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A curvatura da Baía de todos os Santos deixa Salvador de
cara para um pôr do sol sempre deslumbrante. Esta imagem foi clicada na Ladeira
da Barra, no terraço da Aliança Francesa |
Salvador é especialmente afortunada, porque foi construída sobre a maior das escarpas que contemplam a Baía de Todos os Santos.
Muito da beleza da minha cidade se deve à moldura das águas de Kirimurê, o grande mar, como os Tupinambás chamavam a baía.
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A Cidade Baixa se enrosca em torno da Baía de Todos os
Santos. Acima, o mar na Ponta do Humaitá. No alto, embarcações na Marina da
Ribeira |
Salvador deve ainda mais à sua baía — às águas protegidas que permitiram à cidade ser tocada "pela máquina mercante que em sua larga barra tem entrada", como disse Gregório de Matos.
Cidade alguma teria sido o maior porto do Atlântico Sul no navegante Século 17 sem aprender com tantos jeitos de estar no mundo que fundearam em nossas águas. Salvador é curiosa e acolhedora por causa de sua baía.
É verdade, também, que essa "máquina mercante" fez das águas de Kirimurê cúmplices de uma diáspora infame — o tráfico humano que nos trouxe a África, parte essencial da nossa alma.
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Vista para a Baía de Todos os Santos da balaustrada da Praça
Municipal, com a moldura do Elevador Lacerda (possivelmente, a logomarca mais
forte de Salvador) |
Já que Salvador está bombando, a Fragata se reúne a mais três blogueiros baianos pra falar da nossa cidade. Salvador, meu cantinho favorito é o tema da nossa blogagem coletiva.
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A Ponta do Humaitá é um grande mirante para se contemplar
Salvador e a Baía. No alto, o Humaitá visto do Forte do Mont Serrat |
Veja as dicas:
Não deixem de conferir também as demais dicas dessa blogagem coletiva:
Viagens Invisíveis - O bairro do Comércio em Salvador, meu cantinho favorito
Vaneza com Z - Salvador, meu cantinho favorito: Subúrbio Ferrovário
7 lugares pra ver a Baía de Todos os Santos
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Uma tarde sossegada à beira-mar, no bairro da Ribeira. Do
outro lado das águas, o Subúrbio Ferroviário de Salvador |
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O trem passando pelo subúrbio de Plataforma dá um toque
nostálgico à paisagem da Ribeira |
O final da tarde na Ribeira é lindo, especialmente no trechinho da Praia do Bogari, onde os bares têm mesas ao ar livre, servem tira-gostos honestos e cerveja gelada a preços decentes. Grandes camarotes para ver o pôr do sol, que se derrama sobre a Ilha de Itaparica, do outro lado das águas da baía.
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Avenida Beira Mar, na Ribeira. Ao fundo, a ponta da
Península de Itapagipe e a Colina do Bonfim |
Essa pontinha de terra no final da Península de Itapagipe, na Cidade Baixa, abriga a igrejinha de Nossa Senhora do Monte Serrat, do Século 16, um antigo mosteiro — hoje convertido em residências — e um farol danado de fotogênico.
Quase aos pés da Colina do Bonfim, a Ponta do Humaitá é um dos cenários mais românticos de Salvador. Merece muito entrar na sua lista de visitas imperdíveis na cidade.
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O Farol do Humaitá é o único instalado no interior da Baía
de Todos os Santos |
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Salvador vista da Ponta do Humaitá: no canto direito da
foto, o Farol da Barra marca a entrada da Baía de Todos os Santos |
O lugar é bom de visitar a qualquer hora do dia. Sua localização privilegiada, avançada sobre as águas da baía, oferece vistas lindíssimas de Salvador para qualquer direção que a gente aponte o olhar.
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A igrejinha e o Farol do Humaitá |
Admirar a Baía de Todos os Santos na Ponta do Humaitá é um programa que combina com a visita à Igreja do Bonfim, que está a 1,6 km de distância.
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Ah, esse azul hipnótico da Baía... Na imagem, a Escola de
Aprendizes de Marinheiros e o Monumento à Cidade do Salvador, obra de Mário
Cravo |
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Amo a beleza minimalista do Forte de São Marcelo |
E tem ainda o peso simbólico da coisa: foi lá, no alto da escarpa sobre as águas da Baía de Todos os Santos, que o primeiro governador-geral do Brasil (ele mesmo, Tomé de Sousa) decidiu plantar a nossa primeira capital.
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Esta é a vista da varanda do Palácio Rio Branco, primeira sede
do governo do Brasil, ainda durante a Colônia. O edifício fica na Praça
Municipal |
Roteiro no Centro Histórico de Salvador
Atrações no Centro Histórico de Salvador para ir além do Pelourinho
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Os restaurantes da Marina da Contorno não são baratos, mas a paisagem é uma cooooooisa |
Além de atracadouro para lanchas e outras embarcações, a marina tem três restaurantes (Lafayette, DAS e Soho) e um bar/restaurante (Balada). São casas caras, mas o visual compensa.
Balada: de terça a quinta-feira das das 16h às 23h. Sextas, das 16h à meia-noite. Sábados, das 10h à meia-noite. Domingos, das 10h às 22h.
DAS: diariamente, das 11:30h até o último cliente.
Soho: almoço de segunda a quinta, das 12h às 15h e sextas das 12h às 16h. Jantar das 18h à meia noite.
Lafayette: almoço de terça a quinta-feira das 12h às 15h. Sextas, sábados e domingos, das 12h às 16h. Jantar de segunda a quinta e domingo, das 19h à meia-noite. Sextas e sábados das 19h à 1h da manhã. Veja a experiência da Fragata neste restaurante: Sim, é possível comer bem na Marina.
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Pôr do sol visto da Ladeira do Contorno. A silhueta de
campanário na imagem é da capela do Solar do Unhão |
O conjunto arquitetônico do Século 17 — casa-grande, capela, oficinas, antigas senzalas, terreiros e atracadouro — hoje é sede do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-Ba). Um baita lugar para se desfrutar dos encantos da Baía de Todos os Santos.
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O Parque das Esculturas, na área externa do Solar do Unhão |
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O píer do Solar do Unhão ao cair da tarde |
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Abaixo do Parque das Esculturas fica a Praia da Preguiça, que
andou na moda, há alguns verões |
Não estive no Unhão na minha passagem por Salvador, neste verão. Soube que o píer está interditado por falta de manutenção. Mas lá há vários outros espaços onde ainda se pode namorar o mar da baía.
Museu de Arte Moderna da Bahia
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A Igreja de Santo Antônio da Barra e embarcações atracadas
no Iate Clube vistas do terraço da Aliança Francesa |
A ladeira é um dos trechos da Avenida Sete de Setembro, via que começa no Farol da Barra e acaba na Praça Castro Alves, 5 km depois.
A Ladeira da Barra começa a subir a escarpa da Cidade Alta na altura da Praia do Porto da Barra e desemboca, lá em cima, no Largo da Vitória.
Esses 1.100 metros de escalada são feitos na luxuosa companhia das águas da Baía de Todos os Santos, avistável de diversos pontos da via.
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O melhor banho de mar da Baía de Todos os Santos na melhor
praia urbana que eu conheço: o Porto da Barra |
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O Porto da Barra foi o primeiro atracadouro no interior da
Baía de Todos os Santos usado pelos portugueses |
Para contemplar a Baía de Todos os Santos da Ladeira da Barra, experimente o terraço do Café da Aliança Francesa.
Atualização: o Café da Aliança fechou e o local agora abriga
o Larri Bistrô, dos mesmos donos do ótimo restaurante Larriquerri. Ainda não
experimentei o novo bistrô, mas a vista para a Baía de Todos os Santos continua
a mesma.
O Larri Bistrô funciona de terça a sábado, das 16h às 22h. Aos domingos, a casa atende do meio-dia às 19.
Saiba mais: Onde ver o pôr do sol em Salvador - um café e um museu![]() |
Um dos ângulos de contemplação do alto do Farol da Barra |
Fico imaginando a sensação do cartógrafo Américo Vespúcio diante daquela barra de baía — 11 km de largura, entre a ponta do Farol da Barra e a Ilha de Itaparica — quando adentrou o nosso grande mar interior (Kirimurê) a bordo de uma das naus da expedição de Gaspar de Lemos.
Vespúcio, que registrou a baía na cartografia europeia e batizou-a com seu nome cristão, cresceu no Borgo Ognisanti de Florença, onde o Rio Arno, por mais cercado de maravilhas que esteja, jamais ultrapassa os 150 metros de largura.
Ver a Baía de Todos os Santos no Farol da Barra é repetir o olhar de Vespúcio — e um deleite que comporta muitos ângulos.
Recomendo todas as opções, mas lembro que o horário de visitas ao interior do Forte de Santo Antônio, onde está o Farol da Barra, é de terça a domingo, das 8:30h às 18h (diariamente, nos meses de janeiro e julho). O ingresso custa R$ 15.
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Maravilha de post!
ResponderExcluirA vista que mais gosto é a do Elevador Lacerda e o pôr do sol é na Ponta do humaitá.
Salvador é uma cidade camarote voltada para o mar. Difícil não se apaixonar por este lugar.
Abraços!
Que lugares lindos! É impossível escolher apenas alguns e vale a menção no New York Times!
ResponderExcluirRui Quinta, Rui de Viagem
Oi, Cyntia. Tudo bem? :)
ResponderExcluirSeu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Bóia – Natalie
Somente passando para declarar minha surpresa e largo contento com a matéria. Como baiano, me senti honrado. ótimo trabalho
ResponderExcluirSomente passando para declarar minha surpresa e largo contento com a matéria. Como baiano, me senti honrado. ótimo trabalho
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