.jpg) |
No meio do caminho (e por toda parte) tem uma pedra. Na
imagem, o arco georgiano de York Street emoldura a Abadia medieval de Bath |
A cuidadosa conservação da arquitetura georgiana em Bath tornou a cidade uma das preferidas para locação de filmes e minisséries de época. Por isso, é inevitável reconhecer algum cenário — sempre muito romântico — que já vimos nas telas de cinema e da TV em qualquer caminhadinha por lá.
A arquitetura georgiana em Bath está por toda parte e é o grande tesouro dessa adorável cidade de Somerset, Sul da Inglaterra, uma região famosa também por suas tradições muito antigas de druidas e guerreiros.
.jpg) |
Acostume-se: quase todas as ruas do Centro Histórico de Bath
são lindas harmônicas, simétricas e cor de mel
|
Mesmo sem cenas de cinema, os cenários de Bath oferecem imagens cheias de luz, muito graças à magia do material usado na maior parte das construções da cidade, a famosa Pedra de Bath, responsável pela completa redefinição do meu conceito de pedra preciosa.
É essa pedra cor de mel que dá um charme todo especial à célebre arquitetura georgiana em Bath, principal atração turística da cidade.
.jpg) |
A cor de mel da pedra de Bath torna a cidade ainda mais
acolhedora, como nessas fachadas da elegante Grand Pulteney Street
|
O estilo georgiano — uma derivação tipicamente inglesa da arquitetura palladiana — se caracteriza por conjuntos de edifícios obsessivamente harmônicos, em linhas discretas e sem grandes rebuscamentos. Essa é a cara das construções britânicas no período que vai do Século 18, até o começo do Século 19.
O uso da Pedra de Bath, porém, não foi uma invenção georgiana. O material já era o queridinho dos romanos, que chegaram à atual região de Somerset no primeiro século da nossa era.
.jpg) |
O Parade Green, parque às margens do Rio Avon. Ao
fundo, a Pulteney Bridge, imagem mais conhecida de Bath
|
.jpg) |
. Diante da ponte, as corredeiras do Rio Avon, domadas pela escadinha da Pulteney Weir (“Barragem Pulteney”) são playground de aves aquáticas |
É verdade que os impérios não são muito chegados à contemplação, e a produção das pedreiras dos atuais condados de Somerset e Whiltshire foi inicialmente utilizada para fortificar o assentamento militar romanos, antes de ser aplicada às delicadezas arquitetônicas.
Mas lá estão as
Termas Romanas, atração mais famosa de Bath, para provar que até mesmo os mais empedernidos conquistadores podem perceber beleza de algo aparentemente tão banal quanto um bloco de arenito.
.jpg) |
Balcões floridos, típicas portas coloridas do estilo
georgiano, passagens em arco e pedras cor de mel... Bath é um compêndio de
detalhes românticos
|
.jpg) |
Fiquei apaixonada pela vitrine de mapas antigos desta tradicional livraria instalada na Pulteney Bridge |
Com todo respeito ao talento dos arquitetos John Wood, pai e filho, responsáveis por traçar as feições de Bath, no Século 18, ouso dizer que são as pedras de Bath as grandes responsáveis pelo permanente encantamento que a gente sente, desde que pisa na plataforma da Estação Ferroviária de Bath Spa.
Os blocos cor de mel conspiram para dar à atmosfera de Bath uma temperatura de aconchego, uma luz quase tropical que contagia o nosso humor, desacelera o coração e transforma o simples prazer de deitar na grama numa experiência inesquecível.
.jpg) |
Atração mais famosa de Bath, as Termas Romanas são do Século
1º de nossa era e foram redescobertas em 1775. Em torno do Great Bath (a
piscina de água quente), foi construído um complexo de lazer e tratamento no
mais castiço estilo georgiano, como o pavilhão principal que você vê acima
|
Minha tese é que a suntuosa arquitetura georgiana em Bath, marcada pelo rigor da uniformidade, corria o sério risco de se tornar um conjunto quase opressivo, de tão disciplinado.
É a luz das pedras — cor de mel, castanhas ou escandalosamente douradas, quando banhadas pelo sol do amanhecer e do cair da tarde — que rege essa harmonia para torná-la tão alegre e reconfortante.
Sem o tom cálido das pedras de Bath, aquela harmonia toda poderia parecer um conjunto habitacional soviético avant la lettre 😀, a despeito de toda a delicadeza de suas linhas.
.jpg) |
O Holburne Museum é uma das belas construções georgianas de
Bath e o parque ao seu redor era frequentadíssimo no tempo de Jane Austen |
Onde ver a arquitetura georgiana em Bath
A rigor, Bath inteirinha é um espetáculo e a melhor maneira de namorar sua arquitetura é caminhar (e, de preferência se perder), para descobrir cantinhos anônimos e encantadores.
Alguns conjuntos arquitetônicos, porém, são obrigatórios, como o Royal Crescent, The Circus e Great Pulteney Street.
Aqui segue um roteiro pela arquitetura georgiana em Bath, passando por essas áreas e outras não tão famosas — mas não menos interessantes. Siga o mapa e apaixone-se por Bath: