A beleza da Cittadella é um grande motivo para visitar a Ilha de Gozo |
Malta não se resume à Ilha de Malta. Este país-arquipélago
tem um monte de atrações interessantes fora de sua porção principal. Os exemplos
mais conhecidos são a Lagoa
Azul, na Ilha de Comino, e as praias perfeitas para o
mergulho, os templos megalíticos e uma encantadora cidade murada, a Cittadella, principais atrações da Ilha de Gozo.
Gozo é a segunda maior ilha maltesa, com 67 km² de área (menos da metade da Ilha de Itaparica, na Bahia) e 37 mil habitantes. Ela bem que merecia mais tempo no meu roteiro em Malta, mas com apenas uma semana no país, optei por uma visita à Ilha de Gozo e à Cittadella esticando meu dia de banho de mar na Lagoa Azul.
A Catedral da Assunção é o edifício mais visitado da Cittadella |
Mas bom mesmo é explorar as ruas e fortificações da velha cidade murada |
Ficou um passeio bem redondinho, um dos meus dias mais bacanas no país. Uma hora dessas em volto para ver as outras atrações da Ilha de Gozo, especialmente seus templos megalíticos. Por enquanto, fique com as dicas desse ótimo bate e volta em Malta:
Malta: Ilha de Gozo e a Cittadella
A travessia entre Malta e Gozo é feita em 25 minutos, em ferries robustos e pouca chacoalhação no mar |
A Cittadella (olha ela lá no fundo) fica na cidade de Victoria (ou Rabbat), capital da Ilha de Gozo |
Cheguei à Ilha de Gozo por volta das 15 horas. Pulei no primeiro táxi e segui para a Cittadella, que fica na cidade de Victoria, capital da Ilha. Foi uma sábia providência, porque o transporte público de Gozo é bem ruinzinho. No retorno do passeio, esperei mais de meia hora no Terminal Rodoviário de Victoria por um ônibus que me levasse ao Porto de Mġarr, onde tomei a balsa de volta para a Ilha de Malta.
Não é preciso pagar entrada para ter acesso à Cittadella |
Não é preciso pagar ingresso e não há um horário delimitado de acesso à Cittadella. Ainda que nós, turistas, imaginemos a velha cidade amuralhada apenas como um complexo museológico, o lugar ainda preserva alguma vida real e tem algumas dezenas de moradores (mesmo caso de Mdina, ainda que a Cittadella seja menos povoada).
A Cittadella ocupa um dos pontos mais altos da Ilha de Gozo e o local já era habitado no Período Neolítico |
Antes de explorar as ruas e muralhas da Cittadella, recomendo muito que você passe pelo Centro de Visitantes para uma aulinha introdutória à história do lugar |
As atuais feições da Cittadella foram desenhadas a partir do Século 16 |
Minha primeira visão da Cittadella, ainda a bordo do ferry que me levou a Gozo |
De pertinho a Cittadella tem um encantador ar de mistério |
Antes da catedral, essa colina teve um templo dedicado à deusa Juno |
A decoração barroca da catedral é do Século 18 |
(Para não fazer confusão com a outra Rabat, que fica na Ilha de Malta, ao lado de Mdina, imitei os conterrâneos dos Beatles aqui neste post e chamei a cidade de Victoria).
A Catedral da Assunção é uma das atrações pagas no interior da Cittadella, mas vale o ingrresso |
Como um país tão pequenininho consegue ter duas cidades com o mesmo nome? A explicação é simples: ar-Ribaāṭ, em árabe (idioma pai da língua maltesa), significa “lugar fortificado”. Olhando a quantidade de cidades amuralhadas em Malta, a gente até estranha que não haja mais Rabats por lá.
A viagem entre Malta e Gozo rende muitos cliques, mas a paisagem na chegada ao porto de Mgarr é realmente espetacular |
Do Porto de Ċirkewwa, na Ilha de Malta — o mesmo de onde saem as lanchas para a Lagoa Azul —parte a balsa para o Porto de Mġarr, ao lado da cidade de Victoria/Rabat, capital da Illha de Gozo.
As embarcações da empresa Gozo Channel Lines partem tanto de Malta quanto de Gozo a cada 45 minutos e o serviço funciona direto, sem interrupções. Daria até pra esticar a farra em Victoria e voltar de madrugada para Malta 😈 — mas não faça isso, porque não vai ter ônibus que te leve do porto para as cidades nesse horário.
As balsas que fazem a travessia Malta-Gozo têm salões de passageiros confortáveis, mas é muito mais legal viajar ao ar livre |
Aliás, se você estiver hospedada na Ilha de Malta e não alugou carro, uma boa providência na hora de organizar a visita à Ilha de Gozo é conferir os horários de ônibus entre a cidade de seu alojamento e o Porto de Cirkewwa e — mais importante ainda — de Cirkewwa para sua cidade.
Faça essa consulta no planejador de rotas da empresa de transporte público de Malta.
Os ferries que fazem a travessia de Cirkewwa para Gozo são bem robustos e estáveis. Isso significa que eles balançam pouco, boa notícia pra quem costuma enjoar, e estão pouco sujeitos a cancelamentos, em caso de mar agitado.
O Porto de Cirkewwa clicado da lanchinha que me trouxe da Lagoa Azul |
O trajeto entre Cirkewwa e Gozo é feito em 25 minutinhos. A passagem ida e volta custa € 4,65. Um detalhe curioso é que no meu embarque de Cirkewwa Mġarr fui informada que a viagem só me seria cobrada na volta.
Uma típica rua da Cittadella |
Vi que há outra rota ligando as ilhas de Malta e de Gozo, partindo e retornando a Valeta. O serviço é operado pela Virtu Ferries (a mesma empresa que navega entre Malta e a Sicília) e pela Gozo Fast Ferries.
Essas empresas que operam a partir de Valeta oferecem embarcações rápidas, para 300 passageiros e fazem o trajeto do Grand Harbour (em Valeta) ao Porto de Mġarr, em Gozo, em 45 minutos. O bilhete ida e volta custa € 12. Elas anunciam desconto nessa tarifa para quem tem o Talinja Card (cartão do serviço de transporte público de Malta).
Levei cerca de três horas explorando a Cittadella, mas poderia ter ficado muito mais |
Tem transporte de tudo quanto é tipo conectando o Porto de Mġarr a Victoria e à Cittadella. Mas se você escolher o ônibus, tenha paciência, porque os bichos demoram |
Como ir do Porto de Mġarr para Victoria/Rabat e a Cittadella
O Porto de Mġarr é conectado à cidade de Victoria por ônibus regulares, táxis e ônibus turísticos (tem uma parada do ônibus hop-on hop-off bem sinalizada).
Como eu cheguei à Ilha de Gozo no meio da tarde, resolvi não perder tempo esperando o busão para me levar à Cittadella. Paguei € 5 de táxi para ir até lá, um trajeto de 7 km. Se tivesse ido de ônibus, ainda teria tido que encarar um ladeirão a pé, para chegar ao sítio histórico.
Só na volta para o porto é que vi um pouco da cidade de Victoria. O cartaz no Teatro Astra (dir) me deixou com vontade de ir à ópera |
O retorno no ferry pra Malta foi bem tranquilo. O perrengue foi chegar ao Porto de Cirkewwa depois das 18 horas e pegar uma fila quilométrica pra o busão que me levaria a Sliema — era a multidão voltando da Lagoa Azul.
O Terminal Rodoviário de Victoria fica a 650 metros da entrada da Cittadella |
A caminho do Terminal Rodoviário pela Triq ir-Repubblika, rua principal de Victoria, deu pra clicar uns casarões bem bonitões |
Uma caverna na Baía de Ramla, na Costa Norte de Gozo, é apontada pela lenda como sendo o lar de Calipso. Era um local bem concorrido entre os visitantes, até ser interditada ao público por risco de desmoronamento — a mais famosa atração turística de Gozo, a Janela Azul, não foi poupada dessa sina: o fotografadíssimo arco de pedra, localizado no litoral Noroeste da ilha, desabou em 2017, devido à violência de uma tempestade.
Cinco mil anos antes da nossa era, já havia gente cavoucando a terra árida da Ilha de Gozo em povoações de agricultores originários da Sicília, que está a cerca de 80 km ao Norte.
Essas sociedades do Período Neolítico legaram a Gozo os Templos de Ġgantija, as construções megalíticas mais antigas de Malta — erguidos 3.600 a.C e 2.500 a.C. — e o círculo de pedras Xagħra, complexo funerário datado de 3.000 a 2.400 a.C.
Esse sítios arqueológicos estão abertos à visitação e já estão muito na minha lista, quando eu voltar a Malta.
Que legal, parabéns pelo conteúdo. Nunca tinha ouvido falar sobre os detalhes desse lugar maravilhoso
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