Mas ouso dizer que seu estado permanente de taquicardia urbana é um elemento essencial para se compreender o contexto do lugar.
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O Mosteiro de Santa Veracruz, do Século 16, é um dos
edifícios religiosos mais antigos da capital mexicana |
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O capitólio inacabado virou um mirante na Praça da
República |
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Pátio de um casarão ocupado por cafés e galerias de arte |
O Centro Histórico da Cidade do México é tudo ao mesmo tempo agora — e sempre em quantidades industriais.
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Uma grande atração do Centro Histórico da Cidade do México é
o Palácio Nacional de Belas Artes, com um deslumbrante interior art-déco.
Não estranhe se ele não aparece neste texto. É que fiquei tão apaixonada e fiz
tantas fotos que ele ganhou um post exclusivo |
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A Catedral católica da Cidade do México, na Praça do Zócalo, é vizinha do Templo Mayor dos Astecas (no alto) |
Reserve um dia inteiro para passear no Centro Histórico da Cidade do México, que você não vai se arrepender. Veja algumas atrações:
O que ver no Centro Histórico da Cidade do México
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A Alameda Central da Cidade do México é o jardim público
mais antigo das Américas, criado em 1592 |
Criada no finalzinho do Século 16, a Alameda Central da Cidade do México é apontada como jardim público mais antigo das Américas e não há dúvidas de que ela tem mesmo história para contar, testemunha de conchavos políticos, namoros, comícios e até da barbárie — era lá que a Inquisição montava suas fogueiras para os autos de fé.
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Quem resiste ao toque romântico de um coreto? |
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A Alameda já foi reduto de elegantes. Hoje, é um refúgio que
acolhe democraticamente quem busca sossego em meio ao vai e vem da metrópole de
20 milhões de habitantes |
O coreto, a fonte as veredas sossegadas da Alameda já foram um ponto de encontro quase exclusivo dos elegantes, Hoje, o espaço é desfrutado democraticamente por qualquer um em busca de refúgio do calor e da correria que sacode o Centro Histórico da Cidade do México.
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Ainda não inventaram um adjetivo que faça justiça a esta obra de Diego Rivera |
Depois de caminhar pelas veredas da Alameda real, é um prazer indescritível ficar cara a cara com a metáfora primorosa composta por Diego Rivera sobre seu país, tomando emprestado o cenário do jardim público.
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Na Alameda de antanho, elite passeava e o povo trabalhava. No alto, a indígena enfrenta os "elegantes que não a querem por ali |
O mural de Diego Rivera está exposto em museu exclusivo (sim, é a única obra do acervo), na ponta Oeste da Alameda, desde sua restauração.
O local original do Sonho de uma tarde dominical na Alameda Central era o restaurante do Hotel del Prado, na vizinhança, onde foi duramente danificado pelo terremoto de 1985.
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O policial expulsa a família camponesa da Alameda enquanto o
exército de Zapata (ao fundo) inicia sua marcha |
Se você acha a capa do LP Sargeant Pepper’s genial (e eu acho muito), espere até botar os olhos sobre os 65 metros quadrados de puro virtuosismo do Sonho de uma tarde dominical na Alameda Central.
Foi o mural de Rivera que serviu de inspiração àquela ousadia dos Beatles. O resultado, pra mim, foi a mistura exata de espanto e euforia.
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O mural de Rivera é uma alegoria da história do México, com
ênfase na exclusão social que marca a vida do país até hoje. Os pobres só são
admitidos na Alameda/País para servir à elite |
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As mãos sujas de sangue do “conquistador” Cortés e uma
vítima rumo à fogueira da Inquisição |
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O austríaco Maximiliano de Habsburgo, importado pelos
invasores franceses para ser imperador do México e acabou deposto e fuzilado |
A figura central do imenso afresco é a caveira La Catrina — representação do ciclo da vida, mais do que da morte, e que remonta às feições cadavéricas do deus Quetzalcóatl, a serpente emplumada, divindade maior de astecas e toltecas.
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Para fotografar o mural de Diego Rivera é preciso pagar 5 pesos, além do ingresso. Vale a pena |
La Catrina aparece de de mãos dadas com Diego Rivera, que se representou no quadro como um menino que tem por trás a imagem de Frida Kahlo, sua companheira de vida e de arte.
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Maquete de Tenochtitlán, a capital dos astecas, em frente ao
Templo Mayor. À direita, a Catedral |
Conta a lenda que, depois de serem expulsos das alturas do Bosque de Chapultepec (onde hoje está o castelo), os astecas foram guiados até uma ilha no Lago Texcoco por Huitzilopochtli, o “deus velho”, divindade da guerra e do fogo.
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No meio do vai e vem do Zócalo, ainda há lugar pra um realejo |
Uma águia pousada sobre um cacto com uma serpente no bico — hoje escudo de armas do México — marcou o lugar onde deveria ser erguida a capital dos astecas, bem ali no Zócalo. O lago Texcoco foi sendo ocupado e parcialmente aterrado com a expansão de Tenochtitlán.
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El Zócalo é a terceira maior praça do planeta |
A Praça do Zócalo, terceira maior do planeta (menor apenas que a Praça Vermelha de Moscou e Tiananmen, em Pequim), tem mais de 30 mil metros quadrados de espaço aberto e é um mosaico de 700 anos de história da cidade.
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O Templo Mayor de Tenochtitlán está totalmente engolfado
pela cidade |
Mais adiante estão os vestígios do Templo Mayor de Tenochtitlán e seu museu.
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A Catedral da Cidade do México foi construída sobre um
antigo templo asteca |
Praça do Zócalo, aberta diariamente das 8h às 20 horas, entrada gratuita
A construção da Catedral da Cidade do México foi iniciada ainda no Século 16, logo após a conquista espanhola, sobre um antigo templo asteca. Mas a obra só foi totalmente concluída no Século 19.
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O Altar do Perdão é o grande destaque no interior da Catedral
da Cidade do México |
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Altar-mor da Catedral, chamado de Altar dos Reis (no alto), e o Batistério |
Mas ainda é possível ter uma ideia do esplendor que a Catedral ostentou no passado quando se vê o Altar do Perdão, logo na entrada do templo, e o altar-mor de 25 metros de altura, chamado de Altar dos Reis.
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A fachada do Tabernáculo da Catedral (acima) é deslumbrante,
né? |
Esses dois altares monumentais, em estilo barroco, são totalmente recobertos em ouro.
Outro detalhe impressionante da Catedral da Cidade do México é a fachada barroca do seu batistério, o chamado Tabernáculo, uma profusão de entalhes em pedra.
Calle 2 de Abril nº 6. Fechada às segundas e terças. Nos demais dias, a visita vai das 9h às 19 horas. Entrada gratuita.
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A Igreja de la Santa Veracruz tem duas entradas. Uma delas está voltada para o burburinho da Alameda Central |
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A Praça de La Veracruz é espantosamente sossegada, cercada pela muvuca do Centro Histórico |
Essa praça é um cantinho sossegado com árvores, banquinhos e uma fonte, onde também está o Museu Franz Mayer, dedicado às artes decorativas.
Calle de Donceles nº 104. Visitas de segunda a sábado, das 9:30h às 18:30h. Entrada gratuita.
La Enseñanza ("o magistério") fica logo atrás da Catedral. Sua fachada meio espremida entre os casarões pode passar meio despercebida, mas vale a pena entrar para ver o belo altar em estilo churrigueresco, uma vertente do barroco espanhol em voga no final do Século 18.
Calle Francisco Madero nº 7. Aberta diariamente das 9h às 18 horas. Visita gratuita
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A Igreja de San Francisco El Grande fica em uma rua de
pedestres muito movimentada |
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Como toda boa igreja de São Francisco nas Américas Portuguesa e Espanhola, a da Cidade do México é bonita até dizer chega |
O detalhe curioso é que os franciscanos ergueram essa sua primeira igreja no México na área que era ocupada pelo Totocalli, uma espécie de jardim zoológico do palácio do imperador asteca Moctezuma.
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A igreja de São Francisco e seu convento ocupavam um terreno imenso no centro da cidade, onde ficava o zoológico do palácio asteca de
Moctezuma, governante de Tenochtitlán |
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A Casa dos Azulejos é o casarão colonial mais famoso do
Centro Histórico da Cidade do México |
Não espere encontrar nada com aquela maquiagem de novinho em folha que se vê em outras cidades. Os velhos edifícios têm as marcas do tempo e da fuligem do trânsito bem evidentes em suas feições — e as exibem com grande dignidade.
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Os casarões do Centro Histórico da Cidade do México não são
cenográficos. Seu encanto são as marcas do uso cotidiano |
São testemunhos de 500 anos de uso contínuo e esse é o encanto desse conjunto tombado como patrimônio da humanidade pela Unesco.
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O esqueleto da cópia do Capitólio norte-americano foi
transformado em um mirante na Praça da República |
Para subir ao mirante, o ingresso custa 80 pesos (R$ 13,50). De segunda a quinta, o acesso é das 12h às 20 horas. Sextas e sábados, das 10 às 22h. Aos domingos, das 10h às 20.
O Zócalo parece ter feito escola, pois esta é mais uma praça do Centro Histórico da Cidade do México que impressiona pela vastidão.
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No mirante da Praça da República funciona um café |
Não deu tempo: a Revolução Mexicana estourou quando apenas o arco central da obra de inspiração colonizada — e megalomaníaca — já estava de pé.
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Cenas explícitas de art-déco 🧡💚 na Praça da República da Cidade
do México: no alto e no centro, Gran Casino. Acima, o edifício da Loteria
Nacional |
No topo do monumento tem um mirante famoso, onde funciona um café. A vista para o Centro da Cidade do México, lá no alto, é muito bacana.
➡️ E por falar em art déco, esse estilo funciona como emblema do México pós-revolucionário, um país que se desejava contemporâneo e arejado, nos anos 30 do Século passado.
A art-déco adorna diversos edifícios da área da Praça da República da Cidade do México. Se você curte o estilo (eu amo e babo), não deixe de ver o lindo prédio da Loteria Nacional e o Gran Casino.
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Tenho conexão, com direito a pernoite, na Cidade do México, vindo de Nova York. Conexão enorme, de 24 horas. Vim atrás de dicas com a certeza de encontrá-las em seu blog. Zócalo e Alameda, tacos e tequila me darão um gostinho da cidade.
ResponderExcluirAnna, não perca por nada o Mural de Rivera retratando a Alameda. E O Palácio Nacional de Bellas Artes é um escândalo de maravilhoso. E mande um beijo meu pra a Cidade do México que me encantou tanto :)
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