máximo de peças em um só lugar, para dar ao visitante a sensação de ter percorrido o mundo.
Vivo dizendo que a beleza satura e ninguém consegue ficar em estado de permanente encantamento por mais de um par de horas.
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Para explorar os corredores, salões e escadarias do Museu Britânico, a gente precisa mesmo de um mapa |
O museu também me deixa muito incomodada com as "apropriações" feitas pelos ingleses de tantos ícones pertencentes a outros povos — sim, eu quero que os frisos do Parthenon sejam devolvidos à Grécia. E já!
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Um sarcófago etrusco e, abaixo, um fragmento de pintura de uma tumba egípcia |
Dito tudo isso, é inegável que o Museu Britânico emplaca qualquer lista de atrações "para ver antes de morrer" do planeta.
Qualquer uma de suas coleções já renderia um museu de primeira linha (nesta visita, eu fiquei horas babando a ala dedicada à Arte Etrusca, como vocês podem ver pelas fotos.
Aliás, reconheço que o monumental Museu Britânico não se ajusta muito ao título do post, porque é impossível visitá-lo só uma vez na vida.
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Máscaras etruscas |
Entre os destaques do acervo, a parte dedicada à era pré-romana da Ilha, ao antigo Egito e à Mesopotâmia são simplesmente de rasgar a roupa.
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Como dá pra ver pelas fotos, nesta visita eu me concentrei na coleção etrusca. Querer ver tudo no Museu Britânico seria uma maratona |
Horários de visita ao Museu Britânico
Diariamente, das 10h às 17:30h. Para mais informações, consulte o site do museu
Fotografias no Museu Britânico
Fotografias no Museu Britânico
Totalmente liberadas
Quanto custa a entrada no Museu Britânico
Quanto custa a entrada no Museu Britânico
➡️ Nadinha!!! Assim como todos os outros museus estatais do país, o Museu Britânico tem entrada gratuita. É ou não é uma maravilha?
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A Catedral de Saint Paul é tão solene que até intimida - mas
eu fui me acostumando com ela na paisagem, até chegar pertinho e encontrar o
aconchego de seu jardim |
Catedral de Saint Paul
A imponente Catedral de Saint Paul é um dos maiores templos cristãos do planeta. Ela ocupa um local dedicado à religião desde o Século 7 (quando, concretamente, a ideia de uma "Inglaterra" talvez sequer tivesse ocorrido aos reis saxões que dividiam e disputavam o território que hoje pertence ao país).
Não dá muito para escapar do clima solene que cerca a visita à Catedral Saint Paul.
O que ajuda a construir alguma proximidade com esse sisudo monumento é ir adquirindo alguma intimidade com a silhueta de sua cúpula, recortada contra o horizonte de Londres. A Catedral de Saint Paul é visível de diversos pontos das margens do Tâmisa (a gente vai criando um certo carinho pela velha senhora).
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O poeta John Donne foi decano da Catedral e ganhou um busto (no alto) no jardim, que fica lotado na hora do almoço, nos meses de verão |
Nessa "aproximação gradual", gostei muito de almoçar no jardim da Catedral de Saint Paul, cercada de londrinos que trabalham na área da City e carregam seus farnéis para aproveitar o clima relaxado.
Além de abrigar as grandes cerimônias reais inglesas como as coroações, a Abadia de Westminster também é o local de sepultamento de figuras proeminentes da história britânica.
Eu penei para encontrar os túmulos de Isaac Newton e de Charles Darwin em meio à algaravia de lápides que homenageiam reis, rainhas, políticos, escritores (Charles Dickens, Geoffrey Chaucer, Rudyard Kipling...), compositores (Händel), atores (Lawrence Olivier)...
Há duas filas para comprar ingressos, uma para quem paga em dinheiro, outra para quem vai pagar no cartão. As placas não ficam muito visíveis para quem está no fim da fila, então, é bom perguntar. Mas o melhor mesmo é comprar ingresso pela internet, assim, você só pega a fila para entrar :)
Ah, e se puder, chegue à catedral a pé, pela modernérrima Millenium Bridge. O contraste de traços entre o vetusto monumento e a ponte é poderoso como experiência estética.
A Catedral de Saint Paul é uma aula de história. Ela deve muito de suas feições atuais a dois dos mais icônicos arquitetos ingleses.
O primeiro deles é Inigo Jones, uma espécie de "patriarca" dessa arte na Inglaterra.
Foi Inigo Jones quem comandou a reforma feita na Catedral de Saint Paul no Século 17.
Outro peso pesado da arquitetura inglesa, Christopher Wren, deu as feições finais ao templo, em uma remodelação no Século 18.
O interior da Catedral de Saint Paul é quase "história em quadrinhos tumular": uma narrativa dos grandes episódios da vida do país expressa nas tumbas monumentais de mitos como o Duque de Wellington, comandante militar que derrotou Napoleão, e o Almirante Nelson, herói naval de batalhas memoráveis.
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Temple Bar Gate, uma dos antigos acessos à City. Abaixo, à
esquerda, a entrada da Catedral |
Como chegar à Catedral de Saint Paul
A estação de metrô de Saint Paul fica a 50 metros da Catedral.
Fotografias
É proibido fotografar o interior da Catedral de Saint Paul
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Jardim da Catedral de Saint Paul |
Horários de visita à Catedral de Saint Paul
De segunda a sábado, das 8:30h às 16h.
Quanto Custa o ingresso para a Catedral de Saint Paul
➡️ £16.50
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O Claustro é o único espaço interno da Abadia de Westminster
onde é permitido fotografar |
Abadia de Westminster
Se há na Inglaterra um templo cristão mais famoso que a Catedral de Saint Paul é a Abadia de Westminster.
Ao contrário de sua sucessora (antes de Saint Paul, Westminster foi a Catedral Anglicana de Londres, no Século 16), essa igreja gótica é absolutamente envolvente, apesar de sua grandiosidade.
Talvez eu seja parcial — sou mesmo descabelada de paixão por construções medievais — mas poucas vezes eu vi a monumentalidade ser tão aconchegante. Ô bichinha bonita é essa Abadia de Westminster!!
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Ô, coisa bonita, essa Abadia de Westminster!! |
O edifício que vemos hoje em Westmisnter tem suas origens no Século 11, obra de Eduardo, o Confessor, que foi, de fato, o último rei saxão da Inglaterra.
Eduardo, o Confessor era tão religioso que preferiu não consumar o casamento e acabou não deixando um herdeiro — seu cunhado Haroldo, que o sucedeu, nem esquentou o trono. Foi despojado da coroa aos nove meses de reinado pela invasão Normanda, em 1066.
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Dois ângulos da Abadia de Westminster clicados do claustro |
Outro rei Eduardo, dois séculos depois, legou a Westminster uma dos itens mais importantes de seu acervo, o chamado Trono de Eduardo, onde os reis e rainhas da Inglaterra se sentam durante as
cerimônias de coroação. A peça está exposta em uma das capelas da abadia.
Além de abrigar as grandes cerimônias reais inglesas como as coroações, a Abadia de Westminster também é o local de sepultamento de figuras proeminentes da história britânica.
Eu penei para encontrar os túmulos de Isaac Newton e de Charles Darwin em meio à algaravia de lápides que homenageiam reis, rainhas, políticos, escritores (Charles Dickens, Geoffrey Chaucer, Rudyard Kipling...), compositores (Händel), atores (Lawrence Olivier)...
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Detalhe da fachada da Abada de Westminster |
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Placa comemorativa à viagem de circum-navegação do Almirante
Cook, no claustro de Westminster |
Na Abadia de Westminster, as filas para comprar ingressos e a da entrada são sempre enormes, mas a espera vale a pena (a da bilheteria você pode driblar se programando e comprando pela internet. A fila para entrar, porém...).
Como chegar à Abadia de Westminster
O endereço é 20 Deans Yard (bem atrás do edifício do Parlamento) e a estação de metrô mais próxima é Westminster.
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Tem fila para entrar na Abadia. Mas não desanime, porque vale muito a pena |
Horários de visita à Abadia de Westminster
No verão, das 9:30h às 18h. No inverno, fecha às 15:30h.
Fotografias
É proibido fotografar o interior da Abadia de Westminster, exceto o claustro, onde as imagens são liberadas, sem flash e sem uso de tripés.
Quanto custa o ingresso para a Abadia de Westminster
➡️ £18.
Há duas filas para comprar ingressos, uma para quem paga em dinheiro, outra para quem vai pagar no cartão. As placas não ficam muito visíveis para quem está no fim da fila, então, é bom perguntar. Mas o melhor mesmo é comprar ingresso pela internet, assim, você só pega a fila para entrar :)
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A visita à Torre de Londres é um programa imperdível pra
quem gosta de História |
Torre de Londres
A Torre de Londres é daqueles lugares que merecem um rufar de tambores e toques de clarim antes de serem introduzidas em qualquer conversa.
A construção dessa velha fortaleza foi iniciada pelos normandos logo após a conquista de 1066. Ela é tão cheia de histórias que a gente poderia passar alguns meses (anos?) percorrendo seus pátios, torres, muralhas e salões ouvindo as narrativas de fatos quase mitológicos ocorridos à sombra daquelas pedras.
A visita à Torre de Londres um programaço. Se você conhecer algumas das histórias desenroladas entre suas muralhas, o passeio fica ainda mais empolgante.
Como chegar à Torre de Londres
A construção dessa velha fortaleza foi iniciada pelos normandos logo após a conquista de 1066. Ela é tão cheia de histórias que a gente poderia passar alguns meses (anos?) percorrendo seus pátios, torres, muralhas e salões ouvindo as narrativas de fatos quase mitológicos ocorridos à sombra daquelas pedras.
A visita à Torre de Londres um programaço. Se você conhecer algumas das histórias desenroladas entre suas muralhas, o passeio fica ainda mais empolgante.
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No alto, o "Portão dos Traidores", por onde
entravam os prisioneiros trazidos de barco pelo Rio Tâmisa. Acima, um
compenetradíssimo Beefeater, integrante do corpo da guarda da Torre |
Pra começar, não há uma torre, mas um conjunto impressionante de edificações fortificadas que, juntas, são quase sinônimo da Inglaterra.
Na Torre de Londres, monarcas ditaram ordens, decidiram guerras e amargaram a prisão (como Elizabeth I, antes de ser coroada), assassinatos horripilantes foram perpetrados (como o dos filhos de Eduardo IV, mortos pelo tio Ricardo III, episódio narrado em um dos textos mais espetaculares de Shakespeare), poderosos foram executados (Ana Bolena).
É como se a gente estivesse assistindo a uma interminável Sessão da Tarde, com intrigas, amores e aventuras para preencher algumas encarnações.
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A Torre de Londres vista "por trás" (na direção
oposta ao Tâmisa) |
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O pátio onde Ana Bolena foi executada, em 1536 é hoje ocupado
por residências de membros da guarda da Torre de Londres |
Tudo na Torre de Londres é superlativo, inclusive as filas para entrar e as multidões que se acotovelam lá dentro.
Nada disso tira o prazer de caminhar por esse cenário histórico que permanece vivo. A Torre de Londres ainda é oficialmente uma residência real, guardada pelos Beefeaters em seus pomposos trajes do Século 16 (todos esses guardas são oficiais reformados das Forças Armadas Britânicas).
Meu pedaço favorito é a bela Torre Branca, construída pelos normandos, com sua escadaria de madeira pronta para ser destruída, deixando de fora os invasores.
A ideia era abrigar reis, corte e soldados no interior da torre e queimar a escada, já que a entrada da Torre Branca fica vários metros acima do chão.
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A Torre Branca foi construída no Século 11 por Guilherme, o Conquistador, primeiro rei normando da Inglaterra |
A maior fila que você vai encontrar na Torre de Londres é para entrar na exposição das joias da Coroa Britânica.
A coleção de joias é um impressionante conjunto de coroas, armas, cetros e outros objetos cerimoniais que expressam o poder do velho império.
Na maior parte da mostra, os visitantes deslizam por uma esteira rolante que passa diante das vitrines apinhadas de ouro e pedras preciosas.
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Os aposentos de Eduardo IV foram reconstruídos no sítio original, na Torre Saint Thomas. Abaixo, à direita, a capela usada pelo rei |
Como chegar à Torre de Londres
A Torre de Londres fica na margem Norte do Tâmisa, em frente à Tower Bridge. A estação de metrô mais próxima é Tower Hill.
Horários de visita à Torre de Londres
De março a outubro, das 9h às 17:30 (aos domingos e segundas, abre às 10h). No inverno, fecha às 16:30.
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A multidão para para assistir a abertura da Tower Bridge para dar passagem a uma embarcação, Dizem que presenciar esta cena traz sorte |
Fotografias
As fotos são permitidas em todos os espaços da Torre de Londres, exceto na exposição das joias da Coroa Britânica.
Quanto custa o ingresso para a Torre de Londres
➡️ £22. Se você comprar pela internet, ganha £1,10 de desconto.
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Bem na hora que a gente embarcou na gaiolinha do London Eye, despencou um toró |
London Eye
Até essa última visita a Londres, confesso que eu tinha preguiça de "passear" no London Eye — eu fui uma criancinha esquisita, que morria de tédio no circo, chorava no zoológico e jamais conseguiu entender a lógica de ficar dando voltas em carrosséis e rodas-gigantes, sem sair do lugar 😊.
Mas a ideia de olhar a cidade a 135 metros do chão sempre foi bem tentadora. O problema era a fila para pegar a roda gigante mais famosa do planeta — o preço dos ingressos skip the line, que dão prioridade de acesso ao London Eye é simplesmente obsceno.
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Inaugurada na virada de 1999 para o Ano 2000, a Roda do Milênio virou uma das marcas mais fortes da paisagem de Londres |
Desta vez, porém, a Roda do Milênio foi a minha primeira parada em Londres.
Mesmo olhando de baixo, eu sempre tive certeza que dar uma volta em uma daquelas gaiolas de vidro do London Eye é daquelas coisas que a gente tem que fazer pelo menos uma vez na vida.
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Londres a 135 metros do chão |
Achei bem legal o "passeio" de roda gigante. Dá pra ver mais de meia Londres lá do alto. Pena foi a chuva espírito de porco que resolveu cair bem na hora do nosso embarque.
O resultado é que o London Eye é um programa que agora eu vou precisar repetir. Pelo menos uma vez na vida 😁.
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A "gaiolinha" de ar futurista é confortável, ninguém precisa se acotovelar para ver a paisagem |
Como chegar ao London Eye
A Roda do Milênio fica nos Jubilee Gardens, na margem sul do Tâmisa, quase em frente ao Parlamento e ao Big Ben (do outro lado do rio).
A estação de metrô mais próxima do London Eyes é Waterloo, mas também dá para chegar pelas estações de Westminster (e atravessar a Westminster Bridge) ou Embarkment (e cruzar o rio pela Hungerford Bridge).
Horários do London Eye
Das 10h às 20:30h, no inverno. De maio a agosto, às 21:30h e, nas sextas-feiras, até às 23:30h.
Quanto custa o ingresso para o London Eye
Ô programinha caro!! Os preços das entradas para o London Eye variam, já que alguns bilhetes podem ser usados até por uma semana, com direito a entrar sem pegar fila, outros dão direito a apenas uma volta na roda gigante, com espera na fila.
➡️ O ingresso básico, o mais barato, custa £20,95 (£18,85 se for comprado online).
Fotografias
Liberadíssimas. Só torça pra o dia estar bonito quando você for fazer seu giro no London Eye.
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Eu não queria gastar o dinheirão que eles cobram pra ir na London Eye, mas fui justamente porque é uma das coisas que a gente não pode deixar de fazer na vida, né? Valeu a pena ver a cidade lá de cima!
ResponderExcluirÉ muito bacana, Bárbara. Pena que choveu :(
ExcluirA torre de Londres é minha preferida apesar de todos nessas lista serem fenomenais! Só me falta ir no Museu Britânico. Toda as vezes que saio de lá faço uma lista gigante do que quero ver quando voltar. Londres é infinito <3
ResponderExcluirMinha dúvida, Thaís, é de quantas encarnações a gente precisa pra dar conta de Londres. Eu queria uma 12 -- pra passar todinhas lá :)
ExcluirMoro aqui e posso dizer que com certeza, uma vida é pouco. Cada vez que saio para ver algo novo, tem algo acontecendo que me prende a atenção e que sempre vale a pena ver... sempre tem algo acontecendo em Londres é o que mais ouço. Cynthia sou sua seguidora há tempos, adoraria te encontrar quando voltar por aqui.
ExcluirClaro, Cristina, vai ser um prazer! E tomara que possa ser logo :) Bjo
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